FUSO HORÁRIODO ACRE. POR QUE MUDAR?
Mário José de Lima
Economista
A argumentação do professor Evandro (clique aqui para ler), em muitos dos seus aspectos, é irretocável. Pode-se, inclusive, avaliar como corretíssimas suas preocupações quanto a participação da população no encaminhamento de uma saída para a "questão". Cabe, entretanto, a consideração da natureza da tal "questão".
Ao longo da história das comunidades vão surgindo impasses que brotam na medida em que os arranjos sociais visando a produção das bases materiais da existência social. Esses impasses são resolvidos, e, assim, devem sê-lo, dado que remetem para a garantia da reprodução social das comunidades.
Aqui e acolá, grupos, ou mesmo pessoas, deslocam-se de suas posições e tentam - as vezes, de forma bem sucedida - posicionar-se como depositárias da verdade de todos ou do conjunto da sociedade, dizem-se representarem os interesses conjuntos de todos e de cada um.
Nesses momentos, cria-se uma situação onde esse grupo ou esse personagem individual põe as bases para que se decida em função do ache necessário - a propaganda, de forma restrita, ou a ideologia, de forma mais ampla funcionam nesse sentido do convencimento.
E lá vai, "povo, ordeiro, povo cordeiro, gado novo", empurrando interesses particulares como se fossem interesses coletivos. Assim, caro Evandro, funciona a democracia burguesa. Imagina, uma democracia como a brasileira, tocada por um cidadão Kane. Hoje pode-se falar da presença, quase no estilão Grande Irmão, da Rede de TV Globo sobre os lares brasileiros e em muitas partes da América do Sul.
Como entenderíamos a tal "consulta popular", tendo a Globo, como Collor, ao seu lado, na defesa da mudança do fuso horário?
Por outro lado, poderia essa dita "questão" do fuso horário ser posta ao lado do que se entende por questões levantadas pela vida social das populações do Norte?
Se estivesse deveriam todos ser chamados para resolvê-la - o homem como um ser que dá resposta aos problemas que lhe são propostos pela História.
Mas, espera aí. Este problema não emerge das lutas sociais, dos embates do dia a dia, das necessidades de organização e reprodução da vida social. Este problema surge das necessidades empresarias, como bem afirma o Evandro.
Sim, Senhor! Sem tirar nem por uma linha: em nada muda a vida das pessoas esse ajustamento do ponto de vista de melhorias da vida em sociedade.
Ao contrário. Terá profunda repercussão sobre as condições de vida e poderá, e fatalmente, contribuirá para piorar as condições de vida de milhares, até mesmo, milhões de pessoas que serão afetadas em seus metabolismos por conta das mudanças e adaptações em seus regimes de descanso e sono. Isso é cientificamente comprovado.
O senador da república, Tião Viana, um médico de formação invejável - possui doutorado - poderia valorizar os descobrimentos que a ciência permitiu sobre os efeitos de interferências no "relógio biológico" das pessoas e, a partir disso, evitar que efetue essa estúpida mudança.
Economista
A argumentação do professor Evandro (clique aqui para ler), em muitos dos seus aspectos, é irretocável. Pode-se, inclusive, avaliar como corretíssimas suas preocupações quanto a participação da população no encaminhamento de uma saída para a "questão". Cabe, entretanto, a consideração da natureza da tal "questão".
Ao longo da história das comunidades vão surgindo impasses que brotam na medida em que os arranjos sociais visando a produção das bases materiais da existência social. Esses impasses são resolvidos, e, assim, devem sê-lo, dado que remetem para a garantia da reprodução social das comunidades.
Aqui e acolá, grupos, ou mesmo pessoas, deslocam-se de suas posições e tentam - as vezes, de forma bem sucedida - posicionar-se como depositárias da verdade de todos ou do conjunto da sociedade, dizem-se representarem os interesses conjuntos de todos e de cada um.
Nesses momentos, cria-se uma situação onde esse grupo ou esse personagem individual põe as bases para que se decida em função do ache necessário - a propaganda, de forma restrita, ou a ideologia, de forma mais ampla funcionam nesse sentido do convencimento.
E lá vai, "povo, ordeiro, povo cordeiro, gado novo", empurrando interesses particulares como se fossem interesses coletivos. Assim, caro Evandro, funciona a democracia burguesa. Imagina, uma democracia como a brasileira, tocada por um cidadão Kane. Hoje pode-se falar da presença, quase no estilão Grande Irmão, da Rede de TV Globo sobre os lares brasileiros e em muitas partes da América do Sul.
Como entenderíamos a tal "consulta popular", tendo a Globo, como Collor, ao seu lado, na defesa da mudança do fuso horário?
Por outro lado, poderia essa dita "questão" do fuso horário ser posta ao lado do que se entende por questões levantadas pela vida social das populações do Norte?
Se estivesse deveriam todos ser chamados para resolvê-la - o homem como um ser que dá resposta aos problemas que lhe são propostos pela História.
Mas, espera aí. Este problema não emerge das lutas sociais, dos embates do dia a dia, das necessidades de organização e reprodução da vida social. Este problema surge das necessidades empresarias, como bem afirma o Evandro.
Sim, Senhor! Sem tirar nem por uma linha: em nada muda a vida das pessoas esse ajustamento do ponto de vista de melhorias da vida em sociedade.
Ao contrário. Terá profunda repercussão sobre as condições de vida e poderá, e fatalmente, contribuirá para piorar as condições de vida de milhares, até mesmo, milhões de pessoas que serão afetadas em seus metabolismos por conta das mudanças e adaptações em seus regimes de descanso e sono. Isso é cientificamente comprovado.
O senador da república, Tião Viana, um médico de formação invejável - possui doutorado - poderia valorizar os descobrimentos que a ciência permitiu sobre os efeitos de interferências no "relógio biológico" das pessoas e, a partir disso, evitar que efetue essa estúpida mudança.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home