TECNOLOGIA QUE INCOMODA OS ACOMODADOS
O que os empresários locais precisam aprender é que a concorrência faz bem para todos...o Acre não tem uma fábrica de telha cerâmica – mesmo com toda a argila existente no Estado, e os tipos de tijolos cerâmicos oferecidos no mercado local são os mesmos faz mais de 40 anos
Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano
O Sindicato das Cerâmicas do Acre está preocupado com a chegada ao mercado local da empresa BS Construtora, que usa um sistema mais moderno, de baixo custo e rápida execução, para a construção de casas populares.
A razão da dor de cabeça das empresas cerâmicas locais é que o novo sistema de construção, chamado de ‘Casa Rápida’, não usa tijolo para erguer as casas.
O tijolo cerâmico é um dos únicos, senão o único produto produzido pelas empresas integrantes do Sindicato das Cerâmicas acreanas. E o alarme soou nas empresas locais exatamente por essa dependência perigosa.
Acostumados a impor preços irreais, muitas vezes vendendo produtos de qualidade duvidosa e sem inovações para estimular o aumento das vendas, era de se esperar que a chegada de um produto inovador causasse dores de cabeças para os empresário locais.
Para tentar diminuir o impacto da entrada do novo concorrente, o Sindicato dos ceramistas fez publicar em uma coluna de um jornal local que a nova tecnologia não combina com o nosso clima, pois torna as novas casas mais quentes. Disseram ainda que o material usado – placas de concreto - é importado, não gera emprego local e os lucros são enviados para outros Estados.
Infelizmente os empresários acreanos não conseguirão impedir a entrada da nova empresa e da nova tecnologia. Todas as casas do primeiro empreendimento da BS Contrutora no Acre, um condomínio fechado com 153 unidades, foram vendidas em poucos dias. E a principal razão é o preço extremamente competitivo – R$ 67 mil por cada casa de 42 m².
O que os empresários locais precisam aprender é que a concorrência faz bem para todos, até para eles.
Vejam que o Acre não tem sequer uma fábrica de telha cerâmica – mesmo com toda a argila existente no Estado, e os tipos de tijolos cerâmicos oferecidos no mercado local são os mesmos faz mais de 40 anos.
E é bom não apenas os ceramistas locais ficarem de olho aberto.
Os donos das construtoras que prestam serviços para o Governo que se cuidem. O novo sistema empregado pela BS Construtora se encaixa com uma luva no programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ do Governo Federal, que prevê a construção de 1 milhão de moradias de baixo custo em todo o país.
Na situação atual, quais empresas locais poderão concorrer nos quesitos prazo e custo com a nova empresa?
Não, não pensem que esqueci de falar de qualidade. Omiti de propósito. É que qualidade em obras públicas é algo muito relativo.
Se por um lado os produtos da BS Construtora são muito recentes e não tem a durabilidade comprovada na prática, não é novidade as empresas locais negligenciarem esse quesito quando fazem obras para o Governo.
Recentemente um conjunto habitacional recém-entregue no bairro Xavier Maia foi objeto de matérias jornalísticas porque as casas novas estavam rachando e quando chovia, caia mais água dentro das residências do que fora.
Fotos: Revista Você S/A
Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano
O Sindicato das Cerâmicas do Acre está preocupado com a chegada ao mercado local da empresa BS Construtora, que usa um sistema mais moderno, de baixo custo e rápida execução, para a construção de casas populares.
A razão da dor de cabeça das empresas cerâmicas locais é que o novo sistema de construção, chamado de ‘Casa Rápida’, não usa tijolo para erguer as casas.
O tijolo cerâmico é um dos únicos, senão o único produto produzido pelas empresas integrantes do Sindicato das Cerâmicas acreanas. E o alarme soou nas empresas locais exatamente por essa dependência perigosa.
Acostumados a impor preços irreais, muitas vezes vendendo produtos de qualidade duvidosa e sem inovações para estimular o aumento das vendas, era de se esperar que a chegada de um produto inovador causasse dores de cabeças para os empresário locais.
Para tentar diminuir o impacto da entrada do novo concorrente, o Sindicato dos ceramistas fez publicar em uma coluna de um jornal local que a nova tecnologia não combina com o nosso clima, pois torna as novas casas mais quentes. Disseram ainda que o material usado – placas de concreto - é importado, não gera emprego local e os lucros são enviados para outros Estados.
Infelizmente os empresários acreanos não conseguirão impedir a entrada da nova empresa e da nova tecnologia. Todas as casas do primeiro empreendimento da BS Contrutora no Acre, um condomínio fechado com 153 unidades, foram vendidas em poucos dias. E a principal razão é o preço extremamente competitivo – R$ 67 mil por cada casa de 42 m².
O que os empresários locais precisam aprender é que a concorrência faz bem para todos, até para eles.
Vejam que o Acre não tem sequer uma fábrica de telha cerâmica – mesmo com toda a argila existente no Estado, e os tipos de tijolos cerâmicos oferecidos no mercado local são os mesmos faz mais de 40 anos.
E é bom não apenas os ceramistas locais ficarem de olho aberto.
Os donos das construtoras que prestam serviços para o Governo que se cuidem. O novo sistema empregado pela BS Construtora se encaixa com uma luva no programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ do Governo Federal, que prevê a construção de 1 milhão de moradias de baixo custo em todo o país.
Na situação atual, quais empresas locais poderão concorrer nos quesitos prazo e custo com a nova empresa?
Não, não pensem que esqueci de falar de qualidade. Omiti de propósito. É que qualidade em obras públicas é algo muito relativo.
Se por um lado os produtos da BS Construtora são muito recentes e não tem a durabilidade comprovada na prática, não é novidade as empresas locais negligenciarem esse quesito quando fazem obras para o Governo.
Recentemente um conjunto habitacional recém-entregue no bairro Xavier Maia foi objeto de matérias jornalísticas porque as casas novas estavam rachando e quando chovia, caia mais água dentro das residências do que fora.
Fotos: Revista Você S/A
1 Comments:
Embora muitos não considerem o Juruá como parte do estado do Acre, mas levando em consideração que seja, faço uma observação que ao contrario do que diz a matéria, no estado do Acre há sim fábrica de telha cerâmica (Cerâmica Andorinha, em Cruzeiro do Sul). Obrigado
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