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02 julho 2006

EUCLIDES DA CUNHA NA AMAZÔNIA

EUCLIDES DA CUNHA E A AMAZÔNIA: VISÃO MEDIADA PELA CIÊNCIA

José Carlos Barreto de Santana
Professor titular da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) Rua São Jorge, 63 Bairro Eucaliptos 44720-770 Feira de Santana — BA Brasil zecarlos@uefs.br

Publicado em História, Ciências, Saúde — Manguinhos, vol. VI (suplemento) 901-917, setembro 2000.

Parte 2

A visão do "paraíso perdido"

Euclides da Cunha pretendia que o livro através do qual expressaria as suas idéias sobre a Amazônia estivesse à altura de Os sertões. Em Um paraíso perdido (1997, pp. 266, 252), o escritor procuraria "vingar a Hiloe maravilhosa de todas as brutalidades das gentes adoidadas que a maculam desde o século XVII. Que tarefa e que ideal!" O escritor se dispunha a demonstrar que a Amazônia é uma terra que ainda se está preparando para o homem que a invadiu fora do tempo, impertinentemente, em plena arrumação de um cenário maravilhoso. Hei de tentar demonstrar isto. Mostrarei, talvez, esteiando-me nos mais secos números meteorológicos, que a natureza, aqui, soberanamente brutal ainda na expansão de suas energias, é uma perigosa adversária do homem. Pelo menos em nenhum outro ponto lhe impõe mais duramente o regime animal.

Um paraíso perdido não seria um livro escrito ao sabor das suas primeiras impressões, o tema requeria um grande esforço para compreender uma terra que "esconde-se em si mesma" e que, "para ser bem compreendida, requer o trato permanente de uma vida inteira". O livro não foi escrito e a produção de Euclides da Cunha sobre a Amazônia, após os trabalhos da Comissão de Reconhecimento, é composta de ensaios dispersos em artigos, discursos, crônicas e prefácios.

Parte desses ensaios foi reunida por Euclides da Cunha, e publicada postumamente no livro À margem da história (1909).14 Para Foot Hardman (1992b, p. 295), esses ensaios amazônicos, apesar de incompletos, formam um conjunto dos mais expressivos:

À margem da história e da literatura, pode-se acrescentar. Pois entre os traços mais interessantes destes textos amazônicos, encontram-se, sem dúvida, alguns sentidos dessa "prosa perdida", a meio caminho entre o "literário" e o "não literário", entre a natureza e a cultura, entre a geografia e a história, entre a civilização técnica e a barbárie, entre o elogio da ciência, da cultura letrada, e a dramatização épica dos seringueiros esquecidos, dos "rios em abandono".

A primeira parte do livro À margem da história (1944, pp. 25-6) leva o subtítulo de ‘Terra sem história’ e é iniciada pelas "impressões gerais" da Amazônia, "o maior quadro de terra; porém chatamente rebatido num plano horizontal ... o homem ali é ainda um intruso impertinente. Chegou sem ser esperado nem querido — quando a natureza ainda estava arrumando o seu mais vasto e luxuoso salão ... . Destarte a natureza é portentosa, mas incompleta. É uma construção estupenda a que falta toda a decoração interior."
Baseando-se em Alfred Wallace e Frederick Hartt, os quais cita, a Amazônia é tratada com sendo, provavelmente, a região mais nova do mundo e, apesar de percorrida pelos viajantes naturalistas e cientistas, seria também a menos conhecida. Convidando à leitura dos trabalhos realizados pelos pesquisadores que estiveram na região entre o início do século passado e o início do século XX, "de Humboldt a Goeldi", Euclides da Cunha (op. cit., pp. 26-7) afirma que nenhum deles deixou a calha principal do vale do Amazonas, o que seria ainda agravado pelo fato de cada qual haver se recolhido aos aspectos das suas especialidades, transformando-se em "geniais escrevedores de monografias", resultando deste esforço uma bibliografia científica amazônica que refletiria bem a fisiografia amazônica: "é surpreendente, preciosíssima, desconexa. Quem quer que se abalance a deletreá-la, ficará, ao cabo desse esforço, bem pouco além do limiar de um mundo maravilhoso."

