O QUE ESPERAR DA RIO+20?
Evandro
Ferreira
Blog Ambiente Acreano
O que esperar do
encontro Rio+20, a conferência sobre desenvolvimento sustentável promovida
pelas Nações Unidas no Rio de Janeiro que começa nesta quarta-feira, 13 de
junho?
No que toca à
cidade que irá abrigar o evento, as expectativas são as piores possíveis. Afora
a violência típica do Rio, vemos na imprensa que parte do setor de serviço
carioca que irá recepcionar os participantes – hotéis e transportes – resolveu
aumentar subitamente os preços, deixando claro que pretende tirar o máximo de
vantagem possível com a realização do evento na cidade. Se a reunião das Nações
Unidas tem apelo público limitado e irá durar apenas 10 dias, imaginem o que
poderá acontecer durante a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
No que toca aos
resultados práticos do evento, o próprio nome, Rio+20, reflete o desejo dos
líderes mundiais de se esquivar de decisões sócio-ambientais mais ousadas, pois
ele remete primordialmente a uma avaliação do que aconteceu ao planeta nas duas
décadas desde a realização de outra reunião promovida no Rio pelas Nações
Unidas, a Rio 92 ou Eco 92.
A Rio 92 reuniu
mais de uma centena de chefes de Estado, incluindo os das nações mais poderosas
do planeta, e tinha como objetivo conciliar o desenvolvimento sócio-econômico
com a conservação e a proteção dos ecossistemas do planeta. A Rio+20 também vai
reunir mais de uma centena de chefes de Estado, mas os representantes da China, Estados Unidos e Russia, que além de grandes potencias econômicas, são também os maiores poluidores mundiais, já disseram que não estarão presentes à
mesma. Para evitar um fiasco maior, o governo brasileiro está enviando
aeronaves da FAB para recolher dirigentes de países do Caribe e da África. Sem
essa carona, a maioria deles não iria participar da reunião.
Mas o que está por
trás da ausência na Rio+20 de alguns líderes dos países mais ricos do planeta?
Vale a pena examinar o passado para buscar uma possível resposta.
Além de ter sido
o palco que consagrou o conceito de desenvolvimento sustentável, a Rio 92
deixou claro para o mundo que a maior parte dos danos ambientais causados ao
planeta era de responsabilidade dos países desenvolvidos. Como compensação, negociações
diplomáticas ocorridas durante a reunião se encarregaram de convencer esses
países a ajudar financeiramente o desenvolvimento sustentável dos países mais
pobres.
A Amazônia
brasileira foi uma das beneficiárias dessa decisão. O Programa Piloto para a
Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG-7), uma iniciativa do governo e
da sociedade brasileira para desenvolver estratégias inovadoras de proteção e
uso sustentável da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica, foi financiado pelos
sete países mais ricos do mundo na década de 90, a Alemanha, Inglaterra,
Estados Unidos, França, Japão, Itália e Canadá.
Entre 1992 e
2009 o PPG-7 investiu mais de 460 milhões de dólares em projetos de uso
sustentável dos recursos naturais e proteção da biodiversidade. Na Amazônia
foram protegidos milhões de hectares de florestas na forma de reservas
extrativistas e de terras indígenas, e criados ou consolidados os sistemas
estaduais de monitoramento e fiscalização ambiental.
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