ANDIROBA DE RAMA PIRATEADA!
Andiroba está sendo biopirateada, denunciam cientistas acreanos
Publicado em Nov 24, 2005
Edmilson Ferreira
Noticias da Hora.com
RIO BRANCO, AC – Pesquisadores da Universidade Federal do Acre (Ufac) identificaram novo caso de biopirataria no Estado desta vez envolvendo a andiroba-de-rama (Fevillea cordifolia ou Fevillea tribolata), um cipó que produz amêndoa de pouca fibra cujo teor de óleo chega a 66%. O óleo está sendo avaliado como muito próprio para produção de biodiesel.
Entre a população tradicional é usado para amenizar coceiras. Ribeirinhos e seringueiros conhecem a planta como castanha-de-mateiro. Há noticia de que essa andiroba-de-rama está sendo enviada desde Tarauacá, onde há grande prevalência, para Bauru, em São Paulo. “Quando falei com o técnico que fabrica a prensa que usamos para extrair o óleo, ele me disse que já tinha recebido e moído mais de cem quilos dessa planta lá em São Paulo”, disse Anelise Regiani, doutora em Química e chefe da equipe de professores e alunos que estudam plantas nativas para produção de biodiesel na Ufac.
O alerta a este NotíciasdaHora.com partiu também de outro doutor, Evandro Ferreira, pesquisador do Parque Zoobotânico da Ufac. Em seu blog www.ambienteacreano.blogspot.com, o cientista faz profundos questionamentos e denúncias quanto à utilização clandestina de agentes ativos de plantas exclusivamente amazônicas.
Anelise começou a estudar a andiroba-de-rama entre 2002 e 2003 a partir da busca de informações sobre prováveis fontes de combustão. Vasculhou a literatura científica à caça de dados sobre a planta mas só encontrou artigos elaborados na Alemanha sobre amostras coletadas no Peru. Outro artigo, publicado por cientista da Universidade de Lavras (MG) sobre o potencial antimicótico, soma, para a pesquisadora, indício de que essa andiroba –ou o conhecimento acerca dela -está sendo levada para fora do Acre sem autorização das instituições responsáveis pela guarda do patrimônio genético da região.
Ibama não permitiu – De fato, o Ibama nunca autorizou nenhuma atividade de pesquisa, extração ou transporte da andiroba-de-rama para outros Estados brasileiros ou outros países que não aquela especificada nos convênios de bioprospecção com as instituições locais. “Nunca autorizamos nada sobre a andiroba-de-rama. Essa questão da biopirataria está muito séria no Acre”, disse Josemar Caminha, diretor técnico do Ibama.
Além de Tarauacá, a andiroba-de-rama pode ser mais fartamente encontrada no Vale do Purus, na fronteira com o Amazonas. Ao que parece, até agora seus princípios químicos não foram patenteados. A possibilidade de a planta estar sendo alvo de biopirataria acelera a necessidade de registro de domínio da propriedade biocombustível do cipó em nome da Ufac, informou Anelise.
Publicado em Nov 24, 2005
Edmilson Ferreira
Noticias da Hora.com
RIO BRANCO, AC – Pesquisadores da Universidade Federal do Acre (Ufac) identificaram novo caso de biopirataria no Estado desta vez envolvendo a andiroba-de-rama (Fevillea cordifolia ou Fevillea tribolata), um cipó que produz amêndoa de pouca fibra cujo teor de óleo chega a 66%. O óleo está sendo avaliado como muito próprio para produção de biodiesel.
Entre a população tradicional é usado para amenizar coceiras. Ribeirinhos e seringueiros conhecem a planta como castanha-de-mateiro. Há noticia de que essa andiroba-de-rama está sendo enviada desde Tarauacá, onde há grande prevalência, para Bauru, em São Paulo. “Quando falei com o técnico que fabrica a prensa que usamos para extrair o óleo, ele me disse que já tinha recebido e moído mais de cem quilos dessa planta lá em São Paulo”, disse Anelise Regiani, doutora em Química e chefe da equipe de professores e alunos que estudam plantas nativas para produção de biodiesel na Ufac.
O alerta a este NotíciasdaHora.com partiu também de outro doutor, Evandro Ferreira, pesquisador do Parque Zoobotânico da Ufac. Em seu blog www.ambienteacreano.blogspot.com, o cientista faz profundos questionamentos e denúncias quanto à utilização clandestina de agentes ativos de plantas exclusivamente amazônicas.
Anelise começou a estudar a andiroba-de-rama entre 2002 e 2003 a partir da busca de informações sobre prováveis fontes de combustão. Vasculhou a literatura científica à caça de dados sobre a planta mas só encontrou artigos elaborados na Alemanha sobre amostras coletadas no Peru. Outro artigo, publicado por cientista da Universidade de Lavras (MG) sobre o potencial antimicótico, soma, para a pesquisadora, indício de que essa andiroba –ou o conhecimento acerca dela -está sendo levada para fora do Acre sem autorização das instituições responsáveis pela guarda do patrimônio genético da região.
Ibama não permitiu – De fato, o Ibama nunca autorizou nenhuma atividade de pesquisa, extração ou transporte da andiroba-de-rama para outros Estados brasileiros ou outros países que não aquela especificada nos convênios de bioprospecção com as instituições locais. “Nunca autorizamos nada sobre a andiroba-de-rama. Essa questão da biopirataria está muito séria no Acre”, disse Josemar Caminha, diretor técnico do Ibama.
Além de Tarauacá, a andiroba-de-rama pode ser mais fartamente encontrada no Vale do Purus, na fronteira com o Amazonas. Ao que parece, até agora seus princípios químicos não foram patenteados. A possibilidade de a planta estar sendo alvo de biopirataria acelera a necessidade de registro de domínio da propriedade biocombustível do cipó em nome da Ufac, informou Anelise.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home