NO LUGAR DA UNIVERSIDADE DA FLORESTA...
...A população tradicional do Juruá abraça a escola Yorenka Ãtame
Imperdível a coluna "Papo de índio" do jornal Página 20 desta semana (clique aqui para ler). Confesso que li a coluna com satisfação e tristeza. Finalmente matei a curiosidade sobre os detalhes da inauguração da escola Yorenka Ãtame pelos Ashaninkas lá do alto Juruá.
O Blog do Altino já tinha dado uma pincelada sobre esta escola.
Lendo a matéria dá para entender o porque da decepção de Manuela Carneiro da Cunha (leia aqui entrevista dela ao Blog do Altino) com os rumos que a Universidade da Floresta (UF) está tomando. Segundo ela, tudo caminha para que a UF se transforme em um mero "Campus Burocrático".
Eu acrescentei que além disso, ela estava virando um "feudo acadêmico" de grupos da sede da UFAC em Rio Branco e do próprio campus da Universidade da Floresta em Cruzeiro do Sul. Tudo em nome da busca pelo poder e do apelo que a UF (ainda) representa para a captação relativamente fácil de recursos para a pesquisa.
Muitos CVs Lattes irão dar, em pouco tempo, salto em qualidade e quantidade de publicações científicas. Mas será que é disso que o juruá precisa?
Fiquei alegre em saber que os povos da floresta do juruá estão se unindo e realizando o sonho de compartilhar e realizar a troca de saberes. A escola Yorenka Ãtame é o primeiro passo. Era isso que a UF deveria incentivar, apoiar concretamente e, na medida do possível, liderar. Fiz parte das reuniões onde se definiu o papel da UF e aproveito a oportunidade para, humildemente, me colocar a disposição para ajudar no que for possível para que a escola Yorenka Ãtame tenha o sucesso esperado pelos seus idealizadores.
Fiquei triste ao ler toda a coluna e não ver uma única menção à Universidade da Floresta. Não foi isso que se pensou quando das primeiras reuniões e discussões sobre o papel que a mesma teria na interação "academia x conhecimentos tradicionais".
A administração da UFAC precisa, com urgência, intervir para que a equipe que está comandando o processo de consolidação da Universidade da Floresta não continue fora de rumo e, aparentemente, navegando um caminho solitário e totalmente descoplado da realidade da região onde a universidade está implantada.
Crédito da imagem: Coluna Papo de Índio
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