BIODIESEL NO BRASIL
Produção baixa ameaça inviabilizar adição obrigatória de 2% do combustível ao diesel no início de 2008
A produção de 840 milhões de litros de biodiesel necessária para cumprir a meta do governo federal de adicionar 2% de biodiesel em todo o diesel consumido no Brasil vai estar comprometida por falta de matéria-prima, segundo pesquisadores que atuam no setor e foram entrevistados pelo Jornal do Commercio.
O País já tem 45 unidades que fabricam o biodiesel, das quais apenas cinco estão no Nordeste. “O problema não está nas unidades de produção, mas na escassez da matéria-prima de qualidade”, comentou o diretor do Centro de Tecnologia do Nordeste (Cetene), Fernando Jucá. Ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o Cetene tem uma fábrica de biodiesel em Caetés, com capacidade para produzir 2 mil litros de biodiesel por dia.
Inaugurada há 10 meses, a fábrica de Caetés produziu uma média 1.000 litros por dia. “Faltou matéria-prima e também já chegamos a conclusão de que a mamona não será a oleaginosa que vai resultar num biodiesel de boa qualidade”, comentou Jucá. O governo federal e o estadual incentivaram, desde 2006, o plantio de mamona para fazer biodiesel.
“Utilizar a mamona para fabricar biodiesel é jogar dinheiro fora”, explicou o professor do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alexandre Schuler. A argumentação dele é fundamentada em dois pilares. Primeiro, o preço do óleo de mamona tem um valor maior que o do biodiesel no mercado internacional.
Característica - Schuler argumentou também que o biodiesel de mamona apresenta uma viscosidade que varia de três a quatro vezes mais do que a viscosidade que é permitida pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), que fixou padrões para a fabricação do biodiesel brasileiro. “A partir de uma adição de 10%, o biodiesel da mamona pode dar problemas (nos veículos) devido a esta viscosidade”, comentou Schuler.
O biodiesel é um combustível que tem as mesmas especificações do diesel e é produzido a partir do álcool e de gordura animal ou vegetal, que neste caso, pode ser extraída da mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, pinhão manso e soja, dentre outras.
A coordenadora da área de engenharia ambiental e de qualidade do Departamento de Engenharia Química da UFPE, Valdinete Lins, afirmou que não vai ser fácil o Brasil atingir a meta de produzir 840 milhões de litros de biodiesel. “O governo tem que estimular mais o plantio e a pesquisa”, comentou, acrescentando que o pinhão manso produz mais biodiesel do que a mamona, mas o primeiro ainda está em fase de estudos e não há pesquisas conclusivas sobre o assunto.
A universidade está desenvolvendo um projeto que pretende estimular o plantio de cultura de subsistência junto com uma oleaginosa que possa servir de matéria-prima para o biodiesel. “Somente com a mamona não é possível resolver a produção do biodiesel”, concluiu a pesquisadora.
Por Jornal do Commercio - PE
A produção de 840 milhões de litros de biodiesel necessária para cumprir a meta do governo federal de adicionar 2% de biodiesel em todo o diesel consumido no Brasil vai estar comprometida por falta de matéria-prima, segundo pesquisadores que atuam no setor e foram entrevistados pelo Jornal do Commercio.
O País já tem 45 unidades que fabricam o biodiesel, das quais apenas cinco estão no Nordeste. “O problema não está nas unidades de produção, mas na escassez da matéria-prima de qualidade”, comentou o diretor do Centro de Tecnologia do Nordeste (Cetene), Fernando Jucá. Ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o Cetene tem uma fábrica de biodiesel em Caetés, com capacidade para produzir 2 mil litros de biodiesel por dia.
Inaugurada há 10 meses, a fábrica de Caetés produziu uma média 1.000 litros por dia. “Faltou matéria-prima e também já chegamos a conclusão de que a mamona não será a oleaginosa que vai resultar num biodiesel de boa qualidade”, comentou Jucá. O governo federal e o estadual incentivaram, desde 2006, o plantio de mamona para fazer biodiesel.
“Utilizar a mamona para fabricar biodiesel é jogar dinheiro fora”, explicou o professor do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alexandre Schuler. A argumentação dele é fundamentada em dois pilares. Primeiro, o preço do óleo de mamona tem um valor maior que o do biodiesel no mercado internacional.
Característica - Schuler argumentou também que o biodiesel de mamona apresenta uma viscosidade que varia de três a quatro vezes mais do que a viscosidade que é permitida pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), que fixou padrões para a fabricação do biodiesel brasileiro. “A partir de uma adição de 10%, o biodiesel da mamona pode dar problemas (nos veículos) devido a esta viscosidade”, comentou Schuler.
O biodiesel é um combustível que tem as mesmas especificações do diesel e é produzido a partir do álcool e de gordura animal ou vegetal, que neste caso, pode ser extraída da mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, pinhão manso e soja, dentre outras.
A coordenadora da área de engenharia ambiental e de qualidade do Departamento de Engenharia Química da UFPE, Valdinete Lins, afirmou que não vai ser fácil o Brasil atingir a meta de produzir 840 milhões de litros de biodiesel. “O governo tem que estimular mais o plantio e a pesquisa”, comentou, acrescentando que o pinhão manso produz mais biodiesel do que a mamona, mas o primeiro ainda está em fase de estudos e não há pesquisas conclusivas sobre o assunto.
A universidade está desenvolvendo um projeto que pretende estimular o plantio de cultura de subsistência junto com uma oleaginosa que possa servir de matéria-prima para o biodiesel. “Somente com a mamona não é possível resolver a produção do biodiesel”, concluiu a pesquisadora.
Por Jornal do Commercio - PE
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