ANGELIM, O FAVORITO

José Mastrangelo, filósofo e teólogo, escreveu em sua coluna no diário online 'A Folha do Acre', o artigo que tomei a liberdade de reproduzir abaixo

O favorito
José Mastrangelo, 03/10/2008






Rio Branco, Capital do Estado do Acre, já escolheu o favorito nas eleições do próximo dia 5 de outubro. É Angelim (PT), atual prefeito do município. Descartou os demais pretendentes por falarem muito mal dela, xingando-a e maltratando-a a toda hora, nesses últimos dias, como se ela fosse uma qualquer. Excluiu, principalmente, um deles, que ainda não se esqueceu da “primeira” (Acrelândia), que apresenta como modelo top star para substituí-la, quando, segundo notinhas indiscretas vindo de lá, não passa de uma modesta cidade do interior, que capenga nos índices sociais, bem inferiores aos dela. O seu IDH (Índice de desenvolvimento Humano) está abaixo dos índices que ela (Rio Branco) perfaz. Em verdade, Rio Branco rejeitou esses três pretendentes por não terem apresentado até o momento uma proposta consistente e convincente, diferente e melhor para embelezá-la ainda mais, daquela que, há quatro anos, a conquistou por ser mais coerente e factível, embora não seja ideal.

Rio Branco decidiu. Vai ficar com Angelim (PT) por mais quatro anos. Foi na onda do “meu coração fala por mim” para prolongar a lua de mel e continuar com esse moço humilde e discreto, de boas maneiras, educado, respeitoso e simpático, que, há muito tempo, a conhece muito bem, inclusive em suas partes defeituosas, sincero e honesto, um técnico competente com visão humana. Vai ficar com Angelim porque ele promete construir mais calçadas, mais quadras de esporte, mais praças, mais escolas, mais creches, mais postos de saúde, mais caffés, mais theatros e, especialmente, a quarta ponte, onde poderá passear e se divertir. Que chique! Vai ficar com Angelim pelo fato de ele ser um homem de idéias e ideais e defender um projeto socialdemocrata, que mais convém para ela crescer de forma harmoniosa e feliz.

Rio Branco descartou Petecão (PMN) “100%” popular, por ele ser 100% populista, convencido e metido. Negou a sua pretensão no passado, quando, no ano de 2000, se candidatou para conquistá-la e, em 2004, voltou como vice “laranja” de Bestene, achando que ela fosse uma boba para não entender as suas verdadeiras intenções. Apesar de Petecão ter sido por oito anos consecutivos presidente da Assembléia do Estado, não a entusiasmou e nem tampouco cedeu às pressões para ficar com ele, porque sabia que Petecão conseguiu aquele cargo, às custas das articulações do ex – governador, Jorge Viana. Considera Petecão na “oposição” uma decepção, talvez por não ter experiência nessa condição,pois, no passado, sempre esteve com o poder que, sem dúvida alguma, lhe trouxe abundantes dividendos financeiros e políticos. Não gosta da sua maneira de fazer política: jogar peteca na cara. Dê a peteca na sua cara, Petecão!

Rio Branco excluiu peremptoriamente Bocalom (PSDB) por “produzir para empregar” impropérios despudorados, atirando-os por todo lado e, principalmente, contra a sua conduta com aquela boca longa e suja. Excluiu Bocalom por ser a verdadeira oposição de extrema direita, arrogante, insolente e prepotente. Mais uma: sem conhecê-la totalmente por causa de sua vista embaçada, mandar tapar todos os buracos. Como pode, se ela precisa de alguns deles para viver? Excluiu Bocalom porque esse pretendente, petulante e nauseante, quer travesti-la, transformando-a e reduzindo-a num bairro de periferia, onde, segundo comentários domésticos, vai acomodar a “primeira” (Acrelândia).

Ela seria a “outra”, pois, esse pretendente ainda não se esqueceu da “primeira” (Acrelândia), com quem, no passado, teve três casos políticos bem sucedidos. Não gosta de ser a “outra”, sabendo, inclusive, que Bocalom, apelidado de Saddam Hussein pelos seus adversários políticos da região, a partir do ano de 2000, quando foi eleito prefeito com o apoio do PT, vem perdendo quota, caindo de ladeira abaixo e perdendo cerca de cem eleitores por ano, o que é um número expressivo, considerando um eleitorado de aproximadamente 8 mil eleitores, em 2008 Não a merece. Soube também que a “primeira” (Acrelândia) não é um paraíso. Se fosse, não a procuraria na cidade, pedindo emprego, tratamento dentário, pronto socorro, escola e comida, além de fazer compra nos mercados de todo gênero e dar uma arrumadinha nos salões de beleza.

Ele mesmo, o Bocalom, mudou de domicílio. Veio para aventurar-se nela (Rio Branco). Logo, quer ser cabeça para dominar o seu coração com o seu estilo arcaico e personalista de tratar a gente. Evidentemente, está cansado da vida do interior, onde ainda possui alguns lotes urbanos e duas fazendas. A “primeira” (Acrelândia) mandou dizer que, apesar de ter tido três casos políticos bem sucedidos com Bocalom, a convivência com ele não foi pacífica por conta do seu caráter azedo, autoritário e perseguidor. Por causa desse comportamento, perdeu algumas amizades que, para não causarem mais discórdia, preferiram abandoná-la. Outras notícias vindo de lá (Acrelândia) a informaram sobre a maneira de governar do Bocalom, que nada tem a ver com o Estado de direito e democrático.

Ele é um autêntico mandão, um ”sabe tudo” em todas as artes. Na saúde, vai de moto – taxi. Na gestão dos recursos humanos, manipula ardilosamente e pelas costas imbecis, idiotas, mesquinhos e sem personalidade que, por sua vez, aceitam ser paus mandados, como os masoquistas assumidos. Rejeita a sua política de extrema direita, aliás, a saber: a sua escola política é a antiga arena. O partido Arena, no passado, deu um golpe, perseguiu, exilou e assassinou. FHC, Serra e Alkimin deveriam tomar todos os cuidados com esse moço, que poderia fazer com ela o que fez com suas vidas! Depois do ar preso na garganta, Rio Branco volta a respirar. O aventureiro caiu. Está fora do pedaço. Voltou com a “primeira” Ainda bem! Estava enjoada daqueles beijos copiosos, melados e mórbidos com gosto amargo.

Rio Branco descartou Rocha (PSOL) por defender “Liberdade e Socialismo” sem alguma convicção. Sem comentários.

Resta aguardar o dia 5 de outubro ou, na hipótese do segundo turno, o dia 26 de outubro, para confirmar o favorito.