INVASÃO DE TERRA E CRIME AMBIENTAL EM ASSIS BRASIL
Por questões políticas e falta de consciência ambiental, uma área de preservação permanente localizada em terreno extremamente íngreme foi invadida. Os invasores afirmam que pretendem "morar" no lugar. Será que este crime vai ficar por isso mesmo?
Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano
A pacata Assis Brasil vive essa semana um episódio de invasão de terras da união capaz de dar inveja a qualquer movimento de sem terras.
Tudo começou com uma promessa do Prefeito, Manoel Batista de Araújo (PT), de reassentar algumas famílias retiradas de áreas de risco na margem do rio Acre. O erro do alcaide foi querer fazer o reassentamento em plena época de campanha eleitoral.
Estando em fim de mandato e fazendo de tudo para eleger sua sucessora na prefeitura municipal, estava claro que a empreitada apresentava alguns riscos político-eleitoreiros.
E foi o que aconteceu. Alguns espertalhões, apostando que o prefeito e autoridades estaduais da sua base de apoio político não teriam coragem de tomar medidas drásticas, aproveitaram a oportunidade e invadiram a área de terra destinada aos desalojados da margem do rio Acre.
A invasão está causando sérios problemas ambientais pois ocorreu em uma área de preservação permanente e pior: o terreno é extremamente acidentado (foto acima), que desfavorece a ocupação humana e favorece, após a retirada da vegetação, a erosão do solo.
O mais grave da invasão é que a mesma afeta negativamente nascentes e o leito do "igarapé da onça", a melhor alternativa de abastecimento de água potável para a cidade na hipótese do rio Acre sofrer uma estiagem severa no futuro.
A invasão foi premeditada. Tudo começou com um 'incêndio' criminoso que na verdade serviu para limpar a área. Depois de algumas semanas, vendo que as autoridades não estavam fazendo nada para impedir a ação dos espertalhões, o restante da população viu que talvez fosse possível demarcar um lote. Virou baderna. Segundo denúncias anônimas, até pessoal da prefeitura colocou estaca marcando território. A esperança é: "quem sabe não dá certo né?"
Em meio a tantas ilusões por um pedaço de terra, os crimes ambientais cometidos foram graves. Toda a área invadida já foi queimada , incluindo castanheiras (foto abaixo). Até motosserra foi usada para facilitar a limpeza do terreno.
E o poder público nisso tudo? A impressão que se tem é que as autoridades municipais, em plena época de campanha eleitoral, devem estar pensando o seguinte: "Quem é doido de ir de encontro com todo um município? Quem tem autoridade para barrar tantos conflitos de uma só vez?"
Bem que o prefeito tentou uma conversa para demover os invasores. Mas era ele falando de um lado e o pessoal queimando de outro.
Como informou uma funcionária de um órgão federal lotada em Assis Brasil, "a falta de união das instituições públicas que deveriam combater este tipo de ilegalidade e crime ambiental só fortalece o movimento dos invasores".
"E enquanto essa união não acontece, o jeito é ficar na espreita na janela de casa escutando as novas historias, vendo o moço do picolé ganhar seu troco e os marceneiros já fazendo negócios..." Vamos ver quantos dias serão necessários para que os primeiros lotes invadidos passem a ser negociados abertamente no inexistente mercado imobiliário da pacata Assis Brasil.
Ainda bem que não tem a menor possibilidade de haver segundo turno nas eleições locais. De outra forma a polícia e as autoridades teriam que esperar uma eternidade para agir e brecar esse crime ambiental.
Fotos e informações adicionais: C. Guaitanele
Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano
A pacata Assis Brasil vive essa semana um episódio de invasão de terras da união capaz de dar inveja a qualquer movimento de sem terras.
Tudo começou com uma promessa do Prefeito, Manoel Batista de Araújo (PT), de reassentar algumas famílias retiradas de áreas de risco na margem do rio Acre. O erro do alcaide foi querer fazer o reassentamento em plena época de campanha eleitoral.
Estando em fim de mandato e fazendo de tudo para eleger sua sucessora na prefeitura municipal, estava claro que a empreitada apresentava alguns riscos político-eleitoreiros.
E foi o que aconteceu. Alguns espertalhões, apostando que o prefeito e autoridades estaduais da sua base de apoio político não teriam coragem de tomar medidas drásticas, aproveitaram a oportunidade e invadiram a área de terra destinada aos desalojados da margem do rio Acre.
A invasão está causando sérios problemas ambientais pois ocorreu em uma área de preservação permanente e pior: o terreno é extremamente acidentado (foto acima), que desfavorece a ocupação humana e favorece, após a retirada da vegetação, a erosão do solo.
O mais grave da invasão é que a mesma afeta negativamente nascentes e o leito do "igarapé da onça", a melhor alternativa de abastecimento de água potável para a cidade na hipótese do rio Acre sofrer uma estiagem severa no futuro.
A invasão foi premeditada. Tudo começou com um 'incêndio' criminoso que na verdade serviu para limpar a área. Depois de algumas semanas, vendo que as autoridades não estavam fazendo nada para impedir a ação dos espertalhões, o restante da população viu que talvez fosse possível demarcar um lote. Virou baderna. Segundo denúncias anônimas, até pessoal da prefeitura colocou estaca marcando território. A esperança é: "quem sabe não dá certo né?"
Em meio a tantas ilusões por um pedaço de terra, os crimes ambientais cometidos foram graves. Toda a área invadida já foi queimada , incluindo castanheiras (foto abaixo). Até motosserra foi usada para facilitar a limpeza do terreno.
E o poder público nisso tudo? A impressão que se tem é que as autoridades municipais, em plena época de campanha eleitoral, devem estar pensando o seguinte: "Quem é doido de ir de encontro com todo um município? Quem tem autoridade para barrar tantos conflitos de uma só vez?"
Bem que o prefeito tentou uma conversa para demover os invasores. Mas era ele falando de um lado e o pessoal queimando de outro.
Como informou uma funcionária de um órgão federal lotada em Assis Brasil, "a falta de união das instituições públicas que deveriam combater este tipo de ilegalidade e crime ambiental só fortalece o movimento dos invasores".
"E enquanto essa união não acontece, o jeito é ficar na espreita na janela de casa escutando as novas historias, vendo o moço do picolé ganhar seu troco e os marceneiros já fazendo negócios..." Vamos ver quantos dias serão necessários para que os primeiros lotes invadidos passem a ser negociados abertamente no inexistente mercado imobiliário da pacata Assis Brasil.
Ainda bem que não tem a menor possibilidade de haver segundo turno nas eleições locais. De outra forma a polícia e as autoridades teriam que esperar uma eternidade para agir e brecar esse crime ambiental.
Fotos e informações adicionais: C. Guaitanele
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