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22 novembro 2008

MAIS UMA VEZ O ACRE É REPROVADO NO ENEM. DE QUEM É A CULPA?

Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep) divulgou na última quinta-feira os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio 2008 (Enem). O Acre teve o quarto pior desempenho na parte objetiva da prova em todo o país, com nota 35,15 (de cem pontos). Na prova de redação, o Estado obteve média 57,62, terceiro melhor desempenho entre os Estado do Norte. Mesmo assim a nota foi muito baixa.

As escolas particulares obtiveram nota 48,72, contra 35,26 da pública. O número de inscritos no Acre para o exame ultrapassou os 12 mil alunos. No entanto, pouco mais de oito mil compareceram ao dia da prova.

Esse fracasso recorrente no Enem é preocupante e deveria ser objeto de um grande debate no Estado. Pais de alunos, políticos, governo. A oposição deveria cobrar explicações do Governo. Mas parece que a culpa maior não reside ai. Tudo indica que a maior parcela de culpa pelo fracasso reside nos professores. Era bom chamar a classe para essa discussão. Quem sabe quando eles tiverem um tempo livre dos compromissos políticos eles possam atender esse chamado.

E porque os professores têm uma grande parcela de culpa?

Reivindicações salariais: ganham um dos maiores pisos salariais do país. E faz muitos anos que os salários não atrasam.

Gestão escolar: mais democrática impossível. Diretores são eleitos. As escolas têm autonomia nunca vista e faz tempo que é assim.

Capacitação dos professores: desde o primeiro mandato do ex-Governador Jorge Viana que se investe na formação de professores. Grande parte deles hoje possui nível superior.

E não adianta apontar o dedo em direção ao governo dizendo que ele não investe em infra-estrutura. A maioria das escolas têm sido reformadas. Muitas vezes reconstruídas. Proporcionalmente, o Acre deve ser o Estado com o maior número de escolas modelo, aquelas no padrão Armando Nogueira ou similar.

Transporte escolar? É quase universal no Acre. Falta merenda escolar? Faz tempo que não se ouve falar disso.

Resumindo o argumento colocado acima sobre a parcela de culpa dos professores: eles têm local apropriado para dar as aulas, os alunos têm como chegar de forma decente à escola, são alimentados lá mesmo, o salário dos professores não é ruim, eles administram as escolas onde trabalham, estão sendo capacitados...Se não são eles os maiores culpados, quem é? Apontem os outros culpados? O espaço está aberto para que a sociedade possa descobrir isso.

Está cada dia mais claro que as organizações e sindicatos dos professores acreanos se preocupam demais com a parte política e bem estar de seus associados (clique aqui para ver como o SINTEAC trata bem os professores de Tarauacá). Em ano de eleição todos estão atrelados a campanhas de determinados candidatos. É um tal de eleger o vereador fulano, deputado sicrano...É muita energia dedicada à política partidária.

E a eleição prioritária da classe: a qualidade de ensino? Onde fica?

O resultado do ENEM tem mostrado ano após ano, onde ela está escondida: nos discursos dos dirigentes dos sindicatos e associações de classe dos professores acreanos.


*com informações adicionais do jornal A Tribuna

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

A raiz de todo mal reside aqui: http://veja.abril.com.br/261108/entrevista.shtml

23/11/2008, 12:45  
Anonymous Anônimo said...

O comentário de uma professora no site www.ac24horas.com.br para esta reportagem, mostra o caos existente no ensino acreano. Em um mínimo comentário, erros de português e pontuação e dificuldade de síntese.
Imaginem em um redação!!!

24/11/2008, 17:20  
Anonymous Anônimo said...

