PRIMEIRAS TARTARUGAS NÃO TINHAM CASCO
Mais antiga tartaruga não tinha casco
Fóssil de 220 milhões de anos encontrado na China sugere origem marinha para esses quelônios
[Representação artística da Odontochelys semitestacea, a mais antiga tartaruga de que se tem notícia. O fóssil de 220 milhões de anos encontrado na China sugere que esses répteis surgiram na água. Clique na imagem para ampliá-la (arte: Marlene Donnelly)].
Foram encontrados no sudoeste da China fósseis da tartaruga mais antiga de que se tem notícia, com 220 milhões de anos. O esqueleto achado na província de Guiyang chama a atenção por não possuir o resistente casco que protege e envolve quase todo o corpo das tartarugas modernas. Os paleontólogos que analisaram o fóssil acreditam que ele esclarecerá muitas dúvidas sobre a evolução dos quelônios e sobre o surgimento de seu casco.
Apesar de não ter o casco, a tartaruga do Triássico superior chinês já apresentava a proteção ventral, conhecida como plastrão – um escudo ósseo exclusivo das tartarugas – completamente formado. Por isso, a espécie foi denominada Odontochelys semistestacea – literalmente, “tartaruga dentada com meia carapaça”. O quelônio foi descrito na Nature desta semana por cientistas chineses, americanos e canadenses.
As pistas sobre a evolução das tartarugas aparecem já nas rochas em que o fóssil foi encontrado – um depósito marinho. Isso indica que elas eram inicialmente aquáticas e não terrestres, como imaginavam os pesquisadores. A tartaruga chinesa provavelmente vivia à margem de oceanos ou em deltas de rios, conta o paleontólogo canadense Robert Reisz, que comentou a descoberta na mesma edição da Nature.
“Fósseis descobertos anteriormente indicavam que as primeiras tartarugas eram terrestres, mas a Odontochelys mostra que elas surgiram na água,“ explica ele à CH On-line. Antes dela, o fóssil mais antigo conhecido de tartaruga era da Proganochelys, encontrada na Alemanha, com 210 milhões e já com o casco formado. “Esta é uma descoberta surpreendente que desafia a olhar de volta para a origem desses animais”, completa Reisz.
Mistérios desvendados
Apesar da ausência do casco, o escudo ósseo inteiramente formado no ventre da tartaruga indica que a carapaça é formada a partir do desenvolvimento e alargamento das costelas e da coluna vertebral do réptil. O fóssil apresentava placas ossificadas formadas pela espinha dorsal no lugar do casco.
[O esqueleto da Odontochelys semistestacea em dois ângulos. A visão de seu dorso (esquerda) evidencia a ausência de casco, o que sugere que essa estrutura surgiu a partir das costelas e da coluna vertebral. A imagem da parte de baixo do quelônio (direita) mostra o plastrão, escudo ósseo que protegia o animal contra predadores, completamente formado (foto: Instituto de Paleontologia Vertebrada e Paleantropologia, Pequim)]
A presença do plastrão na Odontochelys semistestacea sugere que ela precisava de uma proteção ventral, e não dorsal, como a conferida pelo casco das tartarugas modernas. Uma hipótese formulada pelos pesquisadores sugere que esse escudo ósseo servia para proteger as tartarugas dos predadores que nadavam por baixo delas.
A paleontóloga Chun Li, da Academia Chinesa de Ciências em Pequim, uma das autoras do artigo, acredita que a hipótese da formação do casco valha tanto para as tartarugas marinhas quanto para as terrestres. “Acredito que a vida e os hábitos desses animais eram muito semelhantes aos que conhecemos hoje”, diz ela à CH On-line. “Mas o novo fóssil prova que ainda temos muito para conhecer sobre as tartarugas.”
