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Na Web No BLOG AMBIENTE ACREANO

30 março 2007

BRASILEIROS QUE DEFENDEM O "PROGRESSO" DA AMAZÔNIA

Amazônia para sempre (1)

Denis Espedito Serafini (*)

Está em curso uma gigantesca campanha contra o crescimento econômico e desenvolvimento social do estado de Mato Grosso, às vezes de forma dissimulada, outras vezes de maneira até institucionalizada.

O argumento é colocado com rebuscada sabedoria e imagens de primeiríssima geração e fundamentado em elementos de quem realmente já conhece bem o estado, a região. O objeto é o meio ambiente. O foco é a devastação de matas e de todo tipo de vegetação nativa pela presença do homem, seja para produzir alimentos, seja para atividades extrativistas. Os articuladores, não raro, são estrangeiros ou pessoas, como nós, urbanos, poluidores dos rios Cuiabá, Guaíba, Tietê, etc... Alguns se identificam, outros se escondem atrás de Organizações Não Governamentais, as conhecidas ONGS.

Abrindo, por exemplo, o site www.amazoniaparasempre.com.br, o leitor verá belas imagens, catastróficas previsões e péssimas impressões de nosso rude homem rural, o destruidor do futuro. Essas imagens do país, da Amazônia, já podem ser acessadas no mundo inteiro.

Quem são os diretores dessa ONG, quem financia suas atividades? Não sabemos, não aparece no referido site, que até conclama a todos para subscreverem um gigantesco abaixo assinado. Que vai ter adesão, todo mundo sabe que sim e muito apoio. Afinal, quem não está preocupado com o meio ambiente, com o efeito estufa, com as previsões de acelerado aquecimento do planeta?

Agora, convenhamos, o povo necessita saber quem está por trás disso e porque Mato Grosso deve parar de crescer e o proprietário rural deve suspender suas atividades, se os estados e os países devastados continuam derrubando suas florestas e poluindo com suas indústrias e com os equipamentos que nelas são produzidos?

A preservação do meio ambiente não é responsabilidade somente do colono, do mateiro, do pecuarista. Nem só de Mato Grosso. É de todos. Daqueles que abandonam as latinhas de cerveja nas margens dos rios, depois de uma churrasqueada. Daqueles que sujam as praias. Daqueles que jogam lixo nas ruas. Dos prefeitos que deixam os dejetos correrem livremente para os rios. Das autoridades que não preservam os parques e as reservas, etc.

Urge que se dê um basta nessa hipocrisia.

Se Mato Grosso deve parar; se municípios, a exemplo de dezenas deles situados do nortão, devem deixar de ter rendas oriundas da terra; se os proprietários rurais devem parar de produzir, mostrem esses ambientalistas da cidade grande, ou da Europa ou dos Estados Unidos, de onde e como deverão eles tirar recursos para fazer estradas, manter escolas e unidades sanitárias, fazer suas obras, pagar seus compromissos e manter suas famílias.

Falam em crédito de carbono, ou em compensação financeira pela preservação. Como, quando e onde, se sequer nosso ordenamento jurídico dispõe de qualquer lei disciplinadora sobre o assunto? De real, de concreto até agora nada. Gente: vamos trabalhar para isso, mas enquanto isso não acontecer, cada um que faça a sua parte. Afinal, um ambiente saudável para a atual e futuras gerações é de responsabilidade de todos, não somente do produtor rural de Mato Grosso, do centro-oeste, do norte do Brasil. E as autoridades que se cuidem porque na quebradeira poderá sobrar estilhaço de cacos até para elas.

(*) Advogado, produtor rural e ex-prefeito
(1) Artigo originalmente publicado no Diário de Cuiabá em 30/01/2007.