A APATIA DE TIÃO E JORGE VIANA NA CAMPANHA DE MARCUS ALEXANDRE
Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano
Os eleitores de Rio Branco já notaram e os observadores mais curiosos estão querendo entender: Por que os irmãos Tião e Jorge Viana ainda não se engajaram totalmente na campanha de Marcus Alexandre, candidato do PT à prefeitura de Rio Branco, ao contrário do que fizeram em 2010, quando tentaram eleger Edvaldo Magalhães senador?
Falta um mês para o pleito e nem sinal dos dois nos programas eleitorais de rádio e TV, nos materiais impressos e em outdoors. Não dá para entender, pois Tião e Jorge Viana são as maiores expressões políticas do PT local e, ocupando os cargos de governador e senador, podem ser classificados na atualidade como os políticos mais relevantes do Acre no cenário nacional.
Além disso, considerando que a candidatura de Marcus Alexandre é fruto de uma imposição de Tião e Jorge Viana ao conjunto de partidos que formam a Frente Popular, era de se esperar que eles usassem seu imenso prestígio político e popular para alavancar o seu candidato noviço.
Parece que os manos estão cientes de que a aposta em Marcus Alexandre é muito arriscada e a passividade que estão demonstrando nesta altura da campanha eleitoral é incompreensível.
Quando temos situações nas quais um candidato sem qualquer expressão e experiência política concorre a um cargo majoritário, como é o caso de Marcus Alexandre, o normal é seus aliados e patrocinadores políticos mais tarimbados se colocarem ao seu lado –muitas vezes à sua frente– ao longo de todo o processo eleitoral para garantir aos eleitores que a inexperiência do mesmo não irá comprometer seu desempenho em caso de vitória.
Está provado que esse apoio ostensivo tem um efeito psicológico positivo no eleitorado, pois deixa claro que por trás do candidato inexperiente existe uma equipe extremamente experiente e competente. Adotar essa postura é, portanto, uma estratégia inteligente para ganhar votos. O ex-presidente Lula está fazendo isso com Fernando Haddad, candidato do PT à prefeitura de São Paulo, e por causa disso Haddad tem subido como um foguete nas pesquisas de intenções de votos.
Em Rio Branco Marcus Alexandre está livre, leve e solto, aparentemente fazendo o que bem quer na sua campanha. Nada de material impresso de campanha, inserções no rádio, jornais e TV ao lado dos caciques dos partidos que o apóiam.
As pesquisas de intenções de votos revelam um aumento na sua popularidade, mas nada excepcional e fora dos limites que se espera que ele alcance, considerando que nunca disputou eleições e que no pleito de 2010 a frente de partidos que o apóia foi derrotada em Rio Branco.
Por essas razões, era de se esperar que o alarme de perigo de derrota já deveria estar tocando no comitê eleitoral de Marcus Alexandre. Não só não está, como, por incrível que possa parecer, deverá em breve soar no quartel general da campanha do líder na preferência dos eleitores, Tião Bocalom (PSDB).
Acontece que os equívocos cometidos por Bocalom, o franco favorito para vencer a eleição antes do início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, estão favorecendo a campanha de Marcus Alexandre. Até a sonhada polarização da disputa, almejada pelos planejadores da campanha do então inexpressivo Marcus Alexandre desde a oficialização de sua candidatura, se tornou uma realidade. Isso era fundamental para estancar um possível crescimento de Bocalom na preferência eleitoral – que era acima de 40% antes do início da campanha –, e garantir a ida de Marcus Alexandre para o segundo turno.
Depois do início da propaganda eleitoral no rádio e na TV, a equipe de Marcus Alexandre não teve que fazer absolutamente nada para derrubar o prestígio eleitoral de Bocalom. Ele e sua equipe de apoiadores, com uma campanha vazia de propostas de trabalho e recheada de rancor contra todos e tudo que tem alguma relação com o PT e seus aliados, tem sido bastante eficientes em convencer os eleitores de que ele talvez não seja a melhor opção para comandar a nossa cidade pelos próximos quatro anos.