Juliana Marques
Ciência Hoje On-line
Fóssil de 220 milhões de anos encontrado na China sugere origem marinha para esses quelônios
[Representação artística da Odontochelys semitestacea, a mais antiga tartaruga de que se tem notícia. O fóssil de 220 milhões de anos encontrado na China sugere que esses répteis surgiram na água. Clique na imagem para ampliá-la (arte: Marlene Donnelly)].
Foram encontrados no sudoeste da China fósseis da tartaruga mais antiga de que se tem notícia, com 220 milhões de anos. O esqueleto achado na província de Guiyang chama a atenção por não possuir o resistente casco que protege e envolve quase todo o corpo das tartarugas modernas. Os paleontólogos que analisaram o fóssil acreditam que ele esclarecerá muitas dúvidas sobre a evolução dos quelônios e sobre o surgimento de seu casco.
Apesar de não ter o casco, a tartaruga do Triássico superior chinês já apresentava a proteção ventral, conhecida como plastrão – um escudo ósseo exclusivo das tartarugas – completamente formado. Por isso, a espécie foi denominada Odontochelys semistestacea – literalmente, “tartaruga dentada com meia carapaça”. O quelônio foi descrito na Nature desta semana por cientistas chineses, americanos e canadenses.
As pistas sobre a evolução das tartarugas aparecem já nas rochas em que o fóssil foi encontrado – um depósito marinho. Isso indica que elas eram inicialmente aquáticas e não terrestres, como imaginavam os pesquisadores. A tartaruga chinesa provavelmente vivia à margem de oceanos ou em deltas de rios, conta o paleontólogo canadense Robert Reisz, que comentou a descoberta na mesma edição da Nature.
“Fósseis descobertos anteriormente indicavam que as primeiras tartarugas eram terrestres, mas a Odontochelys mostra que elas surgiram na água,“ explica ele à CH On-line. Antes dela, o fóssil mais antigo conhecido de tartaruga era da Proganochelys, encontrada na Alemanha, com 210 milhões e já com o casco formado. “Esta é uma descoberta surpreendente que desafia a olhar de volta para a origem desses animais”, completa Reisz.
Mistérios desvendados
Apesar da ausência do casco, o escudo ósseo inteiramente formado no ventre da tartaruga indica que a carapaça é formada a partir do desenvolvimento e alargamento das costelas e da coluna vertebral do réptil. O fóssil apresentava placas ossificadas formadas pela espinha dorsal no lugar do casco.
[O esqueleto da Odontochelys semistestacea em dois ângulos. A visão de seu dorso (esquerda) evidencia a ausência de casco, o que sugere que essa estrutura surgiu a partir das costelas e da coluna vertebral. A imagem da parte de baixo do quelônio (direita) mostra o plastrão, escudo ósseo que protegia o animal contra predadores, completamente formado (foto: Instituto de Paleontologia Vertebrada e Paleantropologia, Pequim)]
A presença do plastrão na Odontochelys semistestacea sugere que ela precisava de uma proteção ventral, e não dorsal, como a conferida pelo casco das tartarugas modernas. Uma hipótese formulada pelos pesquisadores sugere que esse escudo ósseo servia para proteger as tartarugas dos predadores que nadavam por baixo delas.
A paleontóloga Chun Li, da Academia Chinesa de Ciências em Pequim, uma das autoras do artigo, acredita que a hipótese da formação do casco valha tanto para as tartarugas marinhas quanto para as terrestres. “Acredito que a vida e os hábitos desses animais eram muito semelhantes aos que conhecemos hoje”, diz ela à CH On-line. “Mas o novo fóssil prova que ainda temos muito para conhecer sobre as tartarugas.”
Juliana Marques
Ciência Hoje On-line
1 Comments:
No Acre não temos fósseis tão antigos, mas os que temos suma importância para a ciência.
Exemplo de fósseis do Acre: Purussaurus (Jacaré gigante);
Stupendemys (Tartaruga gigante);
Acremylodon (Preguiça gigante);
Pampatherium (Taut gigante)....
esses e outors fósseis do Acre, podem ser vistos na Laboratório de Paleontologia da UFAC em Rio Branco.
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