Google
Na Web No BLOG AMBIENTE ACREANO

09 agosto 2006

NATUREZA SE RECOMPONDO?

PRECIPITAÇÃO ACUMULADA EM 2006 JÁ SUPERA A DE 2005

FLORESTAS NATIVAS AINDA ESTÃO ALTAMENTE SUCETÍVEIS

O monitoramento da precipitação acumulada em Rio Branco em 2006 revelou dados preocupantes. Nos quatro primeiros meses do ano (Janeiro-Abril), a precipitação acumulada (dados do site Agritempo) indicavam uma seca igual ou pior do que a de 2005. Ao final de abril de 2006, a diferença em precipitação acumulada era de (+) 5,1 mm em 2006, uma valor insignificante.

A grande preocupação era de que março, um mês tradicionalmente chuvoso e que "informalmente" encerra o período das chuvas ou o nosso "inverno" amazônico, não foi como o esperado. Abril de 2006 foi ainda pior, chovendo menos em 2006 do que em 2005. Naquela altura a preocupação era mais do que justificada. Todo mundo se mobilizou, ainda bem.

A virada veio no mês de maio, quando o acumulado do ano de 2006 ultrapassou 2005 em 78,9 mm. Ao final de julho temos um saldo positivo de 62,2 mm a mais de precipitação em 2006. É um alívio.

Talvez o grande desastre que estava se anunciando não ocorra mais. Mas não vamos ser tão otimistas. A época das queimadas ainda não chegou e, mais importante, existem mais de 250 mil hectares de florestas virgens com sub bosque danificado, aberto e dezenas de árvores mortas (secas). Nestas condições o solo seca mais rápido e, por tabela, a folhagem sobre o solo. Floresta aberta retém menos umidade. Portanto, o perigo persiste porque esta grande quantidade de áreas altamente sucetíveis a incêndios (acidentais ou não) poderá trazer um panorama diferente à nossa conhecida estação de queimadas.

No lugar de vermos dezenas de milhares de hectares de áreas recém derrubadas, áreas agrícola e pastagens em chamas no mês de setembro, talvez tenhamos a dolorosa oportunidade de ver dezenas de milhares de hectares de florestas em chamas. Digo isso porque estão proibidas as queimadas até o final de setembro. Além disso, a crise econômica no meio rural não tem contribuído para que os produtores se sintam estimulados a abrirem novas áreas. É óbvio que nem por isso não deixarão de ocorrer queimadas. E são essas queimadas que poderão dar início à queima das áreas florestais danificadas.

Considerando as dificuldades de acesso, pode-se prever que muitos incêndios ficarão fora de controle e não poderão ser combatidos usando os meios convencionais.

Será que nesse ano vamos ver aviões e helicópteros-bombeiros sobrevoando o nosso céu?

Clique aqui para saber mais sobre a mudança no regime de chuvas na região de Rio Branco nos últimos 18 meses.