ELITES ANDINAS E O RACISMO
Um post sobre o golpe das elites, em curso na Bolívia, resultou em comentários de pelo menos dois leitores hispânicos anônimos, que imagino Bolivianos, se mostrando muito incomodados com minha posição em relação à situação.
Infelizmente eles não me convencem de que as populações nativas dos países andindos, especialmente na Bolívia e no Peru, não sejam discriminadas e mesmo desprezadas em seus próprios paises. Aliás, na terra que originalmente pertenceu a seus ancestrais.
Sou experiente em matéria de racismo e de ser discriminado.
Vivi alguns anos em Nova Iorque, uma cidade que apesar de ser um caldeirão de raças e culturas, é racialmente bem dividida. Tem o Harlen, onde predominam os negros, O Bronx, onde negros e hispânicos dividem o espaço, Chinatown, onde predominam os orientais, e por ai vai. Lá senti pela primeira vez na vida a discriminação racial. Fui dicriminado por brancos (que na definição de branco americano não inclui os eslavos e balcânicos), indianos (que inclui os próprios indianos, paquistaneses, pessoas de bangladesh), e, principalmente, pelos negros (americanos nascidos nos EUA; isso porque os negros do caribe e os que imigram da África são outros quinhentos).
A questão racial é séria nos EUA, mas eles conseguiram encontrar formas de resolver o problema e todos vivem em relativa paz, apesar de alguns episódios darem a oportunidade de que todos saibam que ele ainda existe no fundo da consciência de cada americano.
Nunca esqueço do dia em que o juiz disse ao vivo na CNN que O. J. Simpson era inocente da acusação de assassinato da esposa, branca e loura. A pizzaria onde eu almoçava estava lotada de negros e brancos, mais alguns albaneses e hispânicos (eu incluído, já que lá não sou brasileiro, sou hispânico).
Na hora que o juiz disse 'not guilty' (inocente), os negros presentes pularam como se comemorando um gol em um jogo de futebol. Gritavam e se abraçavam numa felicidade e externação de alegria pouco comum ao americano sóbrio. A maioria dos brancos presentes mostrou indiferença, mas pude ver alguns balançando negativamente a cabeça em desaprovação. Outros ficaram paralisados, sem acreditar no que ouviram.
Aos acreanos que viajam à Bolívia e Peru. Observem nos outdoors de propagandas e na programação da TV para entender quando digo que as populações nativas são discriminadas nestes países. A foto que ilustra este post é de uma cabine telefônica no bairro de Miraflores, em Lima, Peru. A modelo da propaganda é bela, mas está deslocada quando se olha em volta e se observa que a maioria esmagadora das pessoas que circulam é de típicos peruanos, que se caracterizam pelos fortes traços indígenas.
Infelizmente eles não me convencem de que as populações nativas dos países andindos, especialmente na Bolívia e no Peru, não sejam discriminadas e mesmo desprezadas em seus próprios paises. Aliás, na terra que originalmente pertenceu a seus ancestrais.
Sou experiente em matéria de racismo e de ser discriminado.
Vivi alguns anos em Nova Iorque, uma cidade que apesar de ser um caldeirão de raças e culturas, é racialmente bem dividida. Tem o Harlen, onde predominam os negros, O Bronx, onde negros e hispânicos dividem o espaço, Chinatown, onde predominam os orientais, e por ai vai. Lá senti pela primeira vez na vida a discriminação racial. Fui dicriminado por brancos (que na definição de branco americano não inclui os eslavos e balcânicos), indianos (que inclui os próprios indianos, paquistaneses, pessoas de bangladesh), e, principalmente, pelos negros (americanos nascidos nos EUA; isso porque os negros do caribe e os que imigram da África são outros quinhentos).
A questão racial é séria nos EUA, mas eles conseguiram encontrar formas de resolver o problema e todos vivem em relativa paz, apesar de alguns episódios darem a oportunidade de que todos saibam que ele ainda existe no fundo da consciência de cada americano.
Nunca esqueço do dia em que o juiz disse ao vivo na CNN que O. J. Simpson era inocente da acusação de assassinato da esposa, branca e loura. A pizzaria onde eu almoçava estava lotada de negros e brancos, mais alguns albaneses e hispânicos (eu incluído, já que lá não sou brasileiro, sou hispânico).
