CORRUPÇÃO E PROGRESSO
Cláudia Vassalo
Revista Exame, edição 962
Nos últimos 15 anos, o Brasil passou por transformações econômicas brutais, fruto, sobretudo, da intolerância que passamos a manifestar em relação ao mal da inflação.
Não fosse por isso, os brasileiros hoje não se orgulhariam de sua condição de nação emergente.
Somos o que muitos já chamam de "bola da vez" porque, num momento de nosso passado, decidimos rejeitar o rótulo de economia de pastelão.
Do ponto de vista econômico, é inquestionável que caminhamos para a frente - com um mercado mais forte, com empresas mais competitivas, com gente mais preparada.
Mas a estrada para o verdadeiro desenvolvimento - como país e como sociedade - necessariamente passará pelo despertar de nossa intolerância ao mal da corrupção, venha ela de onde vier.
O episódio da prisão preventiva do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, aparece como um sinal de esperança de que essa tão necessária transformação é possível.
Durante mais de dois meses, as vergonhosas imagens de políticos recebendo propinas, depositando maços de dinheiro sujo em meias e cuecas e arquitetando subornos foram como um tapa na cara do cidadão decente, que produz, gera riquezas para o país e paga seus impostos.
Tão humilhante quanto o ato em si era a sensação de que, mais uma vez, a despeito de tudo o que fora visto, o caso acabaria em pizza.
Demorou para que alguma providência fosse tomada. Não sabemos como o caso vai terminar.
Mas a prisão de Arruda serviu para mostrar que uma parte do poder institucional deste país não se comporta como se tudo o que está aí - para qualquer um ver - fosse perfeitamente normal.
O que se espera é que esse seja um marco de uma bem-vinda onda de intolerância com quem administra o dinheiro público zombando da honestidade.
Ilustração: Blog Protógenes contra a corrupção
Revista Exame, edição 962
Nos últimos 15 anos, o Brasil passou por transformações econômicas brutais, fruto, sobretudo, da intolerância que passamos a manifestar em relação ao mal da inflação.
Não fosse por isso, os brasileiros hoje não se orgulhariam de sua condição de nação emergente.
Somos o que muitos já chamam de "bola da vez" porque, num momento de nosso passado, decidimos rejeitar o rótulo de economia de pastelão.
Do ponto de vista econômico, é inquestionável que caminhamos para a frente - com um mercado mais forte, com empresas mais competitivas, com gente mais preparada.
Mas a estrada para o verdadeiro desenvolvimento - como país e como sociedade - necessariamente passará pelo despertar de nossa intolerância ao mal da corrupção, venha ela de onde vier.
O episódio da prisão preventiva do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, aparece como um sinal de esperança de que essa tão necessária transformação é possível.
Durante mais de dois meses, as vergonhosas imagens de políticos recebendo propinas, depositando maços de dinheiro sujo em meias e cuecas e arquitetando subornos foram como um tapa na cara do cidadão decente, que produz, gera riquezas para o país e paga seus impostos.
Tão humilhante quanto o ato em si era a sensação de que, mais uma vez, a despeito de tudo o que fora visto, o caso acabaria em pizza.
Demorou para que alguma providência fosse tomada. Não sabemos como o caso vai terminar.
Mas a prisão de Arruda serviu para mostrar que uma parte do poder institucional deste país não se comporta como se tudo o que está aí - para qualquer um ver - fosse perfeitamente normal.
O que se espera é que esse seja um marco de uma bem-vinda onda de intolerância com quem administra o dinheiro público zombando da honestidade.
Ilustração: Blog Protógenes contra a corrupção
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