BIODIESEL DE ANDIROBA-DE-RAMA
Nota do Blog: o resumo abaixo foi apresentado, junto com um painel, na 29a. Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, realizada em Águas de Lindóia, entre os dias 19 e 22 de maio passado. Como se pode ler no texto: sim, é possível obter biodiesel a partir do óleo extraído das sementes da andiroba-de-rama! Este resultado de pesquisa foi obtido como parte do projeto de estudo do "Potencial de produção de biodiesel no vale do Acre", desenvolvido conjuntamente pela UFAC (Departamento de Ciências da Natureza e o INPA-Acre).
Estudo da reação de transesterificação de óleo de andiroba-de-rama (Fevillea cordifolia) para produção de biodiesel
Thayna Maria Holanda de Souza (1) (IC)*, Luzia Barbosa de Assis (1) (PG), Anelise Maria Regiani (1) (PQ), Ilmar Bernardo Graebner (1) (PQ), Evandro Linhares Ferreira (2) (PQ). (thaynalanda@hotmail.com)
(1). Universidade Federal do Acre – Departamento de Ciências da Natureza – CP 500, CEP 69915-900, Rio Branco, AC (2) Instituto Nacional de Pesquisa na Amazônia – Regional do Acre – BR364, km 04, CEP 69915-900, Rio Branco, AC
Palavras Chave: Transesterificação, andiroba-de-rama, biodiesel.
Introdução
O biodiesel foi escolhido pelo governo brasileiro como uma fonte alternativa de energia em razão do grande impacto social e econômico que a sua produção poderá trazer para a sociedade. Tendo em vista que o Estado do Acre não apresenta tradição no cultivo das espécies oleaginosas mais comumente utilizadas na síntese de biodiesel (soja, mamona e girassol), propõe-se o uso de óleos obtidos de espécies nativas para obtenção de biocombustível. Uma destas espécies é a andiroba-de-rama (Fevillea cordifolia), que, devido ao seu alto teor de óleo (67%) e grande incidência na região, possui potencial para a produção de biodiesel em escala industrial.
Resultados e Discussão
O óleo foi obtido por extração com hexano, à quente, da amêndoa triturada de andiroba-de-rama. Os índices de acidez, saponificação, peróxido e iodo foram determinados seguindo procedimentos recomendados pelo Instituto Adolfo lutz, sendo obtidos valores iguais a 1,0 mgKOH/g, 166,5 mgKOH/g, 1,54 meq/kg e 8,5 respectivamente. As reações de transesterificação foram realizadas a 50°C a partir de 100mL de óleo de andiroba-de-rama e solução 1% de NaOH em álcool etílico absoluto seco sob CaO. Em um primeiro ensaio foram adicionados 30 mL de solução e em um segundo, 55 mL. Após o término da reação, evidenciado pela mudança de coloração do meio, 20mL de glicerina foram adicionados para acelerar a separação de fases. A mesma reação foi feita com óleo de soja para efeito de comparação. A fase superior foi analisada qualitativamente através de cromatografia em camada delgada-CCD para verificar a conversão em ésteres etílicos. Para isso, o biodiesel e o óleo de partida foram dissolvidos em mistura de éter de petróleo, clorofórmio e metanol. Analizando-se os cromatogramas obtidos, eluídos em sistema éter de petróleo, éter etílico e ácido acético (8:2:1) e revelados em vapor de iodo, verificou-se que os óleos de partida apresentaram duas manchas distintas, em Rfs iguais a 0,25 e 0,61 para andiroba-de-rama e 0,22 e 0,65 para soja. A ocorrência da reação de transesterificação foi confirmada através do aparecimento de duas manchas distintas às do óleo de partida, uma com Rf pequeno, 0,16 para andirobade-rama e 0,19 para soja, e outra a 0,72 para ambos, sendo esta correspondente aos ésteres etílicos. As intensidades das colorações das manchas com Rfs 0,61 (andiroba-de-rama), 0,65 (soja), e 0,72 (ambos) inferem que a conversão em biodiesel foi maior para o ensaio utilizando 55 mL de solução de alcóxido. Através do balanço de massa do processo, obtém-se como resultado médio da reação de transesterificação de óleo de andiroba-de-rama 84,0% em ésteres etílicos, 2,2% de material sólido, 10,6% de glicerina e 3,2% de perdas, para o óleo de soja foi obtido 81,4% de biodiesel, 12,0% glicerina e 6,1% de perdas.
Conclusões
O ensaio mostrou ser viável a obtenção de biodiesel a partir de óleo de andiroba-de-rama (Fevillea cordifolia), sendo maior conversão obtida com a
adição de 55 mL de solução de alcóxido.
