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16 novembro 2005

PNEU USADO. QUAL É MESMO O NOME DA MARCA?

Quem possui automóveis aqui em Rio Branco e teve que comprar pneus nestes últimos meses deve ter se surpreendido com a "variedade" de marcas em oferta. Se eu não estou enganado, creio que vi ali pela via Chico Mendes uma faixa anunciando promoção de pneus "Kelly" a preço de banana. "Kelly"! Isso é nome para se usar como marca de pneu? Tá mais para nome de boneca! Parece abuso. E é! Acontece que as portas (na prática: os portos) do Brasil estão neste momento abertas à importação de pneus usados, especialmente da Europa. Com isso muitas indústrias de fundo de quintal - e seus proprietários ávidos por homenagear filhos, esposas e sogras - estão "fabricando" pneus e vendendo pelo Brasil afora. Muitos consumidores estão caindo nesta conversa e acham que estão "levando vantagem" porque o pneu usado "reformado" que estão comprando é R$ 20-30 mais barato do que aqueles "daquelas marcas" que estão no mercado desde que o automóvel foi inventado. É preciso ter cuidado.

Farra dos importados "usados" pode acabar em breve

Se tudo ocorrer como se espera, marcas de pneus com nomes "engraçados" vão ser apenas uma memória histórica. A Câmara Federal está debatendo nesta quarta-feira (16/10) o Projeto de Lei 6136/05, enviado pelo presidente Lula, que proíbe a importação de pneus usados, seja como bem de consumo ou como matéria-prima - por acreditar que o Brasil "necessita de instrumentos mais fortes de controle sobre a importação desse material. "Para o governo, a importação de pneus usados é problema de saúde ambiental", diz o secretário de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Victor Zular Zveibil.

Zveibil lembrou ainda a ameaça dos pneus usados para a disseminação da dengue pois nem todos os pneus que chegam podem ser reformados. Com isso, estes pneus acabarão sendo depositados em lixões e no meio ambiente em geral, como rios e córregos. O Brasil, completou o secretário, precisa exigir dos países desenvolvidos o cumprimento da Convenção da Basiléia, para que não seja transformado no lixão do terceiro mundo. O secretário referia-se à Convenção da Basiléia para o Controle dos Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e sua disposição, assinada em março de 1988 por 105 países e a Comunidade Européia na cidade suíça de Basiléia.

UE pressiona para Brasil continuar a comprar pneus usados

Victor Zular Zveibil diz ainda que o Brasil está sofrendo pressão da União Europeia para abrir seu mercado de importação de pneus usados. Atualmente, apenas o Uruguai vende pneus usados para o Brasil, depois que o País foi obrigado a aceitar a entrada desse material em conseqüência de decisão tomada em 2002 pelo Tribunal Arbitral do Mercosul. Enquanto o Uruguai envia ao Brasil 60 mil pneus usados por ano, a União Européia quer vender sete milhões. Zveibil afirmou que o potencial de importação brasileiro é de 90 milhões de pneus usados por ano.

Link de referência:
Secretário diz que UE pressiona para compra de pneu usado
Agência Câmara