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05 maio 2008

GOLPE DA ELITE NA BOLÍVIA

Vejam como são as coisas em um país onde a democracia ainda é incipiente. A oligarquia boliviana, que saqueou, vendeu e escravizou por anos os recursos naturais e os trabalhadores, inconformada com a subida ao poder do primeiro presidente representante da parte majoritária da população, resolveu realizar um referendo para decidir a autonomia da região mais rica do país.

Agiram de maneira infantil, preferindo o caminho do confronto, assumindo a postura do mau perdedor, que inconformado, sempre costuma dizer: 'ganhou mas não levou!'.

É uma pena pois a Bolívia, todos sabem, é um país extremamente pobre que deveria estar trabalhando unido para construir um futuro melhor para seu povo. Ma a elite na maioria dos lugares é assim mesmo. Não admite perder seus privilégios. E para se manter no poder é capaz de fazer coisas impressionantes. Até mesmo arriscar o futuro de uma nação, como é o caso boliviano.

O estopim boliviano está aceso e conflitos graves poderão ser desencadeados em futuro próximo. Torço para que os bolivianos encontrem uma saída para o seu problema, mas desde já espero que a maioria do povo, os descendentes indígenas, autênticos 'donos' do país, não dê o braço a torcer e baixem a cabeça mais uma vez para a minoria que sempre governou o país.

Evo Morales pode ter tomado atitudes radicais contra empresas brasileiras e nossa imprensa não perdeu tempo de mostrar o líder boliviano como um oportunista. No entanto, muitas de suas atitudes foram normais diante das vantagens absurdas que multinacionais estavam levando nos contratos negociados antes de Morales subir ao poder.

Pouca gente sabe, mas uma termelétrica de Cuiabá, pertencente a uma empresa privada brasileira, conseguiu a façanha de garantir contratos de gás pagando pouco mais de 25% do preço praticado no mercado. Isso é exploração e nada mais natural do que acabar com a pouca vergonha.

Eu acho que a atitude do Brasil para com a Bolívia de Morales, agindo como o irmão mais velho, é mais que conveniente. Pela situação precária do nosso vizinho e considerando a nossa condição atual, um pouco de solidariedade é mais do que um gesto amistoso. Mostra apreço e compromisso para que os vizinhos possam progredir e dar condições de vida digna a seu povo.

Ao Brasil e ao Acre interessa que a Bolívia continue a existir como nação e não como retalho. Vejam que se a Bolívia se firmar como democracia, com instituições sólidas, só teremos a ganhar. Por enquanto, as fragilidades democráticas do nosso vizinho permitem que o país seja território livre para a produção e tráfico de drogas, comercialização de veículos roubados no Brasil etc.

Se a Bolívia fosse uma nação forte e estruturada, tão desenvolvida como o Brasil, o Acre estaria, seguramente, livre do maior flagelo da atualidade: as drogas.

Solidarizo-me com os vizinhos e desejo boa sorte e que encontrem uma saída democrática e civilizada que atenda aos interesses de todos. E viva a democracia.