QUEM PEDIU A PATENTE DO MURUMURU? (2)
A empresa CHEMYUNION tem sede em São Paulo (Fiaçao da Saúde, 40 - 10° andar CEP: 04144-020, Saúde - São Paulo) e é uma das várias empresas nacionais e estrangeiras que estão envolvidas no comércio de sementes e óleos de plantas amazônicas.
Funciona mais ou menos assim: eles mandam "emissários" à Amazônia em busca de informações sobre as espécies oleaginosas nativas e sua forma de uso pelas comunidades tradicionais. Muitas vezes não é nem preciso enviar emissários, basta ler publicações científicas (como as que já fiz...) que dizem quais são as espécies, onde ocorrem e como as pessoas usam.
Cabe aqui uma pergunta: nós, os pesquisadores, estamos apenas sendo éticos ou entregando ouro a bandidos? Provavelmente não porque alguem tem que fazer a pesquisa e alguem tem que usar os rescursos. Se não são as comunidades tradicionais, ai a questão é outra...
Depois de identificadas as espécies "mais promissoras", é feita a compra de um lote inicial de frutos para produzir em laboratório a "ficha química" da planta, ou seja, saber quais componentes elas possuem e para que servem. Depois são realizados testes da matéria-prima em diferentes tipos de cosméticos - meio caminho andado pois as comunidades tradicionais vêm fazendo, por sua própria conta e risco, os testes há muitos anos.
O próximo passo das empresas é oferecer o produto no mercado. No mercado internacional o murmuru é comercializado pela Chemyunion como "BR Forest". Vejam a página da companhia química americana NOVEON, de Cleveland, Ohio, distribuidora exclusiva nos EUA, Canadá, México e Índia.
A compra da matéria-prima na Amazônia é feita da seguinte forma (segundo a Chemyunion - minha tradução do texto original em inglês):
"Foram feitas parcerias com tribos indígenas bem organizadas para ajudá-las a melhorar seu nível de vida e ao mesmo tempo não ameaçar a "preciosa" floresta tropical. Desde a primeira compra de sementes, amêndoas, castanhas e frutos, nós temos tido a oportunidade de dar a estas tribos uma forma de renda que ajuda a restaurar sua condição de coletores, assim como suas necessidades de medicamentos, motores de popa e alimento. Nós estamos buscando desenvolver um programa de coleta sustentável de longo prazo na região, além de atender outras necessidades e serviços, preservando ainda mais a "preciosa" floresta amazônica".
Deu para entender porque para estas empresas a floresta é tão "preciosa"?
O mais curioso sobre a Chemyunion é que a sua página na internet só funciona em sua versão em inglês. A página em português está em "fase atualização" há vários dias. Fiquei curioso se a versão brasileira teria o mesmo teor do texto em inglês.
Funciona mais ou menos assim: eles mandam "emissários" à Amazônia em busca de informações sobre as espécies oleaginosas nativas e sua forma de uso pelas comunidades tradicionais. Muitas vezes não é nem preciso enviar emissários, basta ler publicações científicas (como as que já fiz...) que dizem quais são as espécies, onde ocorrem e como as pessoas usam.
Cabe aqui uma pergunta: nós, os pesquisadores, estamos apenas sendo éticos ou entregando ouro a bandidos? Provavelmente não porque alguem tem que fazer a pesquisa e alguem tem que usar os rescursos. Se não são as comunidades tradicionais, ai a questão é outra...
Depois de identificadas as espécies "mais promissoras", é feita a compra de um lote inicial de frutos para produzir em laboratório a "ficha química" da planta, ou seja, saber quais componentes elas possuem e para que servem. Depois são realizados testes da matéria-prima em diferentes tipos de cosméticos - meio caminho andado pois as comunidades tradicionais vêm fazendo, por sua própria conta e risco, os testes há muitos anos.
O próximo passo das empresas é oferecer o produto no mercado. No mercado internacional o murmuru é comercializado pela Chemyunion como "BR Forest". Vejam a página da companhia química americana NOVEON, de Cleveland, Ohio, distribuidora exclusiva nos EUA, Canadá, México e Índia.
A compra da matéria-prima na Amazônia é feita da seguinte forma (segundo a Chemyunion - minha tradução do texto original em inglês):
"Foram feitas parcerias com tribos indígenas bem organizadas para ajudá-las a melhorar seu nível de vida e ao mesmo tempo não ameaçar a "preciosa" floresta tropical. Desde a primeira compra de sementes, amêndoas, castanhas e frutos, nós temos tido a oportunidade de dar a estas tribos uma forma de renda que ajuda a restaurar sua condição de coletores, assim como suas necessidades de medicamentos, motores de popa e alimento. Nós estamos buscando desenvolver um programa de coleta sustentável de longo prazo na região, além de atender outras necessidades e serviços, preservando ainda mais a "preciosa" floresta amazônica".
Deu para entender porque para estas empresas a floresta é tão "preciosa"?
O mais curioso sobre a Chemyunion é que a sua página na internet só funciona em sua versão em inglês. A página em português está em "fase atualização" há vários dias. Fiquei curioso se a versão brasileira teria o mesmo teor do texto em inglês.
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