No preâmbulo do livro Inferno verde, de Alberto Rangel, Euclides da Cunha (1994, pp. 200-1) fala de uma Amazônia conhecida aos fragmentos das especialidades, na qual aos geólogos, iludidos a princípio pelas aparências de uma falsa uniformidade estrutural, ainda não lhes sobrou o tempo para definirem um só horizonte paleontológico; aos botânicos não lhes chegam as vidas, adicionadas desde Martius a Jacques Huber, para atravessá-las à sombra de todas as palmeiras. ... Lemo-los ... e, à medida que os distinguimos melhor, vai-se-nos turvando, mais e mais, o conspecto da fisionomia geral ... . Escapa-se-nos de todo a enormidade que só se pode medir repartida.

Este repartir para conhecer seria o único caminho a ser adotado pela ciência diante da terra misteriosa, cujo espaço esconde-se em si mesmo. Walter Bates, Frederick Hartt, os naturalistas do Museu Paraense e os que os seguissem, realizariam ali uma tarefa lenta e contínua de vitórias parciais, que em "futuro remotíssimo", numa "guerra de mil anos contra o desconhecido" desvendariam, diante da inteligência humana, os seus derradeiros segredos. "Mas então não haverá segredos na própria natureza. A definição dos últimos aspectos da Amazônia será o fecho de toda a história natural..."

Antes que isto aconteça, Euclides da Cunha (op. cit., pp. 27-31) continua as suas "impressões gerais" na companhia dos "escrevedores de monografias", aos quais segue apontando abundantemente, e discute o papel geológico do rio Amazonas, visto como um agente do qual se destaca a função destruidora sobre a capacidade criativa, por não formar um delta, transportando os sedimentos retirados pela ação da erosão, ao longo do seu trajeto, para o Atlântico, onde as correntes marinhas se encarregariam de dissipar todo o material, levando-o para lugares distantes, como o litoral da Geórgia e das Carolinas, nos Estados Unidos. Diante deste comportamento do grande rio, Euclides da Cunha cria a metáfora do brasileiro que, saltando naqueles lugares, "é estrangeiro — e está pisando terras brasileiras. Antolha-se-lhe um contrasenso pasmoso: à ficção de direito estabelecendo por vezes a extraterritorialidade, que é a pátria sem a terra, contrapõe-se uma outra, rudemente física, que é a terra sem a pátria. É o efeito maravilhoso de uma espécie de imigração telúrica. A terra abandona o homem."

Importa assinalar que as observações feitas por Euclides da Cunha aos trabalhos dos cientistas e viajantes naturalistas, que antes dele percorreram a Amazônia, se encaixam com perfeição em seu próprio trabalho, uma vez que dele também se pode dizer não haver se afastado da calha do Purus e ter produzido um relatório que é a monografia de um rio. Quase todos os seus ensaios amazônicos escritos após a viagem pelo Purus têm este rio como pano de fundo. Assim acontece no ‘Rios em abandono’ (um perfil do Purus completamente baseado no "ciclo vital" de Moris Davis), ‘Um clima caluniado’, ‘Os caucheiros’, ‘Judas-Asvero’ (todos integrantes de À margem da história) e ‘Entre os seringais’ (publicado na revista Kosmos em 1906).

Assim, ganha sentido a observação de Franklin de Oliveira (1983, p. 98) de que, nos textos que escreveu sobre a Amazônia, Euclides da Cunha apresenta um painel simplificado e generalizado a partir da experiência, obtido num único trecho daquela região: o rio Purus. "Este rio o absorveu: ele pesquisou, com a maior atenção, as suas cabeceiras, seu povoamento (da foz às nascentes); suas condições de navegabilidade; seus varadouros; a flora e as condições de trabalho e vida nos seus seringais."

