EXPOSIÇÃO AO MERCÚRIO NA AMAZÔNIA
Artigo revisa estudos de duas décadas sobre exposições a mercúrio na Amazônia
Renata Moehlecke
Agência Fiocruz de Notícia
Em artigo publicado em suplemento da revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Centro Interdisciplinar de Pesquisas sobre Biologia, Saúde, Sociedade e Meio Ambiente de Montreal, no Canadá, examinaram questões sobre exposição humana ao mercúrio e seus efeitos adversos à saúde na Amazônia. A pesquisa teve como base a revisão de 120 estudos que abordam, por exemplo, a relação entre fontes naturais e ecotoxicologia, mineração e riscos para a saúde e aspectos nutricionais e fatores genéticos. Outros 42 estudos sobre a temática realizados em outras partes do mundo foram incluídos a título de comparação.
Segundo os pesquisadores, a contaminação por mercúrio tem sido alvo diversas pesquisas nas últimas duas décadas, que mostram que atividades de mineração de ouro sem controle liberam toneladas de mercúrio no meio ambiente, aumentando os níveis do metal na água, sedimentos e nos peixes. “Diferentes bioindicadores revelam uma ampla faixa de exposição, com teores médios de mercúrio em cabelo acima de 15 mg/g em diversas comunidades amazônicas, situando-as dentre as mais expostas no mundo atualmente”, afirmam os cientistas. Eles explicam que as taxas de ingestão diárias encontradas estão entre 1 e 2 mg/kg, sendo o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) o valor de 0,23 mg/kg.
Dos estudos analisados, 63% focaram em populações adultas, 24% examinaram crianças e 12% ambos. O tema mais avaliado nos estudos foi as possíveis conseqüências neurotóxicas da exposição: 36% visavam identificar sinais clínicos neurológicos de intoxicação, 42% testavam hipóteses como a exposição em baixas doses por longos períodos ser um fator de risco para déficits neurocomportamentais em determinadas populações. Os 12% restantes incluíam evidências de danos citogenéticos, mudanças imunológicas e toxicidade cardiovascular.
“Visto que peixe é altamente nutritivo e há diversas fontes de mercúrio nesta região, existe uma necessidade urgente de encontrar soluções realistas e viáveis capazes de reduzir os níveis de exposição e de risco tóxico, ao mesmo tempo mantendo hábitos alimentares tradicionais, preservando a biodiversidade píscea e frutífera e melhorando a saúde das populações desfavorecidas e afetadas”, concluem os pesquisadores.
Renata Moehlecke
Agência Fiocruz de Notícia
Em artigo publicado em suplemento da revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Centro Interdisciplinar de Pesquisas sobre Biologia, Saúde, Sociedade e Meio Ambiente de Montreal, no Canadá, examinaram questões sobre exposição humana ao mercúrio e seus efeitos adversos à saúde na Amazônia. A pesquisa teve como base a revisão de 120 estudos que abordam, por exemplo, a relação entre fontes naturais e ecotoxicologia, mineração e riscos para a saúde e aspectos nutricionais e fatores genéticos. Outros 42 estudos sobre a temática realizados em outras partes do mundo foram incluídos a título de comparação.
Segundo os pesquisadores, a contaminação por mercúrio tem sido alvo diversas pesquisas nas últimas duas décadas, que mostram que atividades de mineração de ouro sem controle liberam toneladas de mercúrio no meio ambiente, aumentando os níveis do metal na água, sedimentos e nos peixes. “Diferentes bioindicadores revelam uma ampla faixa de exposição, com teores médios de mercúrio em cabelo acima de 15 mg/g em diversas comunidades amazônicas, situando-as dentre as mais expostas no mundo atualmente”, afirmam os cientistas. Eles explicam que as taxas de ingestão diárias encontradas estão entre 1 e 2 mg/kg, sendo o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) o valor de 0,23 mg/kg.
Dos estudos analisados, 63% focaram em populações adultas, 24% examinaram crianças e 12% ambos. O tema mais avaliado nos estudos foi as possíveis conseqüências neurotóxicas da exposição: 36% visavam identificar sinais clínicos neurológicos de intoxicação, 42% testavam hipóteses como a exposição em baixas doses por longos períodos ser um fator de risco para déficits neurocomportamentais em determinadas populações. Os 12% restantes incluíam evidências de danos citogenéticos, mudanças imunológicas e toxicidade cardiovascular.
“Visto que peixe é altamente nutritivo e há diversas fontes de mercúrio nesta região, existe uma necessidade urgente de encontrar soluções realistas e viáveis capazes de reduzir os níveis de exposição e de risco tóxico, ao mesmo tempo mantendo hábitos alimentares tradicionais, preservando a biodiversidade píscea e frutífera e melhorando a saúde das populações desfavorecidas e afetadas”, concluem os pesquisadores.
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