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15 outubro 2008

REUNIÃO TRANSFRONTEIRIÇA PARA A PROTEÇÃO DA SERRA DO DIVISOR E ALTO JURUÁ (BRASIL-PERU)

Grupo de Trabalho Transfronteiriço (GTT) para a proteção da Serra do Divisor e Alto Juruá realiza reunião ampliada para estabelecer estratégias e acordos entre povos indígenas e populações tradicionais visando a proteção, conservação, o uso sustentável da biodiversidade e a garantia de seus territórios. Exploração de petróleo e gás está na pauta do evento

Acontece nesta quinta, sexta e sábado (16-18/10) a reunião ampliada do Grupo de Trabalho Transfronteiriço (GTT) para a proteção da Serra do Divisor e Alto Juruá. O evento acontecerá na Terra Indígena Poyanawa, no município de Mâncio Lima e está sendo organizado pela Comissão Pró Índio do Acre-CPI, Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá-OPIRJ e Fundação SOS Amazônia.

Em conjunto com diversas organizações, associações e representantes governamentais, os organizadores do evento pretendem estabelecer estratégias e acordos entre povos indígenas e populações tradicionais visando à proteção, conservação, o uso sustentável da biodiversidade e a garantia de seus territórios.

A fronteira do Brasil com o Peru apresenta uma série de conflitos socioambientais que resultam em agressões à soberania do Brasil em razão das frequentes invasões de madeireiros peruanos ao território brasileiro. Estas invasões causam sérios problemas para os índios isolados que vivem entre a faixa de fronteira, para a Terra Indígena Kampa do Rio Amônia e para o Parque Nacional da Serra do Divisor.

Outros eventos de grande impacto ambiental como a conclusão da pavimentação da BR-364 no lado brasileiro, a concessão de florestas para empresas madeireiras, de petróleo, gás e de mineração no lado peruano, além dos planos dos dois países de construir a estrada Cruzeiro do Sul-Pucallpa, linhas energéticas e uma ferrovia, têm o potencial de tornar a situação ainda mais conturbada.

Recentemente teve início a prospecção de petróleo e gás no lado brasileiro do Vale do Juruá sem que qualquer informação ou consulta prévia tenha sido feita às organizações indígenas e ao movimento social. Esta ação pode trazer graves impactos ambientais, sociais e culturais caso seja iniciada a etapa de exploração, ainda que fora das terras indígenas e das unidades de conservação.

O GTT da Serra do Divisor e Alto Juruá foi instalado em abril de 2005 como resultado de uma ampla articulação promovida pela Comissão Pró-Índio do Acre e pela Fundação SOS Amazônia. Ela envolveu diversas organizações da sociedade civil, associações indígenas, de seringueiros e agricultores e instituições governamentais do vale do Juruá acreano. Vários encontros foram organizados durante esses três anos, em Cruzeiro do Sul, em Pucallpa (Peru) e em terras indígenas (Brasil / Peru).

Programação: clique aqui para ler a programação do evento

1 Comments:

Blogger lindomarpadilha.blogspot said...

Caro Evandro,

Não entro no mérito do encontro em si mas, gostaria de colocar uma pulguinha. Muitos dos participantes, inclusive organizações e mesmo o movomento indígena do Juruá teem convênios ou são integralmente financiados pelo Governo do Acre que, no caso da exploração do petróleo e gás, tem uma posição fechada em favor da exploração. Inclusive o incentivo maior para o projeto parte justamente do senador Tião Viana.

Outro ponto extremamente importe é que o Governo do Acre (e muitas dessas organizações) trabalha para a implantação definitiva do projeto de integração Sul-Americana através do IIRSA, um projeto altamente nocivo ao meio ambiente e às populações tradicionais e que só visa o fornecimento de matéria prima às potências do capitalismo. Além disso, basta dar uma olhada na agenda do Governo em relação ao Governo do Peru para percebermos o quanto está comprometida com o "desenvolvimento" e "integração" que teem em seu núcleo ações e projetos como a conceção de florestas públicas entre outros tantos.

Bom trabalho

Lindomar Padilha

15/10/2008, 08:50  

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