Um bom exemplo é a sua oposição ao programa Ruas do Povo, que está tirando da lama e da poeira milhares de pessoas de bairros periféricos da capital. Sem apresentar melhor alternativa, Bocalom deveria ser avisado que se continuar a criticar cegamente essa iniciativa sua candidatura irá minguar ainda mais. Custava prometer que iria adotar o programa, ampliar e fazer com mais qualidade?
Nesse contexto, pode-se atribuir que a garantia da realização de um segundo turno nas eleições, a campanha equivocada de Bocalom e a dificuldade de Fernando Melo (PMDB) em melhorar sua preferência junto aos eleitores, são responsáveis pela visível passividade de Jorge e Tião Viana na campanha de Marcus Alexandre. Em contraste, no interior do estado eles estão a todo vapor e participam intensamente das campanhas dos candidatos dos partidos da Frente Popular.
E como será a atuação de Jorge e Tião Viana no segundo turno da eleição em Rio Branco? Para muitos eles estão sendo resguardados para o segundo turno. Serão usados como trunfo, a arma secreta, a bala de prata que a Frente Popular precisa para vencer a eleição.
Outros consideram que a derrota da Frente Popular em Rio Branco nas eleições desse ano é inevitável – independente do candidato apresentado – e que por isso eles não querem associar suas trajetórias vitoriosas com essa derrota. Querem se resguardar para as eleições de 2014.
Uns poucos propõem que o apoio explícito deles nos programas de rádio, TV e em materiais impressos iria mais prejudicar do que ajudar e por isso eles não podem – embora queiram – aparecer na campanha. O choque de realidade vivido na eleição de 2010 deixou traumas, receios e mostrou que a capacidade de transferir prestígio eleitoral – votos – não é algo automático. A derrota de Edvaldo Magalhães para o Senado é a melhor prova.
O resultado da apuração das urnas trará a resposta e porá um fim nesse mistério. E mostrará se as lições da amarga vitória de 2010 foram aprendidas.
Blog Ambiente Acreano
Os eleitores de Rio Branco já notaram e os observadores mais curiosos estão querendo entender: Por que os irmãos Tião e Jorge Viana ainda não se engajaram totalmente na campanha de Marcus Alexandre, candidato do PT à prefeitura de Rio Branco, ao contrário do que fizeram em 2010, quando tentaram eleger Edvaldo Magalhães senador?
Falta um mês para o pleito e nem sinal dos dois nos programas eleitorais de rádio e TV, nos materiais impressos e em outdoors. Não dá para entender, pois Tião e Jorge Viana são as maiores expressões políticas do PT local e, ocupando os cargos de governador e senador, podem ser classificados na atualidade como os políticos mais relevantes do Acre no cenário nacional.
Além disso, considerando que a candidatura de Marcus Alexandre é fruto de uma imposição de Tião e Jorge Viana ao conjunto de partidos que formam a Frente Popular, era de se esperar que eles usassem seu imenso prestígio político e popular para alavancar o seu candidato noviço.
Parece que os manos estão cientes de que a aposta em Marcus Alexandre é muito arriscada e a passividade que estão demonstrando nesta altura da campanha eleitoral é incompreensível.
Quando temos situações nas quais um candidato sem qualquer expressão e experiência política concorre a um cargo majoritário, como é o caso de Marcus Alexandre, o normal é seus aliados e patrocinadores políticos mais tarimbados se colocarem ao seu lado –muitas vezes à sua frente– ao longo de todo o processo eleitoral para garantir aos eleitores que a inexperiência do mesmo não irá comprometer seu desempenho em caso de vitória.
Está provado que esse apoio ostensivo tem um efeito psicológico positivo no eleitorado, pois deixa claro que por trás do candidato inexperiente existe uma equipe extremamente experiente e competente. Adotar essa postura é, portanto, uma estratégia inteligente para ganhar votos. O ex-presidente Lula está fazendo isso com Fernando Haddad, candidato do PT à prefeitura de São Paulo, e por causa disso Haddad tem subido como um foguete nas pesquisas de intenções de votos.
