Reportagem - Antonio Barros
Edição - Sandra Crespo
Durante audiência pública sobre o impacto dos desmatamentos em assentamentos rurais, o deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA) citou estatísticas que atribuem aos assentamentos rurais a responsabilidade por até 15% dos desmatamentos na Amazônia, em especial nos estados de Roraima, Rondônia e Pará. "Sem orientação adequada e sem assistência técnica, eles fazem queimadas para plantar verduras e legumes ou simplesmente derrubam árvores para extrair madeira", afirmou.
Avanço e ações integradas
O diretor da Região Norte do Incra, Raimundo Lima, disse que os projetos de assentamentos sustentáveis são recentes e representam um grande avanço para combater a degradação ambiental. No passado, explicou, não havia nenhuma preocupação ambiental quando os assentamentos eram implantados. "Aliás, o próprio governo estimulava o desmatamento, pois os assentamentos só eram realizados após a destruição de 50% da área ocupada", afirmou.
O diretor de proteção ambiental do Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Flávio Montiel, disse que a política ambiental brasileira recente passou a contemplar ações estratégicas para combater o desmatamento em áreas de assentamento. Entre essas ações, Montiel destacou um plano integrado, que envolve 12 ministérios, para intensificar a fiscalização ambiental, trabalhista, fundiária, tributária e rodoviária. O acompanhamento é feito pelo grupo permanente de trabalho interministerial, coordenado pela Casa Civil da Presidência da República.
Além disso, o diretor do Ibama citou a implantação do sistema compartilhado de licenciamento ambiental de propriedades rurais. Essas medidas fazem parte do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia para o ano de 2007. "A adoção de medidas integradas é muito mais eficiente, pois não basta combater apenas os crimes ambientais, mas todas as demais atividades ilícitas", salientou.
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