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30 junho 2007

ONGS A SERVIÇO DA BANDIDAGEM E DO TRÁFICO?

Entidades civis no Rio vão pedir a desocupação militar do Morro do Alemão. Devem estar querendo entregar o mesmo de volta aos traficantes.

Por esta nem eu esperava. Segundo a Agência Brasil, representantes de dez entidades civis decidiram se reunir na próxima segunda-feira (2) com o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, para propor o fim da ocupação policial do Complexo do Alemão, que dura 57 dias.

O que eles querem? Entregar o morro de volta aos bandidos? Só pode ser.

As entidades afirma que durante a ocupação "Não é feito nenhum trabalho de inteligência e investigação que desmantele as redes criminosas e o tráfico de drogas no local". E prosseguem acusando: "É uma política calcada no confronto e na execução de pessoas".

Alguem precisa avisar a estas entidades cariocas que o Estado deles está em guerra civil faz alguns anos. A questão por lá não é de investigação não. É de operação de guerra. E em guerra não se investiga. Se invade à força e ocupa-se o território dos inimigos. Vejam na foto acima que quem está invadindo e ocupando o Morro do Alemão não é um investigador de polícia civil. É um militar armado e usando uniforme de militar. Alguma dúvida? Eu não tenho.

A guerra civil por que passa o Rio e uma guerra sem motivação política. A motivação é pelo controle do tráfico de drogas nos morros e favelas da cidade. Para piorar a situação, a guerra que se trava por lá é a mais complicada entre todas as guerras: a guerra de guerrilha urbana. Nesta guerra os traficantes estão em nítida vantagem. Ocupam pontos estratégicos no alto dos morros, entram e saem de seus esconderijos disfarçados de "trabalhadores" civis. São abastecidos com armas e munições por "soldados do tráfico" também disfarçados de civis.

Os traficantes matam e ditam as suas próprias leis no seu território sem que a imprensa ou as organizações de direitos humanos tenham a menor noção do que se passa por lá pois não é permitida a entrada de ninguem que não seja comprador de droga em lugares pré-determinados pelos traficantes.

Os militares estão em nítida desvantagem. Quando vão fazer alguma operação, tem que fazer usando os seus uniformes. E, ao contrário dos traficantes, eles permitem que a imprensa os acompanhe. Infelizmente a imprensa, de uma maneira geral, trata o assunto como se fosse caso policial. Estão errados. Deveriam tratar o caso como uma guerra. Como a guerra do Iraque.

A imprensa tem que deixar claro que os militares não estão entrando no território dos traficantes para fazer investigação policial. Estão lá para subjugar os inimigos. Se eles vão se subjugar ou não, é outra história e as consequências são quase sempre trágicas.

O problema é que os traficantes usam civis como escudo humano. O que fazer? Para não ter baixas civis só desocupando os morros e favelas. Mas é óbvio que isso nunca irá acontecerá. Resta aos militares apenas avisar aos civis: "saiam das proximidades de onde se encontram os traficantes sob o risco de morrer durante os confrontos armados".

Eu não me impressiono com o sensacionalismo da imprensa ao cobrir de forma equivocada a guerra civil do Rio. Impressiono-me é com a "cara de pau" das organizações civis que estão a exigir a desocupação dos "territórios" conquistados dos traficantes.

Será que eles, os traficantes, conseguiram se infiltrar nestas organizações?

Eu não duvido. A polícia civil e militar do Rio está "dominada". Tanto que foi preciso o novo Governador entregar o comando das operações militares à Polícia Federal e a guarda nacional.

Fez isso mas não divulgou para não desmoralizar os "policiais" cariocas.

Imagem: O Globo