Do Secretário de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia, Augustinho Pastore, apontando o que ele considera como lado bom do"desmatamento recorde" em seu Estado:
“A grande vantagem desse desmatamento de 28% é que em um hectare de floresta nativa, você tira em média 30 metros de madeira. Já numa área reflorestada, você pode tirar até 300 metros. Essa é a grande vantagem de reflorestar”. E ele completa "Temos 28% de área desmatada, mas não é à toa que Rondônia é o estado mais desenvolvido da Amazônia". De acordo com a Secretaria do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia, o Estado tem 110 mil propriedades rurais, 80% delas com energia elétrica, e 12 milhões de cabeças de gado.
O secretário aponta que em dez anos Rondônia vai ter mais mata do que atualmente. “Dentro de uma década, vamos ter menos área desmatada do que hoje, porque estamos trabalhando num grande projeto de reflorestamento. Assim, vamos incentivar o emprego e a renda”.
Duvido muito que os proprietários de terra em Rondônia vão mesmo fazer o reflorestamento. Não sei como isto está sendo conduzido e em que bases é feito. Mas se para reflorestar os proprietários tiverem direito a um empréstimo "generoso", seguramente os milhões de mudas que serão produzidas até serão levadas ao campo. Agora se elas vão realmente crescer e atingir o ponto de corte....vai depender do seguro. É bom alguem alertar os agentes financeiros que irão financiar o reflorestamento rondonienses para não incluir no empréstimo qualquer tipo de seguro.
Vai acontecer lá o que ocorreu com as seringueiras que foram plantadas com o dinheiro do PROBOR aqui no Acre nas décadas de 70 e 80. A maioria dos plantios pegou fogo por "culpa" da cobertura verde usada na época, uma leguminosa conhecida como puerária. Quem "perdeu" os plantios em razão do fogo teve direito a receber um gordo seguro do banco.
Primeiro desmatar para depois plantar
Acho que o Secretário rondoniense tem a mesma mentalidade dos "impresários" acreanos do ramo imobiliário. Quando vão "lançar" um novo empreendimento, a primeira coisa que fazem é "limpar" o terreno. O trator de esteira e a motoniveladora passam e não fica uma única árvore nativa no terreno. Foi assim na Chácara Ipê, até hoje um campo limpo. No residencial Rosalinda, Joafra, Manoel Julião, e tantos outros.
Na mente destes empresários, os "felizes" compradores dos lotes irão fazer o replantio das árvores derrubadas. Vão penar com o excesso de sol, mas em pouco mais de 10 anos o loteamento vai estar uma beleza. Cheio de pés de manga, jambo, figueira, castanhola e tantas outras espécies exóticas que crescem praticamente "sozinhas" por toda a cidade.
Fonte: José Carlos Mattedi, Repórter da Agência Brasil
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