QUAL A IDADE DAS FLORESTAS ACREANAS?
Pesquisador acreano descobre que as árvores das nossas florestas são muito mais velhas do que se pensava.
O pesquisador acreano, Diogo Selhorst, que trabalha no SETEM/Parque Zoobotânico/UFAc, publicou um artigo na revista científica internacional “Proceedings of the National Academy of Sciences” (EUA) no qual se comprova cientificamente que as árvores da floresta amazônica são muito mais velhas do que se pensava.
Usando métodos de radiocarbono para a datação da idade das plantas, Diogo e outros colegas do Projeto LBA descobriram que entre 17-50% de todas as árvores com mais de 10 cm de diâmetro possuem mais de 300 anos de idade. Algumas árvores, como foi o caso das castanheiras, apresentaram idade entre 680 e 1.000 anos.
O experimento revelou que a maioria das árvores da bacia amazônica são velhas porque crescem muito devagar no solo pobre em nutrientes que predomina na região. Além disso, a maioria fica sombreadas pelas grandes árvores emergentes que dominam o dossel da floresta.
A taxa de crescimento que a equipe de pesquisadores encontrou para as árvores da Amazônia central está entre as mais baixas entre todas as florestas da terra. O incremento médio em diâmetro das árvores naquela região região foi de aproximadamente 1mm/ano. Este resultado contraria a idéia de que as florestas tropicais são altamente dinâmicas e se regeneram rapidamente. O estudo comprovou que árvores de mesmo diâmetro no Acre são muito mais novas que as encontradas nas cercanias de Manaus.
Outra conclusão do estudo é que a floresta amazônica tem capacidade de recuperar rapidamente a biomassa perdida em função das alteração que possa sofrer, entretanto, a recuperação da composição original das espécies que existiam na floresta talvez leve centenas de anos.
No Acre, a pesquisa foi realizada na Fazenda Experimental Catuaba, da Universidade Federal do Acre, que fica localizada no km 23 da BR-364, sentido Porto Velho. A média de idade dos indivíduos estudados nesta Fazenda variou entre 200 e 280 anos. Entre as espécies nativas do Acre que foram consideradas de crescimento muito lento pelo estudo estão a castanheira, o cumaru-ferro, a maçaranduba e a andiroba. Com exceção da primeira, as outras três estão entre as espécie madeireiras mais exploradas comercialmente no Estado.
Uma das consequências do estudo é que o efeito da extração seletiva de madeira via manejo sustentado na região vai ser muito mais duradouro do que o previsto. Nos planos de manejo aprovados no IBAMA, o ciclo de corte varia entre 40 e 60 anos. Uma das pesquisadoras que fez parte do projeto, Susan Trumbore, da Universidade da Califórnia, acredita que “pode levar séculos para estas florestas manejadas voltarem ao seu estágio original de crescimento”
O artigo publicado é resultado do desenvolvimento do projeto LBA (Large-Scale Biosphere-Atmosphere Experiment in Amazonia), uma iniciativa conjunta de pesquisadores brasileiros e americanos, com apoio financeiro da NASA. No Acre o projeto LBA está sendo desenvolvido no Setor de Estudos da Terra e Mudanças Climáticas Globais (SETEM), que é ligado ao Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre. A liderança local é do Dr. Foster Brown. Diogo Selhorst, foi estudante de biologia da UFAC e está concluindo o seu mestrado em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais na UFAC sob a orientação do Dr. Foster.
Referência: Slow growth rates of Amazonian trees: Consequences for carbon cycling
Publicado em 9/12/2005
Autores: Simone Vieira¹, Susan Trumbore², Plinio B. Camargo¹, Diogo Selhorst³, Jeffrey Q. Chambers4, Niro Higuchi5, and Luiz Antonio Martinelli¹
¹Laboratório de Ecologia Isotópica, Centro de Energia Nuclear na Agricultura, P.O. Box 96, CEP 13400-970, Piracicaba, Sao Paulo, Brazil; ²Department of Earth System Science, 2222 Croul Hall, University of California, Irvine, CA 92697; ³Parque Zoobotanico, Universidade Federal do Acre, Setor de Estudos do Uso da Terra e de Mudanças Globais, Campus Universitário, Br 364, Km 04, CEP 69915-900, Rio Branco, Brazil; 4Department of Ecology and Evolutionary Biology, Tulane University, New Orleans, LA 70118; and 5Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, Caixa Postal 478, CEP 69011-970, Manaus, Brazil.
