ACREANOS NA BOLÍVIA
GOVERNO BOLIVIANO ESPERA REGULARIZAR SITUAÇÃO DE TODOS
TAXA COBRADA É ASTRONÔMICA: R$ 842!
Deu no O GLOBO. Leia o texto abaixo.
Quem conhece a história do "patrão" nos seringais acreanos, fica com a impressão que os bolivianos estão querendo imitar velhas práticas cobrando taxa tão "salgada". Entretanto, é preciso que aqueles que pagarem as taxas fiquem de olhos bem abertos: se o atual governo boliviano rasga contratos de milhões de dólares assinados com empresas petrolíferas, imaginem "acordinhos" feitos com seringueiros empobrecidos...
Bolívia faz campanha para incentivar brasileiros a regularizarem situação
Jairo Barbosa
Especial para o GLOBO
RIO BRANCO e BRASILÉIA (Acre). Os cerca de sete mil brasileiros que vivem ilegalmente em território boliviano serão alvos de uma campanha de esclarecimento o Departamento de Migração da Bolívia, que pretende incentivar a regularização dos imigrantes para permanência em terras bolivianas. A medida foi tomada após o Departamento de Terras da Bolívia verificar a ocupação de grandes áreas rurais por madeireiros e agricultores brasileiros.
A reforma agrária que começará a ser posta em prática até o fim deste mês pelo governo de Evo Morales tem a ilegalidade como um dos quesitos para a expulsão, que pode atingir os agricultores e madeireiros brasileiros. Mas a regularização terá um custo, que dificilmente poderá ser arcado pelos pequenos produtores rurais.
No próximo dia 18, o Departamento de Migração iniciará uma campanha em rádios, TVs e jornais sobre o processo para requerer o visto de permanência. A assessora legal do Departamento de Migração, Lourdes Loredo, disse que a campanha se justifica pela necessidade de o governo boliviano ter controle sobre as áreas exploradas na região de Pando (província que faz divisa com os estados brasileiros de Acre e Rondônia), onde vivem estes cerca de sete mil brasileiros em situação ilegal:
— O governo não pretende expulsar ninguém daqui, mas precisa saber quem são e quantos são os estrangeiros que vivem nessa região.
Para ter direito ao visto de permanência os brasileiros terão que pagar três mil bolivianos ou R$ 842. A maioria dos agricultores não tem recursos para quitar o débito com o país vizinho. A assessora acredita que o governo boliviano terá que encontrar uma saída diplomática para que o relacionamento entre os países não seja afetado.
As exigências da regularização e cobrança da taxa surpreendeu os seringueiros:
— Como eles querem cobrar uma taxa de nós, que dedicamos a vida para explorar essa área e gerar riquezas para eles? O dinheiro que ganho mal dá pra comer, quanto mais para pagar taxas! — disse Dunga Monte, que mora no seringal San José, na Bolívia.
As cidades de Xapuri, Epitaciolândia e Brasiléia, na fronteira do Brasil com a Bolívia, existem mais de 26 seringais, que abrangem terras brasileiras e bolivianas. É onde está parte dos brasileiros em situação irregular.
TAXA COBRADA É ASTRONÔMICA: R$ 842!
Deu no O GLOBO. Leia o texto abaixo.
Quem conhece a história do "patrão" nos seringais acreanos, fica com a impressão que os bolivianos estão querendo imitar velhas práticas cobrando taxa tão "salgada". Entretanto, é preciso que aqueles que pagarem as taxas fiquem de olhos bem abertos: se o atual governo boliviano rasga contratos de milhões de dólares assinados com empresas petrolíferas, imaginem "acordinhos" feitos com seringueiros empobrecidos...
Bolívia faz campanha para incentivar brasileiros a regularizarem situação
Jairo Barbosa
Especial para o GLOBO
RIO BRANCO e BRASILÉIA (Acre). Os cerca de sete mil brasileiros que vivem ilegalmente em território boliviano serão alvos de uma campanha de esclarecimento o Departamento de Migração da Bolívia, que pretende incentivar a regularização dos imigrantes para permanência em terras bolivianas. A medida foi tomada após o Departamento de Terras da Bolívia verificar a ocupação de grandes áreas rurais por madeireiros e agricultores brasileiros.
A reforma agrária que começará a ser posta em prática até o fim deste mês pelo governo de Evo Morales tem a ilegalidade como um dos quesitos para a expulsão, que pode atingir os agricultores e madeireiros brasileiros. Mas a regularização terá um custo, que dificilmente poderá ser arcado pelos pequenos produtores rurais.
No próximo dia 18, o Departamento de Migração iniciará uma campanha em rádios, TVs e jornais sobre o processo para requerer o visto de permanência. A assessora legal do Departamento de Migração, Lourdes Loredo, disse que a campanha se justifica pela necessidade de o governo boliviano ter controle sobre as áreas exploradas na região de Pando (província que faz divisa com os estados brasileiros de Acre e Rondônia), onde vivem estes cerca de sete mil brasileiros em situação ilegal:
— O governo não pretende expulsar ninguém daqui, mas precisa saber quem são e quantos são os estrangeiros que vivem nessa região.
Para ter direito ao visto de permanência os brasileiros terão que pagar três mil bolivianos ou R$ 842. A maioria dos agricultores não tem recursos para quitar o débito com o país vizinho. A assessora acredita que o governo boliviano terá que encontrar uma saída diplomática para que o relacionamento entre os países não seja afetado.
As exigências da regularização e cobrança da taxa surpreendeu os seringueiros:
— Como eles querem cobrar uma taxa de nós, que dedicamos a vida para explorar essa área e gerar riquezas para eles? O dinheiro que ganho mal dá pra comer, quanto mais para pagar taxas! — disse Dunga Monte, que mora no seringal San José, na Bolívia.
As cidades de Xapuri, Epitaciolândia e Brasiléia, na fronteira do Brasil com a Bolívia, existem mais de 26 seringais, que abrangem terras brasileiras e bolivianas. É onde está parte dos brasileiros em situação irregular.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home