ACHEFLAN: UM MARCO NA PESQUISA DE PLANTAS MEDICINAIS BRASILEIRAS
“O que restou para o Brasil é desenvolver medicamentos a partir de plantas. Esse é um segmento em que podemos avançar. Não adianta querer ganhar a primeira divisão, se o nosso time está apto para jogar na segunda.”
Essa é a opinião sincera e sensata de João Batista Calixto, o pesquisador que junto com Dagoberto Brandão, dono da consultoria Pharma Consulting, e o empresário Victor Siaulys, dono do Laboratório Farmacêutico Aché, foram os principais responsáveis pelo desenvolvimento do Acheflan, nome comercial do primeiro antiinflamatório feito com base no extrato de uma planta nativa brasileira.
A planta, Cordia verbenaceae, conhecida popularmente como erva-baleeira, erva-da-praia e maria-milagrosa é nativa da mata atlântica brasileira (e de outras regiões da América do Sul) e usada por pescadores do litoral das regiões sudeste e sul.
No mercado há pouco mais de dois meses, o Acheflan já está empatado em vendas com o Cataflan, o antiinflamatório considerado referência para o segmento.
“O desenvolvimento dos protocolos e de todas as etapas dos experimentos foram feitos totalmente no Brasil. Nenhuma parte da pesquisa foi realizada fora”, disse Calixto. O pesquisador, um dos principais do Brasil no campo da farmacologia, teve que levar uma vida praticamente dupla nos últimos sete anos, período em que esteve ligado ao projeto.
“Foram sete anos sem nenhum paper publicado. Nenhum relatório para os órgãos de fomento. O nosso laboratório trabalhou em dobro nesse período. Era o equivalente a ter um único time, mas ter que jogar, e bem, dois campeonatos ao mesmo tempo”, explica Calixto. Segundo conta, o que existiu entre o laboratório privado e o grupo de pesquisa foi um contrato de prestação de serviço. “Todos que participaram receberam pelos seus serviços. Não existe direito sobre royalties ou algo parecido.”
A idéia do desenvolvimento do antiinflamatório surgiu quando o dono do laboratório Aché se machucou e usou uma solução caseira feita a partir da planta. “Ele estava jogando tênis no Guarujá quando sentiu uma contusão. Apareceram com uma solução caseira que foi aplicada sobre o ombro. A melhora veio de forma bem rápida”, explica o médico Dagoberto Brandão, dono da consultoria Pharma Consulting.
O farmacólogo admite que pretende continuar no caminho de aproximar as pesquisas feitas na universidade da iniciativa privada. “Existe muito ranço sobre essa questão no Brasil. De um lado, é preciso dizer que não adianta nada existir a patente se, por trás disso, não vier a inovação, a novidade e a aplicação industrial”, aponta. O pesquisador Calixto, por outro lado, acha importante que a iniciativa privada tenha em mente a noção de que o conhecimento tem um valor em si mesmo. “Muitos querem tudo de graça”, lembra Calixto, que reafirma sua satisfação pessoal e profissional com o processo envolvendo o Acheflan.
O medicamento brasileiro foi desenhado para ser usado em dores crônicas, seja em músculos da face ou em tendinites. “Em 100% dos casos em humanos nenhum efeito adverso foi registrado”, explica Brandão, que ficou responsável por essa fase do projeto. Segundo ele, além dos ganhos científicos – e 80% dos seres humanos testados tiveram uma melhora excelente ou muito boa – existe uma grande vitória simbólica em toda essa questão. “Isso serve para mostrar aos jovens estudantes, ao governo em geral e a toda a população que nós podemos fazer. Isso representa um sonho de muitas pessoas.”
O Laboratório Aché gastou R$ 15 milhões para desenvolver o produto, valor considerado pequeno para o desenvolvimento de um medicamento desse tipo.
