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19 outubro 2005

TAMIFLU: DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS

A quebra da patente do Tamiflu tem mostrado toda a hipocrisia do Governo e do Congresso Americano. Quando o Brasil ameaçou quebrar a patente dos antivirais usados contra a AIDS, que no país é uma ameaça a saúde pública e às finanaças do governo, foi ameaçado de retaliação comercial e achincalhado na imprensa internacional pelo lobby das indústrias farmaceuticas instalado no congresso americano de "país dos piratas".
Agora, estes mesmos congressistas estão pressionando a multinacional suiça ROCHE, detentora da patente do Tamiflu, a licenciar em 30 dias a produção da versão genérica do Tamiflu em 5 laboratórios americanos para a formação de estoque emergencial do remédio para a população americana. O senador Charles Schumer (Democrata-NY) disse que vai pedir ao presidente Bush para usar os poderes emergenciais - previstos nas convenções internacionais - para suspender unilateralmente a patente do Tamiflu se a companhia não licenciar a produção do mesmo nos EUA no prazo citado.
Porta vozes da ROCHE disseram que a companhia não se recusaria a licenciar o Tamiflu. "Até agora só fomos procurados por um país asiático e ainda estamos negociando com eles". “Isto não está nem perto de aceitável, a ROCHE tem responsabilidades com o mundo" disse o senador americano.
A importância da ROCHE licenciar legalmente a produção se deve à complexidade e o tempo necessários para a produção de uma versão genérica do Tamiflu. Segundo cálculos da prórpia ROCHE, seriam necessários entre 2 e 3 anos para a chegada dos genéricos não autorizados ao mercado. Talvez seja tarde demais.
Mesmo assim, a companhia indiana CIPLA anunciou na semana passada que vai a frente com seu plano de produzir uma versão genérica do Tamiflu, com ou sem licença da ROCHE.
Antes tarde do que nunca.

- US Senator says Roche has a month to yield Tamiflu rights