Caro sr. Evandro Ferreira,

reportagens como esta que estar exibida em seu blog, é característica de um indivíduo que faz jornalismo tendencioso, desprovido do conhecimento econômico, político e social, ou senão, fruto de uma mente que estar a serviço de politícos oportunistas. Será que tu sabes quantas horas um professor de língua portuguesa trabalha por semana com os alunos? Será que tu conheces a realidade que circunda os educandos brasileiros (acreanos)? Quantos alunos compõem uma sala de aula? Dos tantos que lá estão, tu sabes quantos tem uma família equilibrada, ou quantos têm pais separados, quantos estão envolvidos com vícios, prostituição, quntos têm alimantação de boa qualidade todos os dias? Imagine, das 20 horas que os alunos ficam fora da sala de aula, quantos minutos os pais, os jornalistas, a mídia, a sociedade de modo geral oferecem aos estudantes reportagens de qualidade, programas que instruam esses jovens! Tu, Sr. Evandro, que fazes para melhorar nossa educação? Se tu tens filhos onde estudam? Acho que tu és um indivíduo pobre de mente, pobre de conhecimento (para não te chamar de ignorante)... Ah! imagino que tu saibas que, não deves generalizar esta categoria, pois dentro do meio jornalístico há também bons profissionais, mas infelizmente tu não faz parte desse grupo.

24/11/2008, 23:20  
Blogger Evandro Ferreira said...

Caro anônimo,
Apesar das tuas acusações, que não me atingem de forma alguma, resolvi publicar o seu comentário porque ele toca em pontos relevantes para explicar o fracasso do ensino acreano: fatores extra-classe.
Tenho a dizer ainda que é decepcionante ver que muitos se importam em relevar assunto tão importante: a reprovação recorrente do Acre no ENEM. "DEBATE" sobre o assunto com todos os envolvidos é no mínimo indispensável para que se possa AVANÇAR.
Continuo achando que a maior parcela de culpa pelo fracasso do ensino acreano é a qualidade de ensino ministrado pelos professores.
Se alguem tem outros argumentos, o espaço está aberto para a discussão.

Evandro

25/11/2008, 06:24  
Blogger Diadora Annos Xhamá said...

Sempre é assim os funcionários públicos sempre são os coitadinhos da história...
Existe um grande diferença entre "ser" professor e "está" professor.Com a melhora de salário para os professores no estado do Acre nos últimos anos,cresceu a categoria dos que "estão" professores,sem ter a mínima vocação para execer o magistério.Estão mais preocupados com a politicagem,independente da ideologia politica, e com a questão salarial.A qualidade do ensino é o que menos importa.Não existe o amor pela profissão.Nos momentos atuais, da sociedade consumista em que vivemos isto soa até ridículo aos ouvidos de alguns.Não vamos ser hipócritas.Precisamos de dinheiro sim,porém além da questão financeira tem outras questões como por exemplo a moral e a ética.Infelizmente em nosso estado a melhoria salarial, das instalaçoes escolares e da democracia escolar estão sendo inversamente proporcionais à qualidade de ensino.Um funcionário que "é" professor trabalha pelo dinheiro também,entretanto não espera só pelo governo,como se esse fosse o único responsável pelo bem e pelo mal que acontece em nosso ensino.Existe muito comodismo sim em nossa classe.Digo isso por conhecimento de causa, pois sou professor.Sou testemunha da falta de compromisso de alguns colegas.Isto se evidencia quando ocorre um treinamento oferecido pela secretaria.A maioria que comparece,vai por que se sente obrigada por pressão funcional e não por consciência moral.Ainda estão na fase da Heteronomia, de Jean Piaget ou seja vão por que têm medo do castigo e não pelas regras morais interiorizadas(Autonomia).O que mais se ouve(em conversas paralelas)é que aquilo tudo não passa de "besteiras" e que "já sabem de tudo aquilo".Não têm sequer a hombridade de externar as seus pensamentos aos ministradores.Meu Deus !!são essas pessoas que estão formandos os futuros cidadãos.E depois a culpa é dos govermantes.Não procuram melhorar por sí próprio através de leituras de livros e revistas, de entrevistas sobre a educação em programas de canais de TV especializados.Resumindo: não buscam conhecimentos para enfrentar as situações vivenciadas dia a dia nas salas de aulas.Falta pro-atividade.Preferem reclamar e esperar pelo governo.Não serei a palmatória do mundo e nem serei hipócrita.EU também sou assim.Até quando vamos celebrar nossa estupidez ?

25/11/2008, 13:46  

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