Link de referência:
Segredo fitoterápico, Eduardo Geraque, Agência FAPESP
31/08/2005
Essa é a opinião sincera e sensata de João Batista Calixto, o pesquisador que junto com Dagoberto Brandão, dono da consultoria Pharma Consulting, e o empresário Victor Siaulys, dono do Laboratório Farmacêutico Aché, foram os principais responsáveis pelo desenvolvimento do Acheflan, nome comercial do primeiro antiinflamatório feito com base no extrato de uma planta nativa brasileira.
A planta, Cordia verbenaceae, conhecida popularmente como erva-baleeira, erva-da-praia e maria-milagrosa é nativa da mata atlântica brasileira (e de outras regiões da América do Sul) e usada por pescadores do litoral das regiões sudeste e sul.
No mercado há pouco mais de dois meses, o Acheflan já está empatado em vendas com o Cataflan, o antiinflamatório considerado referência para o segmento.
“O desenvolvimento dos protocolos e de todas as etapas dos experimentos foram feitos totalmente no Brasil. Nenhuma parte da pesquisa foi realizada fora”, disse Calixto. O pesquisador, um dos principais do Brasil no campo da farmacologia, teve que levar uma vida praticamente dupla nos últimos sete anos, período em que esteve ligado ao projeto.
“Foram sete anos sem nenhum paper publicado. Nenhum relatório para os órgãos de fomento. O nosso laboratório trabalhou em dobro nesse período. Era o equivalente a ter um único time, mas ter que jogar, e bem, dois campeonatos ao mesmo tempo”, explica Calixto. Segundo conta, o que existiu entre o laboratório privado e o grupo de pesquisa foi um contrato de prestação de serviço. “Todos que participaram receberam pelos seus serviços. Não existe direito sobre royalties ou algo parecido.”
A idéia do desenvolvimento do antiinflamatório surgiu quando o dono do laboratório Aché se machucou e usou uma solução caseira feita a partir da planta. “Ele estava jogando tênis no Guarujá quando sentiu uma contusão. Apareceram com uma solução caseira que foi aplicada sobre o ombro. A melhora veio de forma bem rápida”, explica o médico Dagoberto Brandão, dono da consultoria Pharma Consulting.
O farmacólogo admite que pretende continuar no caminho de aproximar as pesquisas feitas na universidade da iniciativa privada. “Existe muito ranço sobre essa questão no Brasil. De um lado, é preciso dizer que não adianta nada existir a patente se, por trás disso, não vier a inovação, a novidade e a aplicação industrial”, aponta. O pesquisador Calixto, por outro lado, acha importante que a iniciativa privada tenha em mente a noção de que o conhecimento tem um valor em si mesmo. “Muitos querem tudo de graça”, lembra Calixto, que reafirma sua satisfação pessoal e profissional com o processo envolvendo o Acheflan.
O medicamento brasileiro foi desenhado para ser usado em dores crônicas, seja em músculos da face ou em tendinites. “Em 100% dos casos em humanos nenhum efeito adverso foi registrado”, explica Brandão, que ficou responsável por essa fase do projeto. Segundo ele, além dos ganhos científicos – e 80% dos seres humanos testados tiveram uma melhora excelente ou muito boa – existe uma grande vitória simbólica em toda essa questão. “Isso serve para mostrar aos jovens estudantes, ao governo em geral e a toda a população que nós podemos fazer. Isso representa um sonho de muitas pessoas.”
O Laboratório Aché gastou R$ 15 milhões para desenvolver o produto, valor considerado pequeno para o desenvolvimento de um medicamento desse tipo.
Link de referência:
Segredo fitoterápico, Eduardo Geraque, Agência FAPESP
31/08/2005
2 Comments:
asasasas
No domingo passou uma reportagem sobre uma planta venenosa do sertão para cura do cancer. Eu tenho uma cadelinha de 11 anos com um tumor no fígado e gostaria de saber se pode ser testado nela.
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