SPIELBERG ERROU
Velociraptor tinha penas
21/09/2007 Agência FAPESP – Há tempos se sabe que muitos dinossauros tinham penas, mas agora a semelhança com as aves acaba de ser estendida a um dos mais famosos dos extintos animais, o velociraptor. Diferente da besta feroz que aterrorizou as platéias do filme "O Parque dos dinossauros", o velociraptor em questão era menor e plumado. Pelo menos em parte, como aponta um artigo publicado na edição de 21 de setembro da revista Science.
A análise de um fóssil descoberto na Mongólia, feita por pesquisadores do Museu Norte-Americano de História Natural, em Nova York, e do Museu Field, em Chicago, indicou que os calombos identificados no antebraço de um exemplar de velociraptor são estruturas nas quais, há milhões de anos, penas estiveram presas.
Determinar quais espécies de dinossauros tinham penas é muito difícil, pois se trata de estruturas que, diferentemente dos ossos, não costumam ser preservadas em registros fósseis.
Os pesquisadores identificaram seis calombos separados a uma distância de 4 milímetros entre eles e concluíram que a espécie Velociraptor mongoliensis tinha penas secundárias presas nessas estruturas. A análise feita pelo grupo liderado por Alan Turner, do Museu de História Natural, indica que o dinossauro teria tido 14 desses “nós de penas”.
“A ausência dessas estruturas não significa necessariamente que um dinossauro não teve penas. Mas sua presença implica que definitivamente ele as teve. No caso do velociraptor, isso era algo de que sempre suspeitamos, mas até agora ninguém tinha demonstrado”, disse Turner.
O fóssil encontrado está quase completo e pertenceu a um animal que, quando vivo, tinha cerca de 1,5 metro de comprimento da cabeça ao fim da cauda e apenas 15 quilos. Ou seja, estava mais para um peru do que para o tiranossauro.
E, da mesma forma que um peru, apesar de ter penas o velociraptor não voava. Os autores do estudo sugerem que as penas eram úteis para o controle de temperatura, para ajudar em manobras quando se deslocava em velocidade, para proteger filhotes em ninhos ou mesmo para simplesmente se exibir a outros exemplares da espécie em rituais como o de acasalamento.
“Quanto mais aprendemos sobre esses animais, mais descobrimos que basicamente não há diferença entre aves e os dinossauros que foram seus ancestrais próximos, como o velociraptor”, disse Mark Norell, do Museu de História Natural e outro dos responsáveis pelo estudo.
O artigo Feather quill knobs in the dinosaur velociraptor, de Alan Turner e outros, pode ser lido por assinantes da Science em http://www.sciencemag.org/.
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