Em Rio Branco Marcus Alexandre está livre, leve e solto, aparentemente fazendo o que bem quer na sua campanha. Nada de material impresso de campanha, inserções no rádio, jornais e TV ao lado dos caciques dos partidos que o apóiam.
As pesquisas de intenções de votos revelam um aumento na sua popularidade, mas nada excepcional e fora dos limites que se espera que ele alcance, considerando que nunca disputou eleições e que no pleito de 2010 a frente de partidos que o apóia foi derrotada em Rio Branco.
Por essas razões, era de se esperar que o alarme de perigo de derrota já deveria estar tocando no comitê eleitoral de Marcus Alexandre. Não só não está, como, por incrível que possa parecer, deverá em breve soar no quartel general da campanha do líder na preferência dos eleitores, Tião Bocalom (PSDB).
Acontece que os equívocos cometidos por Bocalom, o franco favorito para vencer a eleição antes do início da propaganda eleitoral no rádio e na televisão, estão favorecendo a campanha de Marcus Alexandre. Até a sonhada polarização da disputa, almejada pelos planejadores da campanha do então inexpressivo Marcus Alexandre desde a oficialização de sua candidatura, se tornou uma realidade. Isso era fundamental para estancar um possível crescimento de Bocalom na preferência eleitoral – que era acima de 40% antes do início da campanha –, e garantir a ida de Marcus Alexandre para o segundo turno.
Depois do início da propaganda eleitoral no rádio e na TV, a equipe de Marcus Alexandre não teve que fazer absolutamente nada para derrubar o prestígio eleitoral de Bocalom. Ele e sua equipe de apoiadores, com uma campanha vazia de propostas de trabalho e recheada de rancor contra todos e tudo que tem alguma relação com o PT e seus aliados, tem sido bastante eficientes em convencer os eleitores de que ele talvez não seja a melhor opção para comandar a nossa cidade pelos próximos quatro anos.
Um bom exemplo é a sua oposição ao programa Ruas do Povo, que está tirando da lama e da poeira milhares de pessoas de bairros periféricos da capital. Sem apresentar melhor alternativa, Bocalom deveria ser avisado que se continuar a criticar cegamente essa iniciativa sua candidatura irá minguar ainda mais. Custava prometer que iria adotar o programa, ampliar e fazer com mais qualidade?
Nesse contexto, pode-se atribuir que a garantia da realização de um segundo turno nas eleições, a campanha equivocada de Bocalom e a dificuldade de Fernando Melo (PMDB) em melhorar sua preferência junto aos eleitores, são responsáveis pela visível passividade de Jorge e Tião Viana na campanha de Marcus Alexandre. Em contraste, no interior do estado eles estão a todo vapor e participam intensamente das campanhas dos candidatos dos partidos da Frente Popular.
E como será a atuação de Jorge e Tião Viana no segundo turno da eleição em Rio Branco? Para muitos eles estão sendo resguardados para o segundo turno. Serão usados como trunfo, a arma secreta, a bala de prata que a Frente Popular precisa para vencer a eleição.
Outros consideram que a derrota da Frente Popular em Rio Branco nas eleições desse ano é inevitável – independente do candidato apresentado – e que por isso eles não querem associar suas trajetórias vitoriosas com essa derrota. Querem se resguardar para as eleições de 2014.
Uns poucos propõem que o apoio explícito deles nos programas de rádio, TV e em materiais impressos iria mais prejudicar do que ajudar e por isso eles não podem – embora queiram – aparecer na campanha. O choque de realidade vivido na eleição de 2010 deixou traumas, receios e mostrou que a capacidade de transferir prestígio eleitoral – votos – não é algo automático. A derrota de Edvaldo Magalhães para o Senado é a melhor prova.
O resultado da apuração das urnas trará a resposta e porá um fim nesse mistério. E mostrará se as lições da amarga vitória de 2010 foram aprendidas.
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