Uma caderneta de estudos

Um paraíso perdido não foi escrito, mas, se não consta em nenhum dos materiais consultados que Euclides da Cunha tenha desistido do seu intento, é de se supor que parte do tempo disponível entre os trabalhos profissionais e a preparação para o concurso para o Colégio Pedro II tenha sido empregada nos estudos para a elaboração do livro. Parte destes estudos pode ser encontrada diretamente nos trabalhos que tratam da Amazônia, e é sobre ela que geralmente se debruçam os que se dedicam a este aspecto da produção euclidiana.

Entendo, no entanto, que uma outra faceta dos esforços do escritor na preparação do livro, que não chegou a ser escrito, pode ser observada através da leitura de uma caderneta de estudos que se encontra no Grêmio Euclides da Cunha em São José do Rio Pardo (SP).15 Embora não seja possível determinar qual a data do início das anotações, pode-se afirmar que esta caderneta contém anotações feitas até o ano de 1909, o que significa considerar que a mesma estava sendo utilizada no período em que o escritor se dedicava aos estudos para a produção de Um paraíso perdido.16

A caderneta, inédita, contendo 252 páginas, não traz um estudo específico da região amazônica, mas caracteriza-se por uma peça bem mais abrangente, envolvendo todas as regiões do país. Às vezes são feitas longas transcrições dos trabalhos escolhidos. A maioria das transcrições envolve informações sobre o meio físico, principalmente os aspectos relacionados à geologia, clima, topografia e hidrografia. Também são comuns anotações sobre a flora, aparecendo, em menor número que estas, as anotações sobre a fauna e a história.

Algumas anotações podem ser agrupadas por assunto, como, por exemplo, as páginas que são baseadas nos Relatórios do Ministro da Agricultura, com uma preocupação em relacionar os trabalhos de exploração de diversos rios, destacando-se a presença dos estudos de João Martins da Silva Coutinho sobre o Amazonas e seus afluentes, inclusive o Purus e o Madeira.

Vários trabalhos sobre o Brasil que foram publicados no The Journal of the Royal Geographical Society, de Londres, entre 1862 e 1888, ocupam mais de trinta páginas da caderneta de Euclides da Cunha. Outra revista que passa a ter os seus artigos apontados predominantemente é a Brazilian Engineering and Mining Review. Aí, são os recursos minerais do Brasil o objeto mais destacado de atenção.

A maior parte da caderneta está dominada pela leitura de geólogos ou profissionais afins a este ramo do conhecimento, vários deles contemporâneos e até mesmo amigos de Euclides da Cunha, a exemplo de Teodoro Sampaio, Orville Derby, Gonzaga de Campos, Arrojado Lisboa, Henry Gorceix e Eugênio Hussak.

Como se pode verificar nas principais anotações contidas na caderneta de Euclides da Cunha, trata-se de estudos de grande abrangência. É possível interpretá-los como parte dos levantamentos do escritor para a elaboração de um livro sobre a Amazônia, se, além das datas de alguns dos materiais utilizados e da possibilidade de que a idéia do livro não fora abandonada, levarmos em conta que, como já acontecera em Os sertões, existia em Euclides da Cunha um projeto maior de interpretação nacional.

Euclides da Cunha encontrou dificuldades para integrar a Amazônia neste projeto de interpretação nacional e isto se deveu, em parte, ao fato de que os enfoques existentes, como os de Martius, Agassiz, Bates, Wallace, Hartt, Derby, Coutinho, Chandlles etc. "não bastam porque, ainda que profundos, não se alargam numa visão de conjunto como queria Euclides" (Holanda, 1992, p. 45). A esta observação pode ser acrescida a consideração de que se tratava de um esforço duplo: a busca de uma visão de conjunto da Amazônia em si e a inserção desta no universo mais amplo da natureza do Brasil. Assim, enquanto os "ensaios amazônicos" corresponderiam à primeira parte do esforço citado, a caderneta seria significativa para a segunda parte.

