RUA QUINTINO BOCAIUVA, CENTRO. O FIM DE UMA ERA
O avanço inexorável do 'progresso' destrói lentamente o passado glorioso de uma rua e seus moradores
Rua Quintino Bocaiúva, 370, Centro. Este foi meu endereço por mais de 25 anos, e continua a ser o de minha mãe.
Poucas pessoas devem saber, mas a rua Quintino Bocaiúva, mais conhecida pelos endereços comerciais do Bairro José Augusto, tem início na 'beira' do rio Acre, onde antes existiu a sorveteria do Fabiano, termina na Av. Ceará, quase na entrada da Capoeira, e, por razões que desconheço, continua lá no bairro José Augusto.
Foi nesta 'área' que passei minha infância e parte da adolescência. Minha turma era formada por parentes, que vivam na Av. Brasil, quase chegando ao Terminal Urbano, e amigos da Av. Brasil e da Capoeira.
Da varanda de nossa casa a visão que (ainda) temos é a da foto acima. Lá no alto, do outro lado da rua, fazendo fundos para a sede social do Vasco da Gama, estão as casas que um dia moraram o Olavo Pontes (falecido, funcionário da rádio difusora), César Pontes (falecido, ex-Delegado de polícia) e Elias Mansour, que dispensa apresentações.
Mais à esquerda da casas retratadas na foto fica a casa da mãe do Olavo e César pontes. Destas apenas a casa do Olavo Pontes e de sua falecida mãe continuam a servir como residência. As outras estão vazias ou foram alugadas e servem como estabelecimento comercial.
Mais abaixo, caminhando em direção à Av. Brasil, um símbolo se foi. O prédio da Socibene, a famosa Sociedade Beneficiente, que até hoje não sei a quem beneficiava. Da sede em madeira da Socibene resta apenas um pedaço, que por alguma razão, os demolidores deixaram de pé (foto ao lado).
Ouvi dizer que o Governo do Estado desapropriou quase a quadra inteira onde ficava a Socibene para construir um centro administrativo.
No quintal que circundava s Socibene, ainda resta um pé de mangueira que deve ter pelo menos a minha idade (43 anos). Quando ela for derrubada,vai ser a confirmação de que a especulação imobiliária não tem limites. Concreto e aço no lugar das árvores.
Já fazia algum tempo que um sobrado em madeira, que ficava abaixo da Socibene, já havia sido demolido para dar lugar a um estacionamento. Lá morou o Sr. Ocírodo, pai do Jorge e do Junior.
Nos fundos dessa casa e da Socibene havia, além de vários pés de mangueira, um pé de tamarindo, daqueles bem azedos e um pé de ingá. Havia ainda o que a gente chamava na época a 'matinha', com muitas árvores e arbustos, boa para caçar passarinhos.
Lembro ainda que nos fundos da Socibene, quase em frente a sede social do Vasco, tinha uma antiga 'jardineira', espécie de ônibus de antigamente, onde a garotada 'sonhava em dirigir carros'.
Mas com essa desapropriação do Governo, o que restou vai ser destruído. Pelo menos as casas já foram demolidas.
A última delas era a casa onde morou o Adonaldo, irmão da Ana Helena (veja foto ao lado, esquerda). Foram poupados o prédio onde fica a Dental Bélia e a casa (muito modificada) onde um dia morou o Wilde Viana, pai do Jorge e do Tião Viana (foto ao lado, direita).
Não tenho muitas lembranças da dupla porque por volta de 1974 eles se mudaram para a Habitasa e a casa ficou vazia. Lembro que o Tião Viana voltou para o local e usou a casa por alguns anos, durante o início dos anos 90, quando abriu uma clínica no local.
Do outro lado da rua, não resta mais nenhum morador. A última a sair foi a Eile Taumaturgo, que morou alguns anos na casa do ex-Vereador Taumaturgo Filho (foto abaixo, equerda). A Eile é filha do ex-Deputado Taumaturgo, que ainda 'resiste' em uma casa em frente ao Colégio Acreano.
Mas uma das saídas que mais lamentei foi a da Dona Serete, mãe do Álvaro, Henrique, Carlinhos (Bode) e do Cláudio. Fiquei algumas semanas sem passar pela rua e um dia, ao passar em frente a casa vi que tinham tirado tudo. Não sobrou nem o pé de figueira que existia na calçada.
Ao lado da casa da Dona Serete ficava a casa do Dr. Jesus, um pediatra famoso que clinicou no Acre até meados dos anos 80. Depois a casa foi vendida para um dos irmãos Beirute. Ambas casas foram demolidas e no lugar foi construída uma grande loja, que até hoje está fechada. Deve ser endinheirado o dono do imóvel (foto ao lado).
Agora, a rua Quintino Bocaiúva do Centro tem apenas 3 moradores. Vamos ver até quando irão resistir. Os filhos do Olavo e do César Pontes já colocaram os seus imóveis à venda. Resta a minha mãe, que não pretende sair tão cedo de lá.
Rua Quintino Bocaiúva, 370, Centro. Este foi meu endereço por mais de 25 anos, e continua a ser o de minha mãe.
Poucas pessoas devem saber, mas a rua Quintino Bocaiúva, mais conhecida pelos endereços comerciais do Bairro José Augusto, tem início na 'beira' do rio Acre, onde antes existiu a sorveteria do Fabiano, termina na Av. Ceará, quase na entrada da Capoeira, e, por razões que desconheço, continua lá no bairro José Augusto.
Foi nesta 'área' que passei minha infância e parte da adolescência. Minha turma era formada por parentes, que vivam na Av. Brasil, quase chegando ao Terminal Urbano, e amigos da Av. Brasil e da Capoeira.
