QUAL O FUTURO DA COBERTURA VEGETAL DE RONDÔNIA?
SE DEPENDER DOS GOVERNANTES E DA MAIORIA DOS PRODUTORES RURAIS, ELA SÓ TEM UM DESTINO: DESTRUIÇÃO TOTAL!
Vejam o mapa ao lado e observem com cuidado que as áreas em laranja e verde (dois tons) são áreas de proteção ambiental. Elas representam 45% do território de Rondônia. Fora destas áreas, tudo que está em lilás são áreas destruídas. As poucas manchas brancas fora das áreas de proteção ambiental são as florestas ou áreas não protegidas que escaparam da sanha destruidora dos rondonienses e migrantes que vieram "para ajudar a desenvolver o Estado"!
Se você se sentiu aliviado em ver que 45% da área daquele Estado está protegida, que não será destruída porque são áreas de proteção ambiental, recomendo ler o excelente artigo "O Avanço do Desmatamento sobre as Áreas Protegidas em Rondônia" dos pesquisadores do IMAZON Beatriz Ribeiro, Adalberto Veríssimo e Kátia Pereira. A figura acima foi tirada do referido artigo e é, para mim, chocante!
Neste artigo você vai saber que até 2004 os que "detestam" floresta em pé em Rondônia já desmataram cerca de 6,3% do território das Áreas Protegidas, enquanto a média para a Amazônia é de apenas 1,7%. Além disso, dez reservas já haviam perdido mais de 20% da floresta original e a taxa de desmatamento tem aumentado nessas áreas nos últimos anos.
Segundo o artigo, as áreas protegidas em Rondônia totalizam 106.617 km2. No Estado existem 84 Áreas Protegidas, das quais 20 são Terras Indígenas, 15 são Unidades de Conservação de Proteção Integral e 49 são Unidades de Conservação de Uso Sustentável. No caso das Unidades de Conservação, a grande maioria (52) é administrada pelo governo estadual, enquanto apenas 12 são gerenciadas pelo governo federal (Figura 1).
Das 84 Áreas Protegidas de Rondônia, a maioria (51) apresenta pouco desmatamento (inferior a 5% da área); enquanto em 21 áreas, o desmatamento fica entre 5% e 20%. No restante (10), o desmatamento já supera 20%.
Áreas Protegidas mais Desmatadas em Rondônia
As dez Áreas Protegidas mais críticas de Rondônia (Tabela 1) são Unidades de Conservação estaduais, das quais oito são de uso sustentável e duas de proteção integral. Nessas Unidades, o desmatamento variou de 23% a 68%. O Parque Estadual de Candeias, nas proximidades de Porto Velho, é a Unidade mais desmatada (68%, ou 58 km2 desmatados). Em seguida, aparece a Floresta Estadual de Rendimento Sustentado (Florsu) do Rio São Domingos (62%, ou 1.803 km2) e a Florsu do Rio Roosevelt (52%, ou 150 km2).
A taxa anual de desmatamento de algumas dessas áreas também é extremamente alta. Na Florsu do Rio São Domingos, por exemplo, a taxa anual média de desmatamento nos últimos quatro anos foi de 5,7%. Se essa taxa for mantida, a área perderá toda a sua cobertura florestal em oito anos.
Lição para o Acre: não quero ser você amanhã!
Embora seja uma situação trágica, o que está acontecendo em Rondônia é um laboratório, uma verdadeira aula prática do que ocorreria no Acre se o Estado não tivesse tomado as medidas legais para deter o avanço do desmatamento. Além disso, Rondônia funciona como um marco para aqueles que defendem políticas de desenvolvimento sustentável para o Acre.
O argumento "você viu o que aconteceu com Rondônia?" vai ser cada vez mais justificado no futuro se nada de mais sério for feito para impedir a destruição ambiental daquele Estado. E parece que a coisa não mudará mesmo pois a impressão que fica é que os políticos e empresários de lá estão todos unidos - e são cúmplices - neste crime ambiental. O povo que elege os políticos também tem parcela de culpa. Fica no ar a pergunta: o que eles acham que vão ganhar fazendo isso?
