Em dificuldades, Agência Carta Maior pode fechar as portas esta semana*
Da Redação do Comunique-se
Passando por sérias dificuldades financeiras, a Agência Carta Maior corre o risco de interromper a produção de seu conteúdo ainda esta semana. O veículo perdeu um contrato de patrocínio com a Petrobras em dezembro e desde então os profissionais não recebem seu salário. Está marcada para dia 30/03 uma reunião para o grupo reavaliar a situação e decidir o futuro da agência.
Dia 26/03, o editor-chefe, Flávio Aguiar, escreveu um editorial informando que o fechamento da revista é iminente, mas que a equipe segue fazendo todos os esforços possíveis para reverter a situação. Além da publicidade, a principal fonte de renda da Carta Maior é o patrocínio de projetos de cunho social. O veículo já encaminhou uma série deles para agentes fomentadores e segue aguardando uma resposta que pode oferecer novo fôlego à agência.
A transição do primeiro para o segundo governo Lula e as incertezas resultantes acerca do comando dos Ministérios e das estatais fizeram com que as verbas destinadas para publicidade em publicações à margem da grande imprensa, possuindo elas viés ideológico ou não, fossem paralisadas. Com isso, a Carta Maior e outros veículos foram prejudicados e passam por um período de crise.
Para minimizar a vulnerabilidade de veículos pequenos que dependem principalmente de verbas estatais, Aguiar defende o estabelecimento de uma política pública independente do governo da ocasião para apoiar esse setor da imprensa. Ele sugere que os balanços e editais de estatais e órgãos públicos, que são publicados em veículos de grande alcance, tenham também uma versão análoga para os veículos de menor porte.
“Essa imprensa alternativa é fundamental, ela é parte da democracia brasileira. O que cabe ao governo é favorecer uma política de estado que contribua para o estabelecimento de critérios equânimes, buscando o favorecimento da democracia de nosso país”, avaliou o editor-chefe de Carta Maior.
Enquanto isso, na redação...
Nesses quatro meses sem receber salário, os profissionais da Carta seguiram seu trabalho em uma rotina mais flexível. Horários foram disponibilizados para que projetos independentes, como freelancers, pudessem ser realizados em paralelo ao site. O perfil ideológico comum aos jornalistas da publicação foi o diferencial que manteve a equipe unida até aqui.
“Todo mundo que está lá tem uma visão progressista e uma posição um pouco militante. A gente poderia ter saído e entrado em greve, mas no fundo estamos todos no mesmo barco, que é tentar manter uma publicação de esquerda. Trabalhar na Carta Maior é como fazer parte de um movimento social”, avaliou o estagiário Rafael Sampaio.
Já Marcel Gomes, o secretário de redação do veículo, aponta que a Carta Maior foca sua cobertura em temas esquecidos pela grande imprensa, possuindo editorias pouco usuais como Direitos Humanos, Meio Ambiente e Movimentos Sociais, e que é isso que o motiva a ainda trabalhar lá. “Hoje ela é um veículo diferenciado que garante uma maior pluralidade de pontos de vista na mídia brasileira. Não é só um emprego, meu trabalho lá tem um pouco do ideal que eu acredito para o jornalismo”, concluiu.
Da Redação do Comunique-se
Passando por sérias dificuldades financeiras, a Agência Carta Maior corre o risco de interromper a produção de seu conteúdo ainda esta semana. O veículo perdeu um contrato de patrocínio com a Petrobras em dezembro e desde então os profissionais não recebem seu salário. Está marcada para dia 30/03 uma reunião para o grupo reavaliar a situação e decidir o futuro da agência.
Dia 26/03, o editor-chefe, Flávio Aguiar, escreveu um editorial informando que o fechamento da revista é iminente, mas que a equipe segue fazendo todos os esforços possíveis para reverter a situação. Além da publicidade, a principal fonte de renda da Carta Maior é o patrocínio de projetos de cunho social. O veículo já encaminhou uma série deles para agentes fomentadores e segue aguardando uma resposta que pode oferecer novo fôlego à agência.
A transição do primeiro para o segundo governo Lula e as incertezas resultantes acerca do comando dos Ministérios e das estatais fizeram com que as verbas destinadas para publicidade em publicações à margem da grande imprensa, possuindo elas viés ideológico ou não, fossem paralisadas. Com isso, a Carta Maior e outros veículos foram prejudicados e passam por um período de crise.
Para minimizar a vulnerabilidade de veículos pequenos que dependem principalmente de verbas estatais, Aguiar defende o estabelecimento de uma política pública independente do governo da ocasião para apoiar esse setor da imprensa. Ele sugere que os balanços e editais de estatais e órgãos públicos, que são publicados em veículos de grande alcance, tenham também uma versão análoga para os veículos de menor porte.
“Essa imprensa alternativa é fundamental, ela é parte da democracia brasileira. O que cabe ao governo é favorecer uma política de estado que contribua para o estabelecimento de critérios equânimes, buscando o favorecimento da democracia de nosso país”, avaliou o editor-chefe de Carta Maior.
Enquanto isso, na redação...
Nesses quatro meses sem receber salário, os profissionais da Carta seguiram seu trabalho em uma rotina mais flexível. Horários foram disponibilizados para que projetos independentes, como freelancers, pudessem ser realizados em paralelo ao site. O perfil ideológico comum aos jornalistas da publicação foi o diferencial que manteve a equipe unida até aqui.
“Todo mundo que está lá tem uma visão progressista e uma posição um pouco militante. A gente poderia ter saído e entrado em greve, mas no fundo estamos todos no mesmo barco, que é tentar manter uma publicação de esquerda. Trabalhar na Carta Maior é como fazer parte de um movimento social”, avaliou o estagiário Rafael Sampaio.
Já Marcel Gomes, o secretário de redação do veículo, aponta que a Carta Maior foca sua cobertura em temas esquecidos pela grande imprensa, possuindo editorias pouco usuais como Direitos Humanos, Meio Ambiente e Movimentos Sociais, e que é isso que o motiva a ainda trabalhar lá. “Hoje ela é um veículo diferenciado que garante uma maior pluralidade de pontos de vista na mídia brasileira. Não é só um emprego, meu trabalho lá tem um pouco do ideal que eu acredito para o jornalismo”, concluiu.
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