QUASE 4 MIL HECTARES DE FLORESTAS DO ENTORNO DE RIO BRANCO JÁ FORAM QUEIMADAS EM 2016
Evandro Ferreira/Blog
Ambiente Acreano
Imagens de
satélites analisadas por pesquisadores do Setor de Estudos da Terra e Mudanças
Climáticas Globais (SETEM) do Parque Zoobotânico da UFAC revelaram que desde o
dia 27 de julho passado quase 4 mil hectares de florestas localizadas no
entorno da cidade de Rio Branco e em municípios vizinhos já foram destruídas
por incêndios causados por agricultores ou surgidos espontaneamente em razão da
seca severa que afeta a região.
Segundo Sonaira Souza da Silva, pesquisadora do SETEM/PZ/UFAC e Doutoranda no INPA, do dia 27 de julho
passado até a tarde de hoje (26/08) já foram contabilizadas 3.850 ha de
florestas incendiadas apenas nos municípios de Rio Branco, Bujari, Capixaba e
Porto Acre. Até agora, Capixaba e Bujari foram os municípios mais afetados
pelos incêndios florestais, com 1.450 e 1.200 hectares de floresta queimadas.
Segundo a
pesquisadora, a maior parte das florestas queimadas em Capixaba localiza-se no
entorno da Usina Alcobrás e existe a possibilidade de que esses incêndios
florestais tenham se iniciado com a queima ocorrida nos canaviais adjacentes à
usina. Suspeita-se que parte da fumaça que tem poluído severamente a cidade de
Rio Branco nestes últimos três dias seja oriunda da queima dos canaviais e das
florestas do entorno da Alcobrás.
Sonaira
Silva alertou que é preciso agir com firmeza para combater os incêndios nas
florestas da região e evitar que a situação fique fora de controle. De outra
forma, é possível que o desastre ocorrido durante a seca de 2005 possa se
repetir neste ano.
Segundo a pesquisadora, em 2005 a maior parte dos incêndios que afetaram mais de 200 mil hectares de florestas nativas na região leste do Acre aconteceu a partir de meados de setembro. Em 2016, entretanto, os incêndios florestais têm sido detectados desde o final de julho e poderão, em razão da seca extrema que estamos vivenciando, se estender até outubro.
Segundo a pesquisadora, em 2005 a maior parte dos incêndios que afetaram mais de 200 mil hectares de florestas nativas na região leste do Acre aconteceu a partir de meados de setembro. Em 2016, entretanto, os incêndios florestais têm sido detectados desde o final de julho e poderão, em razão da seca extrema que estamos vivenciando, se estender até outubro.
Questionada
se a ‘crise da fumaça’ em Rio Branco poderá ser superada rapidamente, a
pesquisadora e outros membros da equipe de pesquisa do SETEM/PZ/UFAC acreditam
que tudo dependerá da diminuição no número de focos de calor na região leste do
Acre e em estados e países vizinhos. Outra esperança é que a seca severa seja
interrompida por chuvas abundantes que possam diminuir a atual escalada de
incêndios florestais observados na região.
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