Resultado da pesquis tem implicação para o manejo sustentado de madeira na Amazônia
O pesquisador acreano, Diogo Selhorst, que trabalha no SETEM/Parque Zoobotânico/UFAc, publicou um artigo na revista científica internacional “Proceedings of the National Academy of Sciences” (EUA) no qual se comprova cientificamente que as árvores da floresta amazônica são muito mais velhas do que se pensava.
Usando métodos de radiocarbono para a datação da idade das plantas, Diogo e outros colegas do Projeto LBA descobriram que entre 17-50% de todas as árvores com mais de 10 cm de diâmetro possuem mais de 300 anos de idade. Algumas árvores, como foi o caso das castanheiras, apresentaram idade entre 680 e 1.000 anos.
O experimento revelou que a maioria das árvores da bacia amazônica são velhas porque crescem muito devagar no solo pobre em nutrientes que predomina na região. Além disso, a maioria fica sombreadas pelas grandes árvores emergentes que dominam o dossel da floresta.
A taxa de crescimento que a equipe de pesquisadores encontrou para as árvores da Amazônia central está entre as mais baixas entre todas as florestas da terra. O incremento médio em diâmetro das árvores naquela região região foi de aproximadamente 1mm/ano. Este resultado contraria a idéia de que as florestas tropicais são altamente dinâmicas e se regeneram rapidamente. O estudo comprovou que árvores de mesmo diâmetro no Acre são muito mais novas que as encontradas nas cercanias de Manaus.
Outra conclusão do estudo é que a floresta amazônica tem capacidade de recuperar rapidamente a biomassa perdida em função das alteração que possa sofrer, entretanto, a recuperação da composição original das espécies que existiam na floresta talvez leve centenas de anos.
No Acre, a pesquisa foi realizada na Fazenda Experimental Catuaba, da Universidade Federal do Acre, que fica localizada no km 23 da BR-364, sentido Porto Velho. A média de idade dos indivíduos estudados nesta Fazenda variou entre 200 e 280 anos. Entre as espécies nativas do Acre que foram consideradas de crescimento muito lento pelo estudo estão a castanheira, o cumaru-ferro, a maçaranduba e a andiroba. Com exceção da primeira, as outras três estão entre as espécie madeireiras mais exploradas comercialmente no Estado.
Uma das consequências do estudo é que o efeito da extração seletiva de madeira via manejo sustentado na região vai ser muito mais duradouro do que o previsto. Nos planos de manejo aprovados no IBAMA, o ciclo de corte varia entre 40 e 60 anos. Uma das pesquisadoras que fez parte do projeto, Susan Trumbore, da Universidade da Califórnia, acredita que “pode levar séculos para estas florestas manejadas voltarem ao seu estágio original de crescimento”
O artigo publicado é resultado do desenvolvimento do projeto LBA (Large-Scale Biosphere-Atmosphere Experiment in Amazonia), uma iniciativa conjunta de pesquisadores brasileiros e americanos, com apoio financeiro da NASA. No Acre o projeto LBA está sendo desenvolvido no Setor de Estudos da Terra e Mudanças Climáticas Globais (SETEM), que é ligado ao Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre. A liderança local é do Dr. Foster Brown. Diogo Selhorst, foi estudante de biologia da UFAC e está concluindo o seu mestrado em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais na UFAC sob a orientação do Dr. Foster.
Referência: Slow growth rates of Amazonian trees: Consequences for carbon cycling
Publicado em 9/12/2005
Autores: Simone Vieira¹, Susan Trumbore², Plinio B. Camargo¹, Diogo Selhorst³, Jeffrey Q. Chambers4, Niro Higuchi5, and Luiz Antonio Martinelli¹
¹Laboratório de Ecologia Isotópica, Centro de Energia Nuclear na Agricultura, P.O. Box 96, CEP 13400-970, Piracicaba, Sao Paulo, Brazil; ²Department of Earth System Science, 2222 Croul Hall, University of California, Irvine, CA 92697; ³Parque Zoobotanico, Universidade Federal do Acre, Setor de Estudos do Uso da Terra e de Mudanças Globais, Campus Universitário, Br 364, Km 04, CEP 69915-900, Rio Branco, Brazil; 4Department of Ecology and Evolutionary Biology, Tulane University, New Orleans, LA 70118; and 5Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, Caixa Postal 478, CEP 69011-970, Manaus, Brazil.
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