ETNOZONEAMENTO DE TERRAS INDÍGENAS NO ACRE
PROJETO ESTÁ CAPACITANDO INDÍGENAS PARA EXECUTAR ETNOZONEAMENTO NA ÁREA DE FRONTEIRA DO BRASIL COM O PERU
Os nacionalistas de plantão não vão gostar desta notícia. Um projeto executado conjuntamente pela Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre) e a Universidade Federal do Acre (UFAC)/Parque Zoobotânico-SETEM, com apoio financeiro da The Nature Conservancy (TNC) e Gordon and Bety Moore Foundation, ambas americanas, capacitou os indígenas do vale do Juruá a realizar etnozoneamentos usando instrumentos sofisticados de SIG e sensoriamento remoto.
A pesquisa tem como autores os pesquisadores Antonio Willian Flores de Melo (UFAC), Sonaira Souza da Silva (UFAC), Roberto de Alcântara Tavares (CPI-ACRE), Julieta Matos Freschi (CPI-ACRE), Renato Antônio Gavazzi (CPI-ACRE), José Frankneile M. Silva (Comunidade Ashaninka), Benki Piyanko (Comunidade Ashaninka), Comunidade Ashaninka Apiwtxa e Irving Foster Brown (Woods Hole/UFAC). Os resultados da mesma foram apresentados durante o XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, realizado em Florianópolis no mês de abril.
TIs estão em posição estratégica e ocupam 20% da Amazônia legal
De acordo com o trabalho, as Terras Indígenas (TIs) representam um grande potencial para proteção e conservação ambiental na Amazônia Brasileira e ocupam uma grande extensão de terras com alta biodiversidade, estrategicamente distribuídas por toda região. Juntas elas ocupam cerca 12% do território Nacional e 20% da Amazônia Legal.
Experiências anteriores têm demonstrado que quando devidamente apoiadas, as comunidades indígenas podem desenvolver papeis importantes no sentido de manutenção de sua cultura e conservação ambiental. Entretanto, um dos grandes desafios encontrados no âmbito de TIs é a disponibilidade das ferramentas e informações necessárias para o seu perfeito gerenciamento, condição preponderante para que estas posam ser efetivamente um mecanismo de conservação ambiental. Para tanto faz necessário o perfeito conhecimento de suas características e peculiaridades.
Segundo os autores do trabalho, as geotecnologias surgem como uma ferramenta que possibilita a transformação de informações de comunidades tradicionais em Sistema de Informação Geográfica (SIG). Com o SIG instituído, essas informações podem ser transformadas em mapas temáticos e diagnósticos. Estes produtos são muito importantes para que as comunidades possam dialogar e reivindicar do gestor público mecanismos para gestão dos recursos naturais de seus territórios.
Sete TIs na faixa de fronteira Acre-Peru serão etnomapeadas pelos próprios índios
Uma das metas do trabalho foi à capacitação de um profissional da CPI-Acre para que a instituição pudesse ter, em um futuro próximo, independência e agilidade na condução dos seus projetos de etnomapeamento já que o procedimento metodológico precisava ser repetido para mais 7 (sete) terras indígenas localizadas na faixa de fronteira Brasil (Acre) / Peru (Ucayalli), como parte de um projeto de etnomapeamento de três anos (2004 – 2006).
Produto da pesquisa: 30% da TI do Rio Amônea já sofreu algum tipo de invasão
Um produto que já foi disponibilizado é o mapa de invasão da TI (ver figura ao lado). Desde a década de 80 que os Ashaninka do Rio Amônia vêm sofrendo processos de invasão de seu território, que geralmente tem como objetivo a retirada de madeira ou caça. Pela análise do mapa de invasão foi possível estimar que cerca de 30% do território da TI Kampa do Rio Amônia já sofreu algum tipo de invasão. As invasões recentes de madeireiros peruanos representam em torno de 17% do território.
Parque Zoobotânico da UFAC transferiu tecnologia para CPI e indígenas
O apoio técnico do Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre ocorreu no etnomapeamento de duas (Terra Indígenas Kampa do Rio Amônia e Terra Indígena Kaxinawá/Ashaninka do Rio Breu) das oito terras indígenas contempladas pelo projeto.
O processo de capacitação aconteceu inicialmente de forma direta, repassando informações básicas e conceituais, e em um segundo momento no repasse informações sobre o procedimento metodológico. Embora o processo inicial de capacitação tenha sido muito importante, houve problemas para conciliar a condução do trabalho propriamente dito com o processo de capacitação, o comprometendo de certa forma.
Atualmente este projeto esta em faze final de conclusão, sendo conduzido inteiramente pela CPI-Acre, que montou uma equipe de geoprocessamento e SIG, que vem utilizando inclusive programas de computador de geoprocessamento e SIG de livre distribuição como SPRING 4.3.
