O EFEITO MARINA NA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL
Governo teme mais efeito Marina em 2o turno de 2010
Natuza Nery, REUTERS/Jornal do Brasil
BRASÍLIA - O Executivo está fazendo projeções e analisa com frios na barriga os riscos potenciais da candidatura Marina Silva. Eis o mais temido deles em avaliações reservadas: ver a ex-ministra ao lado do PSDB num eventual segundo turno contra Dilma Rousseff, nome do governo.
Marina embarca no Partido Verde no próximo dia 30, aumentando as altas cotações de que está de corpo e mente na disputa de 2010.
"Ela ou deve ser oposição ou independente no segundo turno", disse uma fonte do governo bastante próxima ao presidente. "Acho difícil ela apoiar a Dilma", completou a fonte, sob condição do anonimato.
Seus passos sugerem que, ao menos no primeiro turno, ela não seria oposição, nem governo.
O perigo que Marina encarna para o Planalto neste momento está menos nos votos que ela pode tomar de Dilma e mais em uma aproximação de ocasião com os tucanos. Tudo dependerá do discurso dos candidatos-pólo sobre desenvolvimento sustentável.
"Quem achar que a esquerda se alinhará automaticamente com o PT está muito enganado", disse à Reuters o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), ex-ministro do governo Lula cujo partido está no arco de sustentação do presidente, mas com uma extensa lista de defecções locais.
Cristovam admite a possibilidade de seu partido também engordar o grid de postulantes no ano que vem, a exemplo do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), outro ex-ministro do governo pensando em concorrer.
"É a única candidatura que hoje me entusiasma", afirmou o senador do PDT, referindo-se à possibilidade de repetir a tentativa de chegar à Presidência, como em 2006, quando obteve 2,5 por cento dos votos válidos.
A multiplicação de políticos animados com a sucessão foi catalisada com o anúncio de que Marina Silva deixaria o PT, após 30 anos de militância, passo para realizar um plano para lançar-se na corrida nacional. Quanto mais nomes, mais as chances de segundo turno.
Em pesquisa recente do Datafolha, José Serra (PSDB) figura em primeiro lugar com 37 por cento das intenções de votos. Com 16 por cento, Dilma aparece em segundo lugar em empate técnico com Ciro, dono de 15 por cento.
De acordo com o levantamento, Marina recebeu parcos 3 por cento, mas tende a aumentar esse capital tamanha sua exposição garantida com o desembarque do PT e as especulações de uma candidatura nacional.
SERÁ?
Há base real para se cogitar uma parceria com o PSDB. O futuro PV de Marina serve hoje a dois senhores: integra a coalizão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a base de sustentação do governador de São Paulo, José Serra, favorito nas pesquisas de intenção de voto e principal oponente de Dilma.
A decisão dela, porém, tende a ser programática, não partidária.
"É prematuro supor que Marina, com o histórico político dela, vá apoiar o Serra num eventual segundo turno contra o PT. Isso pode ou não acontecer dependendo dos programas dos dois candidatos (Serra e Dilma) para a questão do desenvolvimento e da sustentabilidade", ponderou Amauri Teixeira, consultor da MCI Estratégia.
"A principal contribuição da candidatura Marina é trazer o tema Meio Ambiente para o topo da agenda eleitoral", acrescentou.
Natuza Nery, REUTERS/Jornal do Brasil
BRASÍLIA - O Executivo está fazendo projeções e analisa com frios na barriga os riscos potenciais da candidatura Marina Silva. Eis o mais temido deles em avaliações reservadas: ver a ex-ministra ao lado do PSDB num eventual segundo turno contra Dilma Rousseff, nome do governo.
Marina embarca no Partido Verde no próximo dia 30, aumentando as altas cotações de que está de corpo e mente na disputa de 2010.
"Ela ou deve ser oposição ou independente no segundo turno", disse uma fonte do governo bastante próxima ao presidente. "Acho difícil ela apoiar a Dilma", completou a fonte, sob condição do anonimato.
Seus passos sugerem que, ao menos no primeiro turno, ela não seria oposição, nem governo.
O perigo que Marina encarna para o Planalto neste momento está menos nos votos que ela pode tomar de Dilma e mais em uma aproximação de ocasião com os tucanos. Tudo dependerá do discurso dos candidatos-pólo sobre desenvolvimento sustentável.
"Quem achar que a esquerda se alinhará automaticamente com o PT está muito enganado", disse à Reuters o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), ex-ministro do governo Lula cujo partido está no arco de sustentação do presidente, mas com uma extensa lista de defecções locais.
Cristovam admite a possibilidade de seu partido também engordar o grid de postulantes no ano que vem, a exemplo do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), outro ex-ministro do governo pensando em concorrer.
"É a única candidatura que hoje me entusiasma", afirmou o senador do PDT, referindo-se à possibilidade de repetir a tentativa de chegar à Presidência, como em 2006, quando obteve 2,5 por cento dos votos válidos.
A multiplicação de políticos animados com a sucessão foi catalisada com o anúncio de que Marina Silva deixaria o PT, após 30 anos de militância, passo para realizar um plano para lançar-se na corrida nacional. Quanto mais nomes, mais as chances de segundo turno.
Em pesquisa recente do Datafolha, José Serra (PSDB) figura em primeiro lugar com 37 por cento das intenções de votos. Com 16 por cento, Dilma aparece em segundo lugar em empate técnico com Ciro, dono de 15 por cento.
De acordo com o levantamento, Marina recebeu parcos 3 por cento, mas tende a aumentar esse capital tamanha sua exposição garantida com o desembarque do PT e as especulações de uma candidatura nacional.
SERÁ?
Há base real para se cogitar uma parceria com o PSDB. O futuro PV de Marina serve hoje a dois senhores: integra a coalizão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a base de sustentação do governador de São Paulo, José Serra, favorito nas pesquisas de intenção de voto e principal oponente de Dilma.
A decisão dela, porém, tende a ser programática, não partidária.
"É prematuro supor que Marina, com o histórico político dela, vá apoiar o Serra num eventual segundo turno contra o PT. Isso pode ou não acontecer dependendo dos programas dos dois candidatos (Serra e Dilma) para a questão do desenvolvimento e da sustentabilidade", ponderou Amauri Teixeira, consultor da MCI Estratégia.
"A principal contribuição da candidatura Marina é trazer o tema Meio Ambiente para o topo da agenda eleitoral", acrescentou.
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