Na hora que o juiz disse 'not guilty' (inocente), os negros presentes pularam como se comemorando um gol em um jogo de futebol. Gritavam e se abraçavam numa felicidade e externação de alegria pouco comum ao americano sóbrio. A maioria dos brancos presentes mostrou indiferença, mas pude ver alguns balançando negativamente a cabeça em desaprovação. Outros ficaram paralisados, sem acreditar no que ouviram.
Aos acreanos que viajam à Bolívia e Peru. Observem nos outdoors de propagandas e na programação da TV para entender quando digo que as populações nativas são discriminadas nestes países. A foto que ilustra este post é de uma cabine telefônica no bairro de Miraflores, em Lima, Peru. A modelo da propaganda é bela, mas está deslocada quando se olha em volta e se observa que a maioria esmagadora das pessoas que circulam é de típicos peruanos, que se caracterizam pelos fortes traços indígenas.
6 Comments:
Quem contrata propaganda gosta de uma bela imagem associada ao seu produto... temos exemplos pratico aqui mesmo, quando a CIA de Selva faz propaganda da Petralha eles mostram um Acre que nao existe, mas que fora daqui todos acreditam nele, porque nao mostrar o sistema falido que e a florestania? Ficaria lindo associar um bom produto com algum Boliviano ou Peruano tipico?... eu sou partidario da tese que o Brasil poderia comprar Peru e Bolivia, ja que nao podemos derrubar essa tal floresta, transformariamos esses dois ai em um grande pasto. Seria um otimo negocio para todos, os andinos seriam livre da opressao do Indio Cocaineiro e nos nao teriamos pertubraçoes com os gringos "amantes da natureza"
Caro Evandro:
Que bom ver um cientista, como vc., trazendo à discussão problemas do dia-dia da nossa sociedade analisando-os do ponto de vista científico. Assuntos às vezes áridos vc. os tem tornado acessível.Seu blog já está nos meus favoritos. Grande abraço.
Prezado Arquilau, seja bem vindo e quando quiser colaborar, não se acanhe e volte a exercitar o oficio dos seus tempos de Varadouro.
Leandrius,
Sob o ponto de vista do marketing, voce está correto. O bonito vende. Mas isso não quer dizer que os peruanos e bolivianos são tao feios assim!
Quanto a transformar os dois paises em pasto, vai ser um fracasso e o nelore não vai se dar bem nas alturas.
O jeito é ficar pelo Acre e ''enfrentar'' os da florestania.
Voce não tem saida.
Existem as raças europeias e o cruzamento industrial serve para isso
Caro Evandro
Gosto muito do seu Blog e me animo a escrever-lhe as seguintes palavras.
Meu nome é Gerardo, sou peruano e devo dizer que não gostei de alguns comentários. É verdade que o racismo existe em tudo o planeta, no Brasil e nos Andes. Sobre os países andinos: Peru, Equador e Bolívia existe, sem medo a errar, uma discrimação escandalosa. Na Bolívia, os Cruceños odeiam aos Collas (Paceños), no Peru, os limenhos odeiam aos 'cholos', termo despetivamente usado.
Essa discriminação tambem sente-se no Brasil, entre pessoas de diferentes regiões, como o paulista discrimina ao nordestino, em geral às pessoas do interior. Sabe-se, que atualmente a maioria de brasileiros son de cor negro, mas ele é altamente discrimando aqui. Ninguém põem uma mulher brasileira feia, quando apresentam a venda uma cerveja pela tv, e se algum reparou em vê-las de outra maneira o 80% são brancas.
Em geral, o indígena sulamericano foi sacado da sua terra originário pelo branco e levado a parques como se fosse um bicho ou uma peça arqueológica, totalmente excluido.
Tudo o mundo exclue. Ninguém se põe na pele do outro, que tinha acontecido si alguns de nós fosse um indígena.
Por otro lado, os demáis países sulamericanos, esquecem que as 'batatas' sairam dos Andes, que o maior rio do mundo nasce nos Andes PEruanos e tambem que muitas medicinas tem origem nessa tierra.
Nenhuma terra e cultura é melhor ou pior, são diferentes. Isso é tudo.
Um abraço e obrigado
Gerardo Manuel
Linguista
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