PROJETO DE TIÃO VIANA SOB FOGO CERRADO
Projeto do 'Ato Médico', de autoria do então senador Tião Viana, é duramente criticado no Senado. Segundo os críticos, sua aprovação irá destruir a solidariedade entre os profissionais da saúde e abrirá precedente para que a classe médica se ache melhor e mais importante que as demais.
Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano
O polêmico projeto do "Ato Médico' proposto pelo então senador acreano Tião Viana (PT) foi duramente criticado durante audiência na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado no final de Setembro. De um lado médicos defenderam a proposta de forma intransigente. De outro, psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros e farmacêuticos o criticaram de forma contundente, alegando, como foi o caso de Humberto Verona, presidente do Conselho Federal de Psicologia, que o texto destrói a solidariedade entre profissionais da saúde e "vem para dizer que existe um profissional melhor que o outro", segundo declarou para o jornal Folha de S. Paulo.
Os farmacêuticos, que atualmente realizam de forma rotineira o teste citopatológico durante exames ginecológicos, querem que o mesmo não seja privativo dos médicos, como propõe o projeto do ex-senador acreano. Segundo o vice-presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter Silva João, "Quase 60% dos exames citopatológicos são realizados por não médicos. Haveria prejuízo para as mulheres brasileiras".
Enfermeiros querem manter a possibilidade de realizar diagnósticos de necessidades do paciente. Cleide Canavezi, do Conselho Federal de Enfermagem justifica a prerrogativa afirmando que a classe não quer ser médico e que o diagnóstico de necessidade dos pacientes não é diagnóstico de doenças. Um exemplo dessa situação, segundo a nota da Folha de S. Paulo, são os casos de pacientes com edema no pé. A idéia, segundo Canavezi, é que o enfermeiro possa fazer o diagnóstico e prescrever cuidados básicos, como colocar o pé para cima. Mas o projeto do ato médico irá vetar tal tarefa.
Os médicos, representados por Roberto D'Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina, alegam que o objetivo do projeto não é fazer reserva de mercado e que o ponto principal é garantir a exclusividade do diagnóstico e do tratamento para os médicos. Segundo declarou ao diário paulista, "Quem pode pagar vai ao médico. E quem não pode? Em 30% das equipes do [programa] Saúde da Família não há médicos. As pessoas estão sendo atendidas, não me pergunte por quem."
O projeto do Ato Médico já havia tramitado no Senado e tinha sido enviado para a Câmara, onde sofreu modificações 'inaceitáveis', segundo o relator do mesmo na CCJ, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), que apóia o princípio de que nenhuma profissão pode se considerada melhor que outra.
Antes de ser encaminhado para sanção presidencial, o projeto do 'Ato Médico' precisa de parecer favorável na CCJ e em outras duas comissões do senado.
Foto: Ângela Peres/Secom
Nota do Blog: este texto foi composto com base no artigo "Profissionais criticam projeto do "Ato Médico", de Johanna Nublat, da Folha de S. Paulo.
Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano

Os farmacêuticos, que atualmente realizam de forma rotineira o teste citopatológico durante exames ginecológicos, querem que o mesmo não seja privativo dos médicos, como propõe o projeto do ex-senador acreano. Segundo o vice-presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter Silva João, "Quase 60% dos exames citopatológicos são realizados por não médicos. Haveria prejuízo para as mulheres brasileiras".
Enfermeiros querem manter a possibilidade de realizar diagnósticos de necessidades do paciente. Cleide Canavezi, do Conselho Federal de Enfermagem justifica a prerrogativa afirmando que a classe não quer ser médico e que o diagnóstico de necessidade dos pacientes não é diagnóstico de doenças. Um exemplo dessa situação, segundo a nota da Folha de S. Paulo, são os casos de pacientes com edema no pé. A idéia, segundo Canavezi, é que o enfermeiro possa fazer o diagnóstico e prescrever cuidados básicos, como colocar o pé para cima. Mas o projeto do ato médico irá vetar tal tarefa.
Os médicos, representados por Roberto D'Ávila, presidente do Conselho Federal de Medicina, alegam que o objetivo do projeto não é fazer reserva de mercado e que o ponto principal é garantir a exclusividade do diagnóstico e do tratamento para os médicos. Segundo declarou ao diário paulista, "Quem pode pagar vai ao médico. E quem não pode? Em 30% das equipes do [programa] Saúde da Família não há médicos. As pessoas estão sendo atendidas, não me pergunte por quem."
O projeto do Ato Médico já havia tramitado no Senado e tinha sido enviado para a Câmara, onde sofreu modificações 'inaceitáveis', segundo o relator do mesmo na CCJ, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), que apóia o princípio de que nenhuma profissão pode se considerada melhor que outra.
Antes de ser encaminhado para sanção presidencial, o projeto do 'Ato Médico' precisa de parecer favorável na CCJ e em outras duas comissões do senado.
Foto: Ângela Peres/Secom
Nota do Blog: este texto foi composto com base no artigo "Profissionais criticam projeto do "Ato Médico", de Johanna Nublat, da Folha de S. Paulo.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home