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21 novembro 2007

PROJETO ARBORETO DO PARQUE ZOOBOTÂNICO (PZ)

O Arboreto, um dos setores do Parque Zoobotânico (PZ) da Universidade Federal do Acre (UFAC), têm sua origem no chamado "Experimento Arboreto", instalado no início da década de oitenta. O experimento foi idealizado com o intuito de estudar o comportamento de cerca de 150 espécies arbóreas, em sua maioria nativas da região amazônica, em diferentes condições de luminosidade, com objetivo de gerar informações que subsidiem projetos de recuperação de áreas degradadas, principalmente através de Sistemas Agroiflorestais (SAF's).

Em 1992, ao completar dez anos de experimento, o Arboreto constituiu-se como projeto de pesquisa, com objetivo de compartilhar resultados com pequenos produtores rurais e populações tradicionais do Estado do Acre, propondo modelos de sistemas agroflorestais com as espécies mais promissoras. As primeiras ações de campo foram na Reserva Extrativista "Chico Mendes", em parceria com o Centro de Formação do Seringueiro e financiamento da Fundação Ford. A partir de 1996, o Arboreto iniciou uma parceria com a Comissão Pró-Índio do Acre (CPI/AC), no intuito de assessorar o Programa de Formação de Agentes Agroflorestais Indígenas.

A partir de 1998, o Arboreto vem desenvolvendo um programa piloto de capacitação agroflorestal junto a 13 famílias do Projeto de Assentamento Dirigido Humaitá, localizado no município de Porto Acre/AC. O projeto teve início com um diagnóstico sócio-ambiental, seguido de um planejamento comunitário de atividades, cujos resultados revelaram potencialidades, levantaram problemas enfrentados pela comunidade, bem como possíveis ações que pudessem solucioná-los.

No início de 1999, baseado nas demandas da comunidade, teve início o programa de capacitação em sistemas agroflorestais e a instalação de áreas experimentais através de pesquisa participante.No final de 1999, o Arboreto inicia um trabalho com as comunidades indígenas Apurinã de Boca do Acre/AM. O objetivo do projeto é validar a metodologia de educação agroflorestal desenvolvida pelo Arboreto como método pedagógico adaptável às diferentes realidades sócio-econômicas e culturais de pequenos produtores e populações tradicionais da Amazônia, e, ao mesmo tempo, contribuir para o etnodesenvolvimento sustentável das comunidades envolvidas no projeto.

Paralelamente aos trabalhos de pesquisa/extensão agroflorestal, o Arboreto, em uma área experimental no campus da UFAC, mantém dois hectares de sistemas agroflorestais e testa tecnologias agroflorestais, tais como: coquetéis de leguminosas, cercas-vivas, plantio na taboca, árvores de serviço, barreiras vivas contra fogo e espécies madeireiras de rápido crescimento.

Atualmente, o Arboreto vêm subsidiando políticas públicas através de uma parceria com a Secretaria de Produção do Governo do Estado do Acre (SEPRO), com objetivo de capacitar técnicos extensionistas de sete municípios acreanos. O programa de capacitação em sistemas agroflorestais, denominado "Educadores Agroflorestais", vem sendo desenvolvido paralelamente à capacitação de produtores assentados no Projeto Pólos Agroflorestais idealizado pelo atual Governo do Estado.

A sede do Arboreto está localizada no campus da Universidade Federal do Acre, mais especificamente no Parque Zoobotânico (PZ), uma área de cem hectares de vegetação primária e secundária, onde encontra-se instalado o "Experimento Arboreto", próximo a completar vinte anos desde a sua implantação.

O PZ, setor que concentra os trabalhos de pesquisa da UFAC, possui cerca de cinqüenta pessoas envolvidas diretamente em suas atividades, entre pessoal administrativo, pesquisadores, funcionários e estagiários bolsistas. O Programa Integrado do Parque Zoobotânico (PIPZ), busca a integração dos seus diversos setores - viveiro de produção de mudas, Herbário, Laboratório de Sementes, Setor de Uso da Terra e Mudanças Globais, Projeto Ilhas de Alta Produtividade, Fenologia e Botânica Econômica, Educação Ambiental e Arboreto - no intuito de estudar os ecossistemas naturais e antrópicos do Estado do Acre, com vistas a subsidiar a geração de propostas viáveis de manejo com base sustentável, visando contribuir com a melhoria das condições de vida das populações locais, através de uma interação efetiva com a comunidade acadêmica da UFAC e demais instituições de pesquisa e desenvolvimento.