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07 setembro 2006

ASSASSINATO DE VANESSA

MULHER DO ACUSADO CONFIRMA QUE FOI SEU MARIDO QUEM MATOU PESQUISADORA

Roberto Vaz*

RIO BRANCO, AC - O presidiário em liberdade condicional, Raimundo Nonato Rocha de Lima (Di Manaus) 36, dificilmente escapará de uma severa condenação pelo crime praticado contra a pesquisadora portuguesa Vanessa Anabella Schaffer Sequeira 36.

Segundo um dos investigadores que trabalhou no caso, Raimundo Nonato Rocha de Lima teria violentado sexualmente Vanessa Sequeira antes de assassiná-la com diversos golpes provocados por um pedaço de madeira. Pelo que a polícia conseguiu apurar, depois do crime praticado, o assassino arrastou o corpo por cerca de 200 metros e o jogou dentro de um igarapé. Preso ainda na madrugada de domingo em sua casa, na comunidade Toco Preto, o criminoso foi ouvido em inquérito presidido pelo delegado Geral de Policia Civil de Sena Madureira, João Augusto Fernandes.

Mesmo com todas as evidências contra sua pessoa, continua negando a autoria do crime e afirmando não lembrar de nada porque estava embriagado. Para a polícia sua negativa é irrelevante. As amostras de sangue da vítima e suspeito para os exames de DNA foram enviadas para Minas Gerais e devem chegar em 15 dias. A policia acredita que o resultado incriminará em definitivo o suspeito.

Depoimento da esposa incriminou o suspeito

Se todas essas evidencias não bastassem, a polícia tem o depoimento bombástico da mulher do suspeito, a doméstica S.L. S, 28 anos. “Não tenho nenhuma sombra de dúvida quanto à culpa d’ele nesse crime, Pelo contrário, tenho certeza absoluta”, disse ela em seu depoimento ao representante do Ministério Público. S.L.S recebeu do Ministério Público Estadual a garantia de que entrará no programa de proteção a testemunhas, por isso resolveu contar tudo o que sabe sobre o marido, nesta quarta-feira, 6, num depoimento que durou mais de três horas.

No seu depoimento ela contou que “Raimundo começou a beber ainda pela manhã em companhia dos irmãos Ilson e Milson antes de se dirigirem ao campo do Arnaldo (um esportista vizinho à família do criminoso)”. Revelou que “eles retornaram por volta de 11h30min e continuaram a beber cachaça. Lá pelas tantas, Raimundo tentou obrigar Elizeu (amigo da família) tomar um gole da pinga e foi repreendido pelos irmãos Ilson e Milson. Começaram a discutir e em poucos minutos travam luta corporal. Os irmãos o ameaçam com um terçado.” Segundo S.L.S foi ela quem apartou os irmãos brigões. Disse que já passava das 15 horas quando Raimundo, após tomar um banho e se arrumar, pegou a bicicleta de sua irmã (de cor azul) e saiu afirmando que ia até a cidade de Sena Madureira registrar uma queixa contra os irmãos.

Ainda em seu depoimento a mulher disse ao representante do Ministério Público e ao delegado José Barbosa, que “por volta de 16 horas e 30 minutos, o marido retornou para casa sem a bicicleta, sem a blusa e com manchas de sangue nas mãos e na calça; Com arranhões pelo corpo e todo sujo de lama e capim”.

- "Perguntei o que ele tinha aprontado, mas ele não me respondeu", revelou S.L.S., acrescentando que “Sem nada dizer ele seguiu rumo ao igarapé próximo da casa para tomar banho”.

Desconfiada, contou a mulher, o seguiu e chegou a tempo de vê-lo esvaziando os bolsos, de onde retirou um aparelho GPS, algumas balas e um saquinho de tabaco que Vanessa usava para mascar. A mulher disse que havia visto a pesquisadora há dois dias e de imediato reconheceu seus pertences.

Disse S.L.S que ao ser questionado o marido desconversou, proferindo a seguinte frase: “ela não é pesquisadora coisa nenhuma. É agente da Policia Federal”. Diante da insistência da esposa em querer saber o que tinha acontecido com a Vanessa, ele teria a respondido em forma de ironia: “fala mais alto, pois assim todo mundo vai escutar o que você está falando”.

A mulher retornou para casa. O marido ficou tentando se livrar das manchas de sangue nas roupas e no próprio corpo. “Era por volta de 1 hora da madrugada de segunda-feira quando chegou à nossa casa um policial (o capitão da Polícia Militar Messia, comandante da PM em Sena Madureira)”. Ele estava procurando informações sobre a pesquisadora, pois tinha registro de seu desaparecimento.

Na manhã seguinte o corpo da jovem foi encontrado sem roupas dentro de um chavascal a 200 metros da beira do ramal. O cavalo que ela usava estava na colocação do vizinho. Bem próximo ao animal, a bicicleta usada pelo suspeito.

A policia voltou a casa de Raimundo e o prendeu. A mulher d’ele foi à delegacia e contou tudo que sabia. “Não tenho a menor duvida que foi ele quem matou a pesquisadora”, concluiu S.L.S em seu depoimento.

A vida com Raimundo

Sobre proteção policial S.L.S está em Rio Branco onde só a polícia sabe o endereço. O casal tem uma filha de 9 meses. A mulher disse que conheceu o marido na época em que ele era presidiário em Manaus, por volta de 1995. Havia assassinado uma pessoa em Boca do Acre. Desde 2003, época em que ele ganhou liberdade condicional passaram a viver juntos e se mudaram para o Acre. Foram morar próximo dos parentes d’ele no Projeto de Assentamento Joaquim de Matos, distante 36 km do Município de Sena Madureira.

A mulher conta que o marido sempre foi violento, especialmente quando ingere bebida alcoólica e acrescenta que ele, ocasionalmente, usava drogas. S.L.S diz não se arrepender em delatar o marido à polícia e justifica: “Pelo que ele fez não pode ficar sem punição. Vai ter que pagar pelo crime. A pesquisadora era uma moça que todos gostavam e respeitavam. Não ofendia ninguém. Estava apenas trabalhando e não merecia o que foi feito com ela”.

*Roberto Vaz é Editor Chefe do site Notícias da Hora
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COMENTÁRIOS:

Natassia Alves deixou o seguinte comentário:

Cada vez que leio depoimentos como esses sinto minha barriga embulhar. O que pensar de uma pessoa assim, que não tem o mínimo respeito à vida humana? E Vanessa, esta certamente está em um lugar bem melhor, de paz e tranqüilidade.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Cada vez que leio depoimentos como esses sinto minha barriga embulhar. O que pensar de uma pessoa assim, que não tem o mínimo respeito à vida humana? E Vanessa, esta certamente está em um lugar bem melhor, de paz e tranqüilidade.

07/09/2006, 13:51  
Anonymous Anônimo said...

Tinha que ter era pena de morte pra esse tipo de lixo desumano...fiko triste com tantas coisas ruins que existem.

06/12/2008, 12:26  

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