Da varanda de nossa casa a visão que (ainda) temos é a da foto acima. Lá no alto, do outro lado da rua, fazendo fundos para a sede social do Vasco da Gama, estão as casas que um dia moraram o Olavo Pontes (falecido, funcionário da rádio difusora), César Pontes (falecido, ex-Delegado de polícia) e Elias Mansour, que dispensa apresentações.
Mais à esquerda da casas retratadas na foto fica a casa da mãe do Olavo e César pontes. Destas apenas a casa do Olavo Pontes e de sua falecida mãe continuam a servir como residência. As outras estão vazias ou foram alugadas e servem como estabelecimento comercial.
Mais abaixo, caminhando em direção à Av. Brasil, um símbolo se foi. O prédio da Socibene, a famosa Sociedade Beneficiente, que até hoje não sei a quem beneficiava. Da sede em madeira da Socibene resta apenas um pedaço, que por alguma razão, os demolidores deixaram de pé (foto ao lado).
Ouvi dizer que o Governo do Estado desapropriou quase a quadra inteira onde ficava a Socibene para construir um centro administrativo.
No quintal que circundava s Socibene, ainda resta um pé de mangueira que deve ter pelo menos a minha idade (43 anos). Quando ela for derrubada,vai ser a confirmação de que a especulação imobiliária não tem limites. Concreto e aço no lugar das árvores.
Já fazia algum tempo que um sobrado em madeira, que ficava abaixo da Socibene, já havia sido demolido para dar lugar a um estacionamento. Lá morou o Sr. Ocírodo, pai do Jorge e do Junior.
Nos fundos dessa casa e da Socibene havia, além de vários pés de mangueira, um pé de tamarindo, daqueles bem azedos e um pé de ingá. Havia ainda o que a gente chamava na época a 'matinha', com muitas árvores e arbustos, boa para caçar passarinhos.
Lembro ainda que nos fundos da Socibene, quase em frente a sede social do Vasco, tinha uma antiga 'jardineira', espécie de ônibus de antigamente, onde a garotada 'sonhava em dirigir carros'.
Mas com essa desapropriação do Governo, o que restou vai ser destruído. Pelo menos as casas já foram demolidas.
A última delas era a casa onde morou o Adonaldo, irmão da Ana Helena (veja foto ao lado, esquerda). Foram poupados o prédio onde fica a Dental Bélia e a casa (muito modificada) onde um dia morou o Wilde Viana, pai do Jorge e do Tião Viana (foto ao lado, direita).
Não tenho muitas lembranças da dupla porque por volta de 1974 eles se mudaram para a Habitasa e a casa ficou vazia. Lembro que o Tião Viana voltou para o local e usou a casa por alguns anos, durante o início dos anos 90, quando abriu uma clínica no local.
Do outro lado da rua, não resta mais nenhum morador. A última a sair foi a Eile Taumaturgo, que morou alguns anos na casa do ex-Vereador Taumaturgo Filho (foto abaixo, equerda). A Eile é filha do ex-Deputado Taumaturgo, que ainda 'resiste' em uma casa em frente ao Colégio Acreano.
Mas uma das saídas que mais lamentei foi a da Dona Serete, mãe do Álvaro, Henrique, Carlinhos (Bode) e do Cláudio. Fiquei algumas semanas sem passar pela rua e um dia, ao passar em frente a casa vi que tinham tirado tudo. Não sobrou nem o pé de figueira que existia na calçada.
Ao lado da casa da Dona Serete ficava a casa do Dr. Jesus, um pediatra famoso que clinicou no Acre até meados dos anos 80. Depois a casa foi vendida para um dos irmãos Beirute. Ambas casas foram demolidas e no lugar foi construída uma grande loja, que até hoje está fechada. Deve ser endinheirado o dono do imóvel (foto ao lado).
Agora, a rua Quintino Bocaiúva do Centro tem apenas 3 moradores. Vamos ver até quando irão resistir. Os filhos do Olavo e do César Pontes já colocaram os seus imóveis à venda. Resta a minha mãe, que não pretende sair tão cedo de lá.
5 Comments:
As vezes sou contra alguns tipos de progresso...
Acabam com o passado, com referencias... o que eu vou mostrar pra minha filha?? Que historias do bairro ou de determinada comunidade vou contar? está tudo acabando...
e começando denovo.
O que será construído pelo Governo é na verdade um grande centro de atendimento integrado ao cidadão, no estilo do poupa-tempo de São Paulo, mais detalhes sobre o projeto em:
http://www.ac.gov.br/gestao/index.php?option=com_content&task=view&id=51&Itemid=121
Olá Evandro, vc nao vai lembrar de mim, mais com certeza sua mae lembrará da minha. Eu vivi esses anos dourados da Rua Quintino Bocaiuva. Nasci em 1972 e vivi lá ate 1982, quando fomos embora para o Ceara. eu sou o Robson filho da Dona Dilza e do Seu Joao. Nossa casa era no numero 440, quase em frente a Bodega do seu Dandao.
Abraços.
Meu e-mail: rluiz4@hotmail.com
Evandro, como vai?
Preciso de sua ajuda, sou advogada, resido e trabalho em minas, mas tenho um processo que precisa citar a SOCIBENE: Sociedade Beneficente dos Funcionarios Publicos do Estado do Acre.
Vc poderia conseguir o endereço atualizado ou o telefone desta sociedade?
Fico grata pela atenção, meu email é priscilaafe@hotmail.com
Vou dar uma passada por lá pois a Socibene mudou para uma casa rua acima
Evandro
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