Clique aqui para ler o resumo expandido deste interessante trabalho.
Os nacionalistas de plantão não vão gostar desta notícia. Um projeto executado conjuntamente pela Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre) e a Universidade Federal do Acre (UFAC)/Parque Zoobotânico-SETEM, com apoio financeiro da The Nature Conservancy (TNC) e Gordon and Bety Moore Foundation, ambas americanas, capacitou os indígenas do vale do Juruá a realizar etnozoneamentos usando instrumentos sofisticados de SIG e sensoriamento remoto.
A pesquisa tem como autores os pesquisadores Antonio Willian Flores de Melo (UFAC), Sonaira Souza da Silva (UFAC), Roberto de Alcântara Tavares (CPI-ACRE), Julieta Matos Freschi (CPI-ACRE), Renato Antônio Gavazzi (CPI-ACRE), José Frankneile M. Silva (Comunidade Ashaninka), Benki Piyanko (Comunidade Ashaninka), Comunidade Ashaninka Apiwtxa e Irving Foster Brown (Woods Hole/UFAC). Os resultados da mesma foram apresentados durante o XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, realizado em Florianópolis no mês de abril.
TIs estão em posição estratégica e ocupam 20% da Amazônia legal
De acordo com o trabalho, as Terras Indígenas (TIs) representam um grande potencial para proteção e conservação ambiental na Amazônia Brasileira e ocupam uma grande extensão de terras com alta biodiversidade, estrategicamente distribuídas por toda região. Juntas elas ocupam cerca 12% do território Nacional e 20% da Amazônia Legal.
Experiências anteriores têm demonstrado que quando devidamente apoiadas, as comunidades indígenas podem desenvolver papeis importantes no sentido de manutenção de sua cultura e conservação ambiental. Entretanto, um dos grandes desafios encontrados no âmbito de TIs é a disponibilidade das ferramentas e informações necessárias para o seu perfeito gerenciamento, condição preponderante para que estas posam ser efetivamente um mecanismo de conservação ambiental. Para tanto faz necessário o perfeito conhecimento de suas características e peculiaridades.
Segundo os autores do trabalho, as geotecnologias surgem como uma ferramenta que possibilita a transformação de informações de comunidades tradicionais em Sistema de Informação Geográfica (SIG). Com o SIG instituído, essas informações podem ser transformadas em mapas temáticos e diagnósticos. Estes produtos são muito importantes para que as comunidades possam dialogar e reivindicar do gestor público mecanismos para gestão dos recursos naturais de seus territórios.
Sete TIs na faixa de fronteira Acre-Peru serão etnomapeadas pelos próprios índios
Uma das metas do trabalho foi à capacitação de um profissional da CPI-Acre para que a instituição pudesse ter, em um futuro próximo, independência e agilidade na condução dos seus projetos de etnomapeamento já que o procedimento metodológico precisava ser repetido para mais 7 (sete) terras indígenas localizadas na faixa de fronteira Brasil (Acre) / Peru (Ucayalli), como parte de um projeto de etnomapeamento de três anos (2004 – 2006).
Produto da pesquisa: 30% da TI do Rio Amônea já sofreu algum tipo de invasão
Um produto que já foi disponibilizado é o mapa de invasão da TI (ver figura ao lado). Desde a década de 80 que os Ashaninka do Rio Amônia vêm sofrendo processos de invasão de seu território, que geralmente tem como objetivo a retirada de madeira ou caça. Pela análise do mapa de invasão foi possível estimar que cerca de 30% do território da TI Kampa do Rio Amônia já sofreu algum tipo de invasão. As invasões recentes de madeireiros peruanos representam em torno de 17% do território.
Parque Zoobotânico da UFAC transferiu tecnologia para CPI e indígenas
O apoio técnico do Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre ocorreu no etnomapeamento de duas (Terra Indígenas Kampa do Rio Amônia e Terra Indígena Kaxinawá/Ashaninka do Rio Breu) das oito terras indígenas contempladas pelo projeto.
O processo de capacitação aconteceu inicialmente de forma direta, repassando informações básicas e conceituais, e em um segundo momento no repasse informações sobre o procedimento metodológico. Embora o processo inicial de capacitação tenha sido muito importante, houve problemas para conciliar a condução do trabalho propriamente dito com o processo de capacitação, o comprometendo de certa forma.
Atualmente este projeto esta em faze final de conclusão, sendo conduzido inteiramente pela CPI-Acre, que montou uma equipe de geoprocessamento e SIG, que vem utilizando inclusive programas de computador de geoprocessamento e SIG de livre distribuição como SPRING 4.3.
Clique aqui para ler o resumo expandido deste interessante trabalho.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home