ECONOMIA DA SELVA
AMBIENTALISTAS PENSAVAM QUE PODERIAM SALVAR A FLORESTA E GANHAR DINHEIRO AO MESMO TEMPO. ELES ESTAVAM ERRADOS.
Jungle Economics. Environmentalists thought they could save the rain forest and make money at the same time. They were wrong. By Mac Margolis, Newsweek International, Feb. 16 issue
Nota do blog: abaixo uma tradução de artigo da Neewsweek International sobre a "ilusão" de tentar preservar a amazônia e ganhar dinheiro ao mesmo tempo. Aos que têm facilidade com o inglês sugiro ler o texto original. Sendo longo demais para o blog, criei um link para a íntegra em portugues, ao final dos primeiros parágrafos abaixo. Boa leitura e boa reflexão!
Na década passada, o mundo estava profundamente preocupado com o futuro da floresta amazônica. Beatriz Saldanha decidiu fazer alguma coisa sobre o assunto. Ela fechou sua loja de roupas de praia no Rio de Janeiro e colocou a mochila nas costas. Seu plano: trazer para o mercado global as comunidades de produtores isoladas da floresta amazônica. Foi uma idéia e tanto. E funcionou. Banhando pedaços de tecido de algodão cru em látex cuidadosamente retirado de seringueiras da floresta, ela trouxe para o mercado o "couro vegetal", um "tecido" forte e maleável a partir do qual se pode fazer jaquetas, jeans e bolsas.
Hoje, sua companhia, AmazonLife (anteriormente Couro Vegetal da Amazônia), é uma marca internacional, com clientes de alto nível como Hermes, a fábrica holandesa de bicicletas Giant e a empresa de cosméticos inglesa Lush. Entretanto, tudo pode desaparecer em pouco tempo. Embora a companhia apresente um lucro operacional modesto, ela deve US$ 1 milhão. Seu maior credor, o banco estatal BNDES, está ameaçando executar a dívida e comunicou à proprietária que a companhia dela é um "fracasso empresarial". A história é sombria não apenas para Beatriz Saldanha e o pequeno grupo de seringueiros envolvidos com a empresa, mas também para qualquer pessoa preocupada com a situação da floresta amazônica.
Por mais de uma geração, ambientalistas, políticos e capitalistas conscientes se aliaram para encontrar formas sustentáveis de desenvolvimento para a região - sustentável para a floresta e para as pessoas que nela vivem. A idéia era ajudar os habitantes locais a obter lucro da floresta sem destruí-la. Pensando desta forma, a amazônia, a maior floresta tropical do mundo, não é apenas um santuário para a natureza, mas um empório vivo que vale mais em dólares e centavos se mantida em pé do que derrubada. A floresta majestosa tem de tudo - ervás, óleos, pefumes e elixires, e quem sabe, talvez até a cura da AIDS ou do câncer. Para Beatriz Saldanha e numerosos "ecocapitalistas" que surgiram depois, empreendimentos comerciais do tipo que ela desenvolvia eram a prova viva de uma verdade evidente: "o homem e a floresta estão destinados a não ser inimigos, mas parceiros". Agora ela - e numerosos ambientalistas - estão refletindo se tudo não foi apenas um sonho.
A história de Beatriz Saldanha é apenas um sinal de que toda esta forma de pensar sobre a conservação como um negócio está com problemas. Ações ambientalmente corretas não ajudaram, mesmo minimamente, a diminuir o processo contínuo de destruição da floresta amazônica.Fotos de satélites do ano passado mostraram que 24.500 km² de floresta - uma área do tamanho da Bélgica - foram destruídos em 2002.
Doze anos depois do mundo prometer mudar a forma desastrosa com que tem tratado o meio ambiente, durante o encontro ECO 92 no Rio de Janeiro, as alternativas propostas também estão falhando. A extração seletiva de madeira sem o corte raso da floresta tem se mostrado custosa e ineficiente. Mesmo atividades reconhecidamente "ecologicamente corretas" - como a coleta de frutos, seringa e castanhas - são propostas financeiramente deficitárias ou piores. O Fundo Mundial para a Natureza, baseado na Suiça, alerta que a demanda mundial exagerada por remédios "naturais" tem levado entre 4.000 e 10.000 espécies de plantas ao limiar da extinção. Negócios de sucesso causam graves danos na natureza enquanto que os mais "ecologicamente" benignos sustentam apenas as árvores.