Franklin de Oliveira (1983, p. 100) acha possível que os "ensaios amazônicos" sejam, para o projeto de escrever Um paraíso perdido, o equivalente ao Diário de uma expedição, para a elaboração de Os sertões, que só foi escrito após o regresso de Canudos, e para o que Euclides da Cunha "mobilizou todo o repertório de saberes que considerou essenciais à elaboração do seu livro. É provável que esta experiência se repetisse no caso do seu segundo ‘livro vingador’."

A partir do conteúdo da caderneta e dos ensaios amazônicos pode-se admitir que, assim como em Os sertões, o traçado das condições físicas precederia o quadro antropológico e cultural. Também como em Os sertões, a geologia ganha destaque entre os cenários estudados, como se o autor mais uma vez pretendesse, antes de mais nada, descrever o anfiteatro onde atuariam os demais atores.

1 Título extraído do livro Paradise lost, do inglês John Milton.
2 Os "ensaios amazônicos" de Euclides da Cunha são compostos por três artigos publicados no ano de 1904 em O Estado de S. Paulo (‘Conflito inevitável’, ‘Contra os caucheiros’ e ‘Entre o Madeira e o Javari’), um artigo publicado no mesmo ano pelo jornal O País (‘Contrastes e confrontos’), incluídos posteriormente no livro Contrastes e confrontos (1907), juntamente com outros 22 artigos e estudos diversos; o artigo ‘Fronteira sul do Amazonas: questões de limites’, publicado em O Estado de S. Paulo (1898); toda a primeira parte do livro À margem da história (1909) (‘Terra sem história: impressões gerais’, ‘Rios em abandono’, ‘Um clima caluniado’, ‘Os caucheiros’, ‘Judas-Asvero’, ‘Brasileiros’, ‘A Transacreana’); o Relatório da Comissão Mista Brasileiro-Peruana de Reconhecimento do Alto Purus (1905), as ‘Notas complementares’ a este relatório (1906) e o Relatório Confidencial ao Barão do Rio Branco (1905); o livro Peru versus Bolívia (1907); o artigo ‘Entre os seringais’, publicado na revista Kosmos (1906); o preâmbulo do livro Inferno verde de Alberto Rangel (1907), e mais entrevistas, discursos e correspondência.
3 Como as Comissões de Limites necessitavam realizar levantamentos de astronomia posicional, o Observatório Astronômico fornecia, com certa freqüência, parte dos seus quadros para estes trabalhos. Henrique Morize (1987, p. 134) faz referência à participação de pessoal oriundo do Observatório nas Comissões de Limites com a Guiana Francesa, a Bolívia e a Argentina. Além de pessoal, o Observatório também fornecia diversos instrumentos para as comissões, inclusive a do Alto Purus, que teve Euclides da Cunha como chefe.
4 Caucheiros era a denominação dada aos que se dedicavam à atividade nômade de extração da seiva do caucho. Concorrente da seringa na produção da borracha, o caucho difere desta pelo fato de não renovar a seiva que lhe é retirada, o que levava os caucheiros a derrubarem a árvore para a extração imediata da seiva e ao abandono da área em busca de novas árvores.
5 As cartas de Euclides da Cunha para os amigos indicam que em 22 de dezembro de 1904 ele se encontrava em Fortaleza e teria chegado a Belém no dia 26 de dezembro, quando visitaria o Museu Paraense e o jornal Província do Pará, que registrou esta passagem do escritor na edição de 27 de dezembro de 1904.
6 José Veríssimo participara do processo de recriação do Museu Paraense, em 1891, quando ocupara o cargo de diretor geral de Instrução Pública do Pará(1889-91) (Veríssimo, 1894). Emílio Augusto Goeldi, zoólogo suíço (1859-1917), viera ao Brasil em 1884 e ocupara o cargo de subdiretor da seção de Zoologia do Museu Nacional (1885-90). Exerceria o cargo de diretor do Museu Paraense entre 1894 e 1907, período em que, "de fato, transformaria a instituição em um museu científico característico do final do século passado" (Lopes, 1997, p. 275).
