MULHERES E A OBESIDADE
Elas não resistem à fome: monitoramento do cérebro mostra que mulheres têm mais dificuldade de controlar o impulso de comer
[Você conseguiria resistir a esse hambúrguer? A chance é menor se for uma mulher, segundo cientistas americanos. O padrão de ativação cerebral dos homens indica que eles conseguem controlar melhor a vontade de comer.]
Pense na sua comida preferida – aquela deliciosa lasanha, um bife suculento ou um irresistível brownie de chocolate. Agora, tente suprimir a sua vontade de comer. Você terá mais sucesso nessa difícil tarefa se for homem, segundo um estudo americano que monitorou a atividade do cérebro de indivíduos diante de suas comidas preferidas.
Mesmo proibidas de nutrir desejo pelo alimento, as mulheres não conseguiram deixar de ter vontade de comer, ao contrário dos homens, que conseguem controlar melhor a fome. Os resultados, publicados esta semana na revista PNAS, poderiam explicar a maior incidência de obesidade entre elas.
Durante o experimento, 10 homens e 13 mulheres que estavam em jejum foram expostos às suas comidas preferidas – delícias como pizza, hambúrguer, churrasco e sorvete. Depois, cada um recebeu a ordem de suprimir qualquer desejo de comer. Durante essas duas etapas, os pesquisadores monitoraram a atividade cerebral dos indivíduos com tomografia por emissão de pósitrons.
Nos voluntários de ambos os sexos, a visão do alimento provocou aumento do metabolismo cerebral e da fome. Mas quando os indivíduos foram orientados a suprimir a vontade de comer, apenas o cérebro dos homens apresentou diminuição da ativação de um conjunto de regiões relacionadas à regulação da satisfação e da motivação para comer, entre elas a amídala e o córtex orbitofrontal.
Já nas mulheres, não houve queda na ativação dessas regiões e elas continuaram com desejo de comer, mesmo ao tentar suprimi-lo. Os autores acreditam que o padrão de desativação verificado nos homens mostra que várias regiões do cérebro precisam ter a atividade reduzida para que o indivíduo vença o desejo de comer. Como isso não ocorre no cérebro das mulheres, elas têm mais dificuldade de resistir aos alimentos.
“Elas têm um controle cognitivo mais fraco das respostas do cérebro quando estimuladas pela comida em comparação aos homens”, diz à CH On-line o médico Gene-Jack Wang, do Laboratório Nacional de Brookhaven (Estados Unidos), autor principal do artigo.
Mulheres são mais obesas
Segundo os autores, as descobertas feitas na pesquisa explicam porque a obesidade atinge principalmente as mulheres. “A dificuldade de suprimir o desejo de comer faz com que as mulheres tenham mais dificuldade de controlar o peso”, afirma Wang. “Isso contribui para que a incidência de obesidade e de outros distúrbios alimentares seja maior entre elas.”
Wang lembra que o estudo amplia o conhecimento sobre a obesidade, o que ajuda na prevenção e no tratamento da doença. “Vimos que o desenvolvimento da obesidade envolve múltiplos circuitos cerebrais”, ressalta. “Isso sugere que a prevenção e o tratamento dessa doença deveriam ter uma abordagem ampla, que poderia combinar terapias com remédios e mudanças de estilo de vida.”
Tatiane Leal
Ciência Hoje On-line
19/01/2009
[Você conseguiria resistir a esse hambúrguer? A chance é menor se for uma mulher, segundo cientistas americanos. O padrão de ativação cerebral dos homens indica que eles conseguem controlar melhor a vontade de comer.]
Pense na sua comida preferida – aquela deliciosa lasanha, um bife suculento ou um irresistível brownie de chocolate. Agora, tente suprimir a sua vontade de comer. Você terá mais sucesso nessa difícil tarefa se for homem, segundo um estudo americano que monitorou a atividade do cérebro de indivíduos diante de suas comidas preferidas.
Mesmo proibidas de nutrir desejo pelo alimento, as mulheres não conseguiram deixar de ter vontade de comer, ao contrário dos homens, que conseguem controlar melhor a fome. Os resultados, publicados esta semana na revista PNAS, poderiam explicar a maior incidência de obesidade entre elas.
Durante o experimento, 10 homens e 13 mulheres que estavam em jejum foram expostos às suas comidas preferidas – delícias como pizza, hambúrguer, churrasco e sorvete. Depois, cada um recebeu a ordem de suprimir qualquer desejo de comer. Durante essas duas etapas, os pesquisadores monitoraram a atividade cerebral dos indivíduos com tomografia por emissão de pósitrons.
Nos voluntários de ambos os sexos, a visão do alimento provocou aumento do metabolismo cerebral e da fome. Mas quando os indivíduos foram orientados a suprimir a vontade de comer, apenas o cérebro dos homens apresentou diminuição da ativação de um conjunto de regiões relacionadas à regulação da satisfação e da motivação para comer, entre elas a amídala e o córtex orbitofrontal.
Já nas mulheres, não houve queda na ativação dessas regiões e elas continuaram com desejo de comer, mesmo ao tentar suprimi-lo. Os autores acreditam que o padrão de desativação verificado nos homens mostra que várias regiões do cérebro precisam ter a atividade reduzida para que o indivíduo vença o desejo de comer. Como isso não ocorre no cérebro das mulheres, elas têm mais dificuldade de resistir aos alimentos.
“Elas têm um controle cognitivo mais fraco das respostas do cérebro quando estimuladas pela comida em comparação aos homens”, diz à CH On-line o médico Gene-Jack Wang, do Laboratório Nacional de Brookhaven (Estados Unidos), autor principal do artigo.
Mulheres são mais obesas
Segundo os autores, as descobertas feitas na pesquisa explicam porque a obesidade atinge principalmente as mulheres. “A dificuldade de suprimir o desejo de comer faz com que as mulheres tenham mais dificuldade de controlar o peso”, afirma Wang. “Isso contribui para que a incidência de obesidade e de outros distúrbios alimentares seja maior entre elas.”
Wang lembra que o estudo amplia o conhecimento sobre a obesidade, o que ajuda na prevenção e no tratamento da doença. “Vimos que o desenvolvimento da obesidade envolve múltiplos circuitos cerebrais”, ressalta. “Isso sugere que a prevenção e o tratamento dessa doença deveriam ter uma abordagem ampla, que poderia combinar terapias com remédios e mudanças de estilo de vida.”
Tatiane Leal
Ciência Hoje On-line
19/01/2009
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