Referência:
O Avanço do Desmatamento sobre as Áreas Protegidas em Rondônia, por Beatriz Ribeiro, Adalberto Veríssimo e Kátia Pereira (IMAZON).
Vejam o mapa ao lado e observem com cuidado que as áreas em laranja e verde (dois tons) são áreas de proteção ambiental. Elas representam 45% do território de Rondônia. Fora destas áreas, tudo que está em lilás são áreas destruídas. As poucas manchas brancas fora das áreas de proteção ambiental são as florestas ou áreas não protegidas que escaparam da sanha destruidora dos rondonienses e migrantes que vieram "para ajudar a desenvolver o Estado"!
Se você se sentiu aliviado em ver que 45% da área daquele Estado está protegida, que não será destruída porque são áreas de proteção ambiental, recomendo ler o excelente artigo "O Avanço do Desmatamento sobre as Áreas Protegidas em Rondônia" dos pesquisadores do IMAZON Beatriz Ribeiro, Adalberto Veríssimo e Kátia Pereira. A figura acima foi tirada do referido artigo e é, para mim, chocante!
Neste artigo você vai saber que até 2004 os que "detestam" floresta em pé em Rondônia já desmataram cerca de 6,3% do território das Áreas Protegidas, enquanto a média para a Amazônia é de apenas 1,7%. Além disso, dez reservas já haviam perdido mais de 20% da floresta original e a taxa de desmatamento tem aumentado nessas áreas nos últimos anos.
Segundo o artigo, as áreas protegidas em Rondônia totalizam 106.617 km2. No Estado existem 84 Áreas Protegidas, das quais 20 são Terras Indígenas, 15 são Unidades de Conservação de Proteção Integral e 49 são Unidades de Conservação de Uso Sustentável. No caso das Unidades de Conservação, a grande maioria (52) é administrada pelo governo estadual, enquanto apenas 12 são gerenciadas pelo governo federal (Figura 1).
Das 84 Áreas Protegidas de Rondônia, a maioria (51) apresenta pouco desmatamento (inferior a 5% da área); enquanto em 21 áreas, o desmatamento fica entre 5% e 20%. No restante (10), o desmatamento já supera 20%.
Áreas Protegidas mais Desmatadas em Rondônia
As dez Áreas Protegidas mais críticas de Rondônia (Tabela 1) são Unidades de Conservação estaduais, das quais oito são de uso sustentável e duas de proteção integral. Nessas Unidades, o desmatamento variou de 23% a 68%. O Parque Estadual de Candeias, nas proximidades de Porto Velho, é a Unidade mais desmatada (68%, ou 58 km2 desmatados). Em seguida, aparece a Floresta Estadual de Rendimento Sustentado (Florsu) do Rio São Domingos (62%, ou 1.803 km2) e a Florsu do Rio Roosevelt (52%, ou 150 km2).
A taxa anual de desmatamento de algumas dessas áreas também é extremamente alta. Na Florsu do Rio São Domingos, por exemplo, a taxa anual média de desmatamento nos últimos quatro anos foi de 5,7%. Se essa taxa for mantida, a área perderá toda a sua cobertura florestal em oito anos.
Lição para o Acre: não quero ser você amanhã!
Embora seja uma situação trágica, o que está acontecendo em Rondônia é um laboratório, uma verdadeira aula prática do que ocorreria no Acre se o Estado não tivesse tomado as medidas legais para deter o avanço do desmatamento. Além disso, Rondônia funciona como um marco para aqueles que defendem políticas de desenvolvimento sustentável para o Acre.
O argumento "você viu o que aconteceu com Rondônia?" vai ser cada vez mais justificado no futuro se nada de mais sério for feito para impedir a destruição ambiental daquele Estado. E parece que a coisa não mudará mesmo pois a impressão que fica é que os políticos e empresários de lá estão todos unidos - e são cúmplices - neste crime ambiental. O povo que elege os políticos também tem parcela de culpa. Fica no ar a pergunta: o que eles acham que vão ganhar fazendo isso?
Referência:
O Avanço do Desmatamento sobre as Áreas Protegidas em Rondônia, por Beatriz Ribeiro, Adalberto Veríssimo e Kátia Pereira (IMAZON).
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