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08 março 2009

VIAGEM REFAZ EXPEDIÇÃO DE EUCLIDES DA CUNHA AO ACRE

Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano

Uma equipe de Estado de S. Paulo formada pelo repórter Daniel Piza e o fotógrafo Tiago Queiroz (foto) partiu no sábado para Sena Madureira onde tomou m um barco, o mesmo que irá realizar as atividades do 'projeto cidadão' ao longo do rio Purus, para refazer parte da expedição de Euclides da Cunha ao referido rio em 1905.

Na sexta a tarde (06/03) concedemos entrevista à equipe do Estadão, falando de nossas duas viagens à aregião. A primeira, em fevereiro de 2008 com duração de 16 dias ao longo do rio Chandless e seus tributários, e a segunda, que durou 15 dias, em Santa Rosa e adjacências.

Expedição conta com do movimento Euclidiano do Acre

A viagem ao Purus é uma oportunidade impar para os Euclidianos do Acre, liderados pelo Desembargador Arquilau de Castro Melo, que junto a outros colegas estudiosos da vida e obra de Euclides da Cunha, realizam anualmente em Rio Branco a 'Semana Euclidiana'.

Recentemente, o movimento lançou o livro “Estratos do Relatório e do Diário de Marcha da Comissão Mista-Brasileiro-Peruana de Reconhecimento do Auto-Purus”, onde são detalhados o dia a dia da expedição de Euclides da Cunha ao rio Purus.

A viagem da equipe do Estadão ao Acre faz parte de um projeto jornalístico, cultural e multimídia do Grupo Estado cujo títutlo é “O Ano de Euclides”, que celebra o centenário da morte do escritor.

A expedição tem, segundo matéria publicada no Estadão.com, enorme significado cultural e sociológico pois a expedição amazônica de Euclides da Cunha representa um período ainda pouco conhecido na vida do escritor. Se em Canudos ele descobre a figura do sertanejo, no Alto Purus depara-se com o seringueiro em sua concepção áspera da vida. “O seringueiro rude, ao revés do artista italiano, não abusa da bondade de seu deus (...). É mais forte. É mais digno. Resignou-se à desdita. Não murmura. Não reza”, escreveu no livro póstumo À Margem da História".

Traumatizado pela experiência de Canudos, Euclides combateu a ideia de o Brasil entrar em guerra com o Peru pela posse do que seria hoje uma parte do Estado do Acre. Condenou o envio de tropas à região, defendeu um acordo por via diplomática e acabou sendo incumbido pelo Barão do Rio Branco para chefiar a Comissão Brasileira de Reconhecimento do Alto Purus. Sua missão: fazer o levantamento cartográfico da região e determinar a nascente do rio que separa os dois países.

Ao refazer o mesmo trajeto 104 anos depois, Daniel Piza estabelecerá pontes entre passado e presente. “O que terá mudado desde a ida de Euclides? O que permanece igual? O que restou intacto? Encontraremos rastros da expedição?”, pergunta-se. Assessorados por pesquisadores e gente da região, repórter e fotógrafo já percorrem rios acreanos. Passarão pelo município de São Brás, onde o barco de Euclides naufragou, chegarão a Triunfo, localidade da primeira reunião da comissão bilateral, cruzarão a fronteira e finalmente alcançarão o Rio Cujar, na cabeceira do Purus. Há um século, Euclides e seu grupo atracaram em margens peruanas como náufragos. Estavam famintos, extenuados, tomados pela malária.

A expedição poderá ser acompanhada em boletins pela Rádio Eldorado, notícias em tempo real no portal estadao.com.br (clique na imagem ao lado para ir para a página da expedição) e matérias no próprio jornal (caderno Vida&).

Serão relatos colhidos no desenrolar da aventura, compondo um grande “diário de expedição”, depois transformado e ampliado em publicações especiais.

Com informações do Estadao.com
Foto: Tiago Queiroz