7 Jacques Huber (1867-1914), botânico suíço, veio para o Museu Paraense em 1895 e organizou a seção de Botânica. Foi diretor do Museu Paraense de 1907 até a sua morte.
8 Não existem maiores evidências nos textos de Euclides da Cunha sobre qual trabalho de Huber, vários deles publicados no Boletim do Museu Paraense, teria sido lido por ele quando da chegada a Manaus.
9 O Relatório da Comissão Mista Brasileiro-Peruana de Reconhecimento do Alto Purus foi assinado pelos representantes dos dois países (Euclides da Cunha e Pedro Buenaño, respectivamente), mas, em carta ao barão do Rio Branco, datada de 30 de novembro de 1905, Euclides da Cunha (1997, p. 292) afirma que o Relatório "está sendo feito por mim e, apenas traduzido e em poucos trechos modificado, pelo comissário peruano". Esta declaração de autoria será assumida sempre que, neste trabalho, se tratar do Relatório. Utilizarei aqui a versão publicada com o título de ‘O rio Purus’ no livro Um paraíso perdido: ensaios, estudos e pronunciamentos sobre a Amazônia (1994).
10 Será utilizada neste trabalho a versão publicada sob o título de ‘Geografia do Alto Purus’ no livro Um paraíso perdido (1994).
11 O major Silva Coutinho, por suas atividades de exploração de rios amazônicos, tornou-se conhecido de Agassiz, que solicitou ao imperador autorização para que o engenheiro o acompanhasse na sua viagem até a Amazônia. A participação de Silva Coutinho na expedição é elogiada por Agassiz, que teve nele "um colaborador dos mais preciosos, de atividade e devotamento à ciência infatigáveis, um guia sem igual e um amigo cuja afeição espero conservar para sempre" (Agassiz, 1975, p. 91).
12 No próprio relatório da comissão, julga-se necessário explicar o que se chama varadouro: "Assim se denominam as veredas ou trechos rapidamente abertos e que têm por objeto passar de um rio para outro em curtíssimo tempo; às vezes encurtam grandes distâncias, comunicando seções de um mesmo rio" (Cunha, 1994, p. 120).
13 Além do varadouro ligando o Purus e o Madre de Dios, a comissão indicaria ainda o local de existência do varadouro que ligaria os rios Madre de Dios e Ucaiale. Resolviam-se assim as dúvidas relacionadas às nascentes destes três rios.
14 O livro À margem da história está estruturado em quatro partes, sendo que apenas a primeira delas, intitulada ‘Terra sem história’, trata de questões amazônicas. Na segunda parte o autor reuniu, sob o título de ‘Vários escritos’, artigos sobre um tema mais amplo, a América do Sul. A terceira parte é composta por um ensaio de história brasileira, ‘Da Independência à República’, enquanto a quarta parte é destinada ao ensaio ‘Estrelas indecifráveis’, onde o aparecimento da estrela guia dos reis magos é analisado sob o ponto de vista da astronomia (Cunha, 1966b, pp. 221-384).
15 O Grêmio Euclides da Cunha possui ainda uma outra caderneta de estudos de Euclides da Cunha, sem título e sem data, e contendo, principalmente, trechos extraídos do trabalho ‘Itinerário do Rio de Janeiro ao Pará e Maranhão pelas províncias de Minas Gerais e Goiás, seguido de uma descrição corográfica de Goiás e dos roteiros desta província as de Mato Grosso e São Paulo’ (1836) de Raimundo José da Cunha Matos. Entre os trechos transcritos de Cunha Matos aparecem anotações em francês, aparentemente acrescidas posteriormente pelo próprio Euclides, de trabalhos de P. S. Victor.
16 A ‘Carta geográfica do território do Acre’, que integra a edição de 1907 do livro Navegação do Acre, de Plácido de Castro, encontra-se colada à página 45 da caderneta e parece indicar com maior clareza que Euclides da Cunha encontrava-se em plena fase de estudos daquela região.

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Cunha, Euclides da 1994 ‘Os caucheiros’. Em Um paraíso perdido: ensaios, estudos e pronunciamentos sobre a Amazônia. Rio de Janeiro, José Olympio, pp. 52-63.

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