RAUL SEIXAS
Em sua última entrevista, o cantor recorda da repressão militar e dos dias que passou com John Lennon
Adriano Belisário
Revista de História da Biblioteca Nacional
Muitas vezes conhecido apenas por seu lado ‘maluco beleza’, Raul Seixas demonstrou também uma profunda consciência de seu tempo. Se lembramos dos vinte anos de sua morte hoje, vale também ressaltar que, em um momento de repressão ditatorial, o artista baiano usou suas canções para propagar suas ideias libertárias. “Sob o disfarce de roqueiro, você dizia coisas que as outras pessoas não poderiam dizer”, afirmou o apresentador Jô Soares na última entrevista concedida por Raul.
Nesta conversa, Raul Seixas relembra sua expulsão do país, trajetória abordada também no artigo ‘Ouro de Tolo’, publicado em junho do ano passado na Revista de História. Escrito pelo pesquisador Luiz Lima, o texto analisa as influências e a biografia do cantor. Combinando combinava referências como Pierre-Joseph Proudhon e Aleister Crowley no mesmo caldo, ele teve diversas letras censuradas pelo regime militar, como a desconhecida 'Murungando'.
“Em maio de 1974, o Departamento de Ordem Política e Social (Dops) finalmente fechou o cerco. Raul Seixas foi preso e torturado. “Tudo para eu poder dizer os nomes das pessoas que faziam parte da Sociedade Alternativa, que, segundo eles, era um movimento revolucionário contra o governo”, contaria mais tarde.”, escreveu Luiz Lima em seu artigo.
Em sua última entrevista, ao lado do cantor Marcelo Nova, Raul Seixas recorda do tempo no exílio, quando comeu lixo em Nova York e conheceu pessoalmente John Lennon. “Eu estive com John Lennon quando ele estava separado da Yoko Ono, em um apartamento enorme. [...] Eu já tinha escrito cartas para ele sobre a sociedade alternativa. [...] Ele me botou três dias na casa dele”, disse no programa de TV.
Raul afirma ainda ter conversado sobre grandes personagens da humanidade com o ex-beatle. Mas quando questionado por Lennon sobre alguma figura de destaque no Brasil, Raul Seixas quase fica sem respostas. “Eu fiquei nervoso, não tinha ninguém pra dizer. Eu disse: - Café Filho!”, confessou entre risos.
Foto: Juan Luis Guerra
Adriano Belisário
Revista de História da Biblioteca Nacional
Muitas vezes conhecido apenas por seu lado ‘maluco beleza’, Raul Seixas demonstrou também uma profunda consciência de seu tempo. Se lembramos dos vinte anos de sua morte hoje, vale também ressaltar que, em um momento de repressão ditatorial, o artista baiano usou suas canções para propagar suas ideias libertárias. “Sob o disfarce de roqueiro, você dizia coisas que as outras pessoas não poderiam dizer”, afirmou o apresentador Jô Soares na última entrevista concedida por Raul.
Nesta conversa, Raul Seixas relembra sua expulsão do país, trajetória abordada também no artigo ‘Ouro de Tolo’, publicado em junho do ano passado na Revista de História. Escrito pelo pesquisador Luiz Lima, o texto analisa as influências e a biografia do cantor. Combinando combinava referências como Pierre-Joseph Proudhon e Aleister Crowley no mesmo caldo, ele teve diversas letras censuradas pelo regime militar, como a desconhecida 'Murungando'.
“Em maio de 1974, o Departamento de Ordem Política e Social (Dops) finalmente fechou o cerco. Raul Seixas foi preso e torturado. “Tudo para eu poder dizer os nomes das pessoas que faziam parte da Sociedade Alternativa, que, segundo eles, era um movimento revolucionário contra o governo”, contaria mais tarde.”, escreveu Luiz Lima em seu artigo.
Em sua última entrevista, ao lado do cantor Marcelo Nova, Raul Seixas recorda do tempo no exílio, quando comeu lixo em Nova York e conheceu pessoalmente John Lennon. “Eu estive com John Lennon quando ele estava separado da Yoko Ono, em um apartamento enorme. [...] Eu já tinha escrito cartas para ele sobre a sociedade alternativa. [...] Ele me botou três dias na casa dele”, disse no programa de TV.
Raul afirma ainda ter conversado sobre grandes personagens da humanidade com o ex-beatle. Mas quando questionado por Lennon sobre alguma figura de destaque no Brasil, Raul Seixas quase fica sem respostas. “Eu fiquei nervoso, não tinha ninguém pra dizer. Eu disse: - Café Filho!”, confessou entre risos.
Foto: Juan Luis Guerra
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