NÃO DÊ O BRAÇO A TORCER PREFEITO MARCUS VIANA!
Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano
Leio no Ac24Horas que os moradores do loteamento Santo Afonso,
localizado nas margens da BR-364, sentido Porto Velho, resolveram fechar a
referida rodovia para exigir que a prefeitura da cidade promova melhorias
urbanas no loteamento. Eles reivindicam a pavimentação das ruas,
implantação de rede de água e esgotamento sanitário, construção de escolas e
creches, e denunciam a falta de segurança no local.
Quem não conhece a história
do referido loteamento pode até apoiar as reivindicações dos moradores. Eu, que
conheço um pouco do histórico do local, não acho justa a cobrança que os
moradores estão fazendo à prefeitura. Digo isso na qualidade de contribuinte.
Eu não quero que os recursos financeiros arrecadados pela
prefeitura, incluindo a minha parte, sejam usados para fazer melhorias em
regiões da cidade que foram criadas por iniciativas de particulares, que tinham
a obrigação de vender lotes com as mínimas condições de infra-estrutura. E esse
é o caso do Santo Afonso.
Lembro bem de como era aquela região antes da instalação do loteamento
Santo Afonso: um pasto em área baixa, eternamente encharcada, inapropriada para
a instalação de um bairro com dezenas de casas.
O proprietário, de olho gordo na valorização da terra em razão do
avanço da urbanização naquela região do segundo distrito – expansão dos bairros
Santa Inês e Areial – resolveu lotear o terreno. E para isso fez o que muitos proprietários
de grandes áreas na zona urbana de Rio Branco fizeram por toda a cidade:
contratou algumas horas de trator de esteira para abrir ‘ruas’, fincou alguns
postes e solicitou que a Eletroacre estendesse a rede elétrica até o local
e...só. Rede de água e esgoto? Pavimentação das ruas? Calçadas? Nem em sonho.
Os lotes foram vendidos a preços inflacionados em um processo que
durou anos. A maioria dos moradores teve que aterrar seus terrenos para poder
edificar suas casas. E nesse tempo ninguém reclamou das condições precárias do
local. Nem os moradores que resolveram habitar o outrora ‘charco’ agora
transformado em bairro, muito menos a promotora de Habitação e Urbanismo do Ministério Público
Estadual.
O plano diretor de nossa cidade exige que os responsáveis pelos
loteamentos urbanos assumam a responsabilidade de fazer as melhorias
reivindicadas pelos moradores do Santo Afonso. E mesmo que na época da criação
do loteamento o plano diretor ainda não estivesse em vigor, era obrigação dos
moradores e do Ministério Público exigir do dono do loteamento a realização das
benfeitorias.
Isso foi feito? Não?
Foto: Ac24Horas
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