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05 julho 2007

CIÊNCIAS EXATAS NO ENSINO PÚBLICO BRASILEIRO: FALTAM PROFESSORES CAPACITADOS

Déficit na área de ciências exatas poderá condenar o país a ser eterno importador de tecnologias avançadas. Vanguarda em ciências sociais tem pouco impacto econômico. Brasil corre o risco de virar uma nova Cuba na América latina

Estudo elaborado para o Conselho Nacional de Educação (CNE) indica que as escolas públicas brasileiras apresentam déficit de 246 mil professores graduados para atuar no segundo ciclo do ensino fundamental (5ª a 8 ª Séries) e no ensino médio.

Segundo o relatório, a situação mais grave acontece nas disciplinas de física e química. Na área de física houve uma demanda, no período de 1990 e 2001, de 55.231 professores, mas as universidades brasileiras licenciaram apenas 7.216 profissionais na disciplina. Em química foram formados 13.559 licenciados para atender uma demanda de 55.231 vagas.

Segundo o MEC e o Fórum dos Pró-Reitores de Graduação, desde 1997 a evasão nos cursos de licenciatura de Física e Química se mantém por volta de 65% e 75%, respectivamente.

De uma maneira geral, o déficit de professores graduados na área de ciências exatas é uma péssima notícia para o país. Ele gera um efeito cascata que tem mantido a alta taxa de evasão nos cursos de graduação. É que alunos ensinados por professores despreparados terminam se desinteressando pela área.

Seguir os passos de Cuba ou Coréia

Sem profissionais de ciências exatas em número suficiente, o país está condenado a ser mero consumidor de tecnologias das áreas de informática, telecomunicações, biotecnologia e química fina produzidas em países como Coréia, Japão e Finlândia. Na prática, esta deficiência favorece empreendimentos tipo a Zona Franca de Manaus, em que os empregos gerados absorvem apenas a mão-de-obra menos qualificada para montar produtos desenvolvidos em outros países.

Por outro lado, a abundância de professores licenciados nas áreas sociais indica que o país caminha para atingir o mesmo nível de “capacidade” intelectual de países como Cuba, onde quase todos os professores e trabalhadores possuem nível superior, mas o nível tecnológico da sociedade é, na melhor das hipóteses, equivalente ao que o Brasil viveu na década de 80.

Precisamos decidir o que queremos ser: um país com milhares de profissionais “hábeis” nas discussões sociais teóricas, capazes de identificar os problemas e sugerir as soluções, mas sem a capacidade tecnológica de resolver os mesmos, ou avançar em direção a uma sociedade tipo a Coreana, onde o alto grau de formação educacional dos professores e trabalhadores levou o país a um nível de desenvolvimento que beira ou mesmo já iguala o dos países desenvolvidos.

Eu prefiro a segunda situação. Chega de teoria!!!