QUALIDADE DO AR NO ACRE
É ECONOMICAMENTE VIÁVEL INVESTIR NA MELHORIA DA QUALIDADE DO AR QUE RESPIRAMOS EM RIO BRANCO?
- Estudo demonstra que sim. Para cada dólar investido, os benefícios estimados são de aproximadamente U$ 21.
- Estudo revela contradição da população de Rio Branco: queimadas (efeito) são problema ambiental mais importante do que as derrubadas (causa).
Os pesquisadores Rubicleis Gomes da Silva (Departamento de Economia da UFAC) e João Eustáquio de Lima (Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa) publicaram, na Revista de Economia e Sociologia Rural (Volume 44, n.2, Abril-Junho de 2006), interessante artigo abordando o tema da viabilidade no investimento na melhoria da qualidade do ar no Acre.
O objetivo da pesquisa foi, de uma forma geral, "analisar os impactos da poluição do ar pelas queimadas sobre a sociedade acreana. Especificamente: a) determinar quanto a sociedade está disposta a pagar pela diminuição dos malefícios ocasionados pelas queimadas; e b) comparar o valor da disposição a pagar agregada com o custo das morbidades das doenças respiratórias no ano de 2004. A teoria das externalidades é utilizada para referenciar este trabalho".
Durante a pesquisa foram entrevistados 101 homens e 144 mulheres na cidade de Rio Branco. Segundo os entrevistados, dentre os vários problemas ambientais que são relativamente comuns no Acre, 49% destacaram que as queimadas eram o problema que mais lhes preocupava, seguidas da poluição dos rios e igarapés (29,80% das preocupações), desflorestamento (14, 0%) e as demais opções representaram 6,90%).
Segundo o estudo, "as queimadas exercem grande impacto na percepção ambiental dos entrevistados, possivelmente em razão de estas terem grande impacto no bem-estar da sociedade". A maioria (86,50%) afirmou que sentia algum desconforto durante o período de junho a outubro (período de queimadas na Amazônia).
Quando questionados sobre a freqüência em que algum ente familiar foi acometido de alguma doença respiratória no período das queimadas nos últimos dois anos, a maioria esmagadora (99,60%) respondeu que sim. Para 46,30% dos entrevistados, houve mais de quatro casos de doenças respiratórias durante os dois anos anteriores. O resultado mostra, claramente, que as queimadas exercem externalidades negativas sobre o bem-estar da comunidade.
Para os pesquisadores, "os problemas ocasionados pela poluição do ar em razão das queimadas existentes dentro e fora do Estado do Acre têm causado sérios prejuízos à saúde da população. Como as queimadas provocam malefícios à sociedade, a mensuração da disposta a pagar (DAP) para diminuir esses impactos, constitui importante informação para avaliar se um projeto de despoluição é viável economicamente".
Com os resultados da consulta junto à população em mãos, os pesquisadores estimaram o valor dos benefícios da melhoria da qualidade do ar no Estado do Acre e os resultados indicaram que "para cada dólar aplicado em despesas de internações ocasionadas por morbidades respiratórias, a melhoria do ar acarreta um benefício de R$ 21,08, o que representa que a melhoria dessa característica ambiental é viável economicamente".
Os pesquisadores concluem afirmando que "o valor máximo que a sociedade se dispõe a contribuir para a melhoria da qualidade do ar no Estado do Acre pode ser utilizado para o financiamento de projetos de desenvolvimento de tecnologia e extensão rural que possibilitem criar condições objetivas para o produtor rural incorporar em seu processo de produção agropecuária práticas alternativas às queimadas no preparo do solo".
Clique aqui para ler o artigo completo.
Crédito da foto: Comitê de Defesa Civil, Plácido de Castro.
É ECONOMICAMENTE VIÁVEL INVESTIR NA MELHORIA DA QUALIDADE DO AR QUE RESPIRAMOS EM RIO BRANCO?
- Estudo demonstra que sim. Para cada dólar investido, os benefícios estimados são de aproximadamente U$ 21.
- Estudo revela contradição da população de Rio Branco: queimadas (efeito) são problema ambiental mais importante do que as derrubadas (causa).
Os pesquisadores Rubicleis Gomes da Silva (Departamento de Economia da UFAC) e João Eustáquio de Lima (Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa) publicaram, na Revista de Economia e Sociologia Rural (Volume 44, n.2, Abril-Junho de 2006), interessante artigo abordando o tema da viabilidade no investimento na melhoria da qualidade do ar no Acre.
O objetivo da pesquisa foi, de uma forma geral, "analisar os impactos da poluição do ar pelas queimadas sobre a sociedade acreana. Especificamente: a) determinar quanto a sociedade está disposta a pagar pela diminuição dos malefícios ocasionados pelas queimadas; e b) comparar o valor da disposição a pagar agregada com o custo das morbidades das doenças respiratórias no ano de 2004. A teoria das externalidades é utilizada para referenciar este trabalho".
Durante a pesquisa foram entrevistados 101 homens e 144 mulheres na cidade de Rio Branco. Segundo os entrevistados, dentre os vários problemas ambientais que são relativamente comuns no Acre, 49% destacaram que as queimadas eram o problema que mais lhes preocupava, seguidas da poluição dos rios e igarapés (29,80% das preocupações), desflorestamento (14, 0%) e as demais opções representaram 6,90%).
Segundo o estudo, "as queimadas exercem grande impacto na percepção ambiental dos entrevistados, possivelmente em razão de estas terem grande impacto no bem-estar da sociedade". A maioria (86,50%) afirmou que sentia algum desconforto durante o período de junho a outubro (período de queimadas na Amazônia).
Quando questionados sobre a freqüência em que algum ente familiar foi acometido de alguma doença respiratória no período das queimadas nos últimos dois anos, a maioria esmagadora (99,60%) respondeu que sim. Para 46,30% dos entrevistados, houve mais de quatro casos de doenças respiratórias durante os dois anos anteriores. O resultado mostra, claramente, que as queimadas exercem externalidades negativas sobre o bem-estar da comunidade.
Para os pesquisadores, "os problemas ocasionados pela poluição do ar em razão das queimadas existentes dentro e fora do Estado do Acre têm causado sérios prejuízos à saúde da população. Como as queimadas provocam malefícios à sociedade, a mensuração da disposta a pagar (DAP) para diminuir esses impactos, constitui importante informação para avaliar se um projeto de despoluição é viável economicamente".
Com os resultados da consulta junto à população em mãos, os pesquisadores estimaram o valor dos benefícios da melhoria da qualidade do ar no Estado do Acre e os resultados indicaram que "para cada dólar aplicado em despesas de internações ocasionadas por morbidades respiratórias, a melhoria do ar acarreta um benefício de R$ 21,08, o que representa que a melhoria dessa característica ambiental é viável economicamente".
Os pesquisadores concluem afirmando que "o valor máximo que a sociedade se dispõe a contribuir para a melhoria da qualidade do ar no Estado do Acre pode ser utilizado para o financiamento de projetos de desenvolvimento de tecnologia e extensão rural que possibilitem criar condições objetivas para o produtor rural incorporar em seu processo de produção agropecuária práticas alternativas às queimadas no preparo do solo".
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Crédito da foto: Comitê de Defesa Civil, Plácido de Castro.
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