Agradecimentos
Ao senador Sibá Machado pela bolsa concedida, à Fazenda Barra Nova pelos frutos de andiroba-derama.
____________________
Ferrari, R. A.; Oliveira, V. S.; Scabio, A. Química Nova, 2005, 28(1), 19.
Di Lascio, M. A. Revue de l´Enérgie, 1999, 506, 255.
Estudo da reação de transesterificação de óleo de andiroba-de-rama (Fevillea cordifolia) para produção de biodiesel
Thayna Maria Holanda de Souza (1) (IC)*, Luzia Barbosa de Assis (1) (PG), Anelise Maria Regiani (1) (PQ), Ilmar Bernardo Graebner (1) (PQ), Evandro Linhares Ferreira (2) (PQ). (thaynalanda@hotmail.com)
(1). Universidade Federal do Acre – Departamento de Ciências da Natureza – CP 500, CEP 69915-900, Rio Branco, AC (2) Instituto Nacional de Pesquisa na Amazônia – Regional do Acre – BR364, km 04, CEP 69915-900, Rio Branco, AC
Palavras Chave: Transesterificação, andiroba-de-rama, biodiesel.
Introdução
O biodiesel foi escolhido pelo governo brasileiro como uma fonte alternativa de energia em razão do grande impacto social e econômico que a sua produção poderá trazer para a sociedade. Tendo em vista que o Estado do Acre não apresenta tradição no cultivo das espécies oleaginosas mais comumente utilizadas na síntese de biodiesel (soja, mamona e girassol), propõe-se o uso de óleos obtidos de espécies nativas para obtenção de biocombustível. Uma destas espécies é a andiroba-de-rama (Fevillea cordifolia), que, devido ao seu alto teor de óleo (67%) e grande incidência na região, possui potencial para a produção de biodiesel em escala industrial.
Resultados e Discussão
O óleo foi obtido por extração com hexano, à quente, da amêndoa triturada de andiroba-de-rama. Os índices de acidez, saponificação, peróxido e iodo foram determinados seguindo procedimentos recomendados pelo Instituto Adolfo lutz, sendo obtidos valores iguais a 1,0 mgKOH/g, 166,5 mgKOH/g, 1,54 meq/kg e 8,5 respectivamente. As reações de transesterificação foram realizadas a 50°C a partir de 100mL de óleo de andiroba-de-rama e solução 1% de NaOH em álcool etílico absoluto seco sob CaO. Em um primeiro ensaio foram adicionados 30 mL de solução e em um segundo, 55 mL. Após o término da reação, evidenciado pela mudança de coloração do meio, 20mL de glicerina foram adicionados para acelerar a separação de fases. A mesma reação foi feita com óleo de soja para efeito de comparação. A fase superior foi analisada qualitativamente através de cromatografia em camada delgada-CCD para verificar a conversão em ésteres etílicos. Para isso, o biodiesel e o óleo de partida foram dissolvidos em mistura de éter de petróleo, clorofórmio e metanol. Analizando-se os cromatogramas obtidos, eluídos em sistema éter de petróleo, éter etílico e ácido acético (8:2:1) e revelados em vapor de iodo, verificou-se que os óleos de partida apresentaram duas manchas distintas, em Rfs iguais a 0,25 e 0,61 para andiroba-de-rama e 0,22 e 0,65 para soja. A ocorrência da reação de transesterificação foi confirmada através do aparecimento de duas manchas distintas às do óleo de partida, uma com Rf pequeno, 0,16 para andirobade-rama e 0,19 para soja, e outra a 0,72 para ambos, sendo esta correspondente aos ésteres etílicos. As intensidades das colorações das manchas com Rfs 0,61 (andiroba-de-rama), 0,65 (soja), e 0,72 (ambos) inferem que a conversão em biodiesel foi maior para o ensaio utilizando 55 mL de solução de alcóxido. Através do balanço de massa do processo, obtém-se como resultado médio da reação de transesterificação de óleo de andiroba-de-rama 84,0% em ésteres etílicos, 2,2% de material sólido, 10,6% de glicerina e 3,2% de perdas, para o óleo de soja foi obtido 81,4% de biodiesel, 12,0% glicerina e 6,1% de perdas.
Conclusões
O ensaio mostrou ser viável a obtenção de biodiesel a partir de óleo de andiroba-de-rama (Fevillea cordifolia), sendo maior conversão obtida com a
adição de 55 mL de solução de alcóxido.
Agradecimentos
Ao senador Sibá Machado pela bolsa concedida, à Fazenda Barra Nova pelos frutos de andiroba-derama.
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Ferrari, R. A.; Oliveira, V. S.; Scabio, A. Química Nova, 2005, 28(1), 19.
Di Lascio, M. A. Revue de l´Enérgie, 1999, 506, 255.
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