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14 fevereiro 2006

SANHA DESTRUIDORA...É CULTURAL!

Recentemente publicamos um post sobre o desmatamento em Rondônia (QUAL O FUTURO DA COBERTURA VEGETAL DE RONDÔNIA?). Lá não escapam nem as áreas de preservação.

Agora, que sobrou pouca florestas para eles continuarem a explorar de forma "legal" (onde eles não correm muitos riscos de serem presos ou ter a madeira apreendida), os produtores e toreiros de lá estão bloqueando a estrada que vem para o Acre para exigir que o governo mude a lei que exige 80% de reserva legal nos lotes de terra da região.

- Manejo sustentado? O que é isso?

Essa deve ser a pergunta que eles devem fazer quando alguem os questiona sobre esta alternativa. Como só enxergam um palmo na frente do nariz, o agumento deles deve ser de que no fim do dia têm que levar pão para a família comer...

Além disso querem "facilidades" para obter ATPFs. Deve ser porque o IBAMA estourou os esquemas dos "empresários" de lá.

Agora nem mel e nem cumbuca. Não têm moral para mudar a lei porque são reconhecidamente destruidores. Fazer o que? Continuar na ilegalidade!

Quanto a serem ouvidos, só vão ser porque vão bloquear a estrada para o Acre e isso vai dar manchete na grande imprensa nacional. Aliás, fico pensando que se Rondônia ficasse na ponta do Brasil, como é o caso do Acre, ninguem ia ouvir seus lamentos. E o resto do país só ia saber da destruição que eles iam promover no Estado quando tudo estivesse acabado e a grande leva de emigrantes começasse a sair em direção a outros Estados do Brasil dizendo que lá não daria mais para viver:

- Não tem madeira, não tem ouro, cassiterita, peixe...como dá para viver num lugar assim?

Leiam abaixo a reportagem do jornal A TRIBUNA sobre o movimento dos "destruidores rondonienses":

Toreiros bloqueiam 364 em quatro pontos
Josafá Batista

Filas com cerca de 10 quilômetros de automóveis, em ambos os lados da BR-364, circundam quatro pontos de bloqueio nesse instante. Todos são em Rondônia, nos quilômetros 513, 515 e 519. Caminhões toreiros e pedaços de pau impedem o avanço de automóveis grandes ou pequenos. No começo da noite de ontem, o último trecho foi interditado - na confluência com outra rodovia, a BR-421, entrada de Ariquemes (RO).

Com os bloqueios, as operações de compra e venda no atacado para o Acre devem ser interrompidas, pelo menos para as encomendas com previsão de transporte rodoviário. De acordo com uma estimativa da Associação Comercial e Industrial do Acre (Acisa), o prazo para o impacto nas prateleiras dos supermercados é de uma semana. A escassez deve começar com verduras, frutas e outros produtos perecíveis.

"Há 115 caminhões e 230 manifestantes, que reivindicam a modificação da MP 2166, pedindo a redução da área de reserva legal em propriedades rurais, e também maior facilidade na liberação das ATPFs para as operações de manejo", informou uma agente da Polícia Rodoviária Federal em Rondônia, que preferiu manter o anonimato.

A MP 2166, que os manifestantes querem modificar, fixa em 80% o tamanho da área de reserva legal nas propriedades rurais da Amazônia Legal. Agricultores e pecuaristas em geral reclamam que o dispositivo prejudica os investimentos e favorecem a extração ilegal de madeira. Já as ATPFs são documentos necessários por lei para a atividade madeireira.O protesto começou às 13 horas de ontem, organizado por toreiros e donos de madeireiras da cidade de Ariquemes.

Cidade será isolada em Rondônia

Dezenas de toreiros se reuniram em Ariquemes na tarde de ontem para decidir se levam caminhões para a RO 257 e isolam a cidade de Machadinho do Oeste, criando o quinto ponto de bloqueio. A rodovia liga a BR-364 ao município e é a única via de acesso ao local.

No domingo, representantes da bancada federal rondoniense e o governador Ivo Cassol (PPS) terminou em um impasse, sem resultado para os manifestantes, que decidiram radicalizar e criar os novos pontos de bloqueio. Graças à estratégia, nem os ônibus para cidades fora do Acre - que normalmente, em protestos similares, fazem troca de passageiros - estão circulando.