Não era isso que Chico Mendes tinha em mente quando liderava os seringueiros contra os fazendeiros, que derrubavam a floresta para transforma-la em pasto no sudoeste da amazônia. Ele foi morto por ordem um fazendeiro irritado com suas atitudes 15 anos atrás e por isso se tornou o primeiro "eco martir" mundial. Seus seguidores entenderam que os donos do poder em Brasília queriam o progresso e não a conservação e (continua, clique aqui para a íntegra do artigo em portugues)
Jungle Economics. Environmentalists thought they could save the rain forest and make money at the same time. They were wrong. By Mac Margolis, Newsweek International, Feb. 16 issue
Nota do blog: abaixo uma tradução de artigo da Neewsweek International sobre a "ilusão" de tentar preservar a amazônia e ganhar dinheiro ao mesmo tempo. Aos que têm facilidade com o inglês sugiro ler o texto original. Sendo longo demais para o blog, criei um link para a íntegra em portugues, ao final dos primeiros parágrafos abaixo. Boa leitura e boa reflexão!
Na década passada, o mundo estava profundamente preocupado com o futuro da floresta amazônica. Beatriz Saldanha decidiu fazer alguma coisa sobre o assunto. Ela fechou sua loja de roupas de praia no Rio de Janeiro e colocou a mochila nas costas. Seu plano: trazer para o mercado global as comunidades de produtores isoladas da floresta amazônica. Foi uma idéia e tanto. E funcionou. Banhando pedaços de tecido de algodão cru em látex cuidadosamente retirado de seringueiras da floresta, ela trouxe para o mercado o "couro vegetal", um "tecido" forte e maleável a partir do qual se pode fazer jaquetas, jeans e bolsas.
Hoje, sua companhia, AmazonLife (anteriormente Couro Vegetal da Amazônia), é uma marca internacional, com clientes de alto nível como Hermes, a fábrica holandesa de bicicletas Giant e a empresa de cosméticos inglesa Lush. Entretanto, tudo pode desaparecer em pouco tempo. Embora a companhia apresente um lucro operacional modesto, ela deve US$ 1 milhão. Seu maior credor, o banco estatal BNDES, está ameaçando executar a dívida e comunicou à proprietária que a companhia dela é um "fracasso empresarial". A história é sombria não apenas para Beatriz Saldanha e o pequeno grupo de seringueiros envolvidos com a empresa, mas também para qualquer pessoa preocupada com a situação da floresta amazônica.
Por mais de uma geração, ambientalistas, políticos e capitalistas conscientes se aliaram para encontrar formas sustentáveis de desenvolvimento para a região - sustentável para a floresta e para as pessoas que nela vivem. A idéia era ajudar os habitantes locais a obter lucro da floresta sem destruí-la. Pensando desta forma, a amazônia, a maior floresta tropical do mundo, não é apenas um santuário para a natureza, mas um empório vivo que vale mais em dólares e centavos se mantida em pé do que derrubada. A floresta majestosa tem de tudo - ervás, óleos, pefumes e elixires, e quem sabe, talvez até a cura da AIDS ou do câncer. Para Beatriz Saldanha e numerosos "ecocapitalistas" que surgiram depois, empreendimentos comerciais do tipo que ela desenvolvia eram a prova viva de uma verdade evidente: "o homem e a floresta estão destinados a não ser inimigos, mas parceiros". Agora ela - e numerosos ambientalistas - estão refletindo se tudo não foi apenas um sonho.
A história de Beatriz Saldanha é apenas um sinal de que toda esta forma de pensar sobre a conservação como um negócio está com problemas. Ações ambientalmente corretas não ajudaram, mesmo minimamente, a diminuir o processo contínuo de destruição da floresta amazônica.Fotos de satélites do ano passado mostraram que 24.500 km² de floresta - uma área do tamanho da Bélgica - foram destruídos em 2002.
Doze anos depois do mundo prometer mudar a forma desastrosa com que tem tratado o meio ambiente, durante o encontro ECO 92 no Rio de Janeiro, as alternativas propostas também estão falhando. A extração seletiva de madeira sem o corte raso da floresta tem se mostrado custosa e ineficiente. Mesmo atividades reconhecidamente "ecologicamente corretas" - como a coleta de frutos, seringa e castanhas - são propostas financeiramente deficitárias ou piores. O Fundo Mundial para a Natureza, baseado na Suiça, alerta que a demanda mundial exagerada por remédios "naturais" tem levado entre 4.000 e 10.000 espécies de plantas ao limiar da extinção. Negócios de sucesso causam graves danos na natureza enquanto que os mais "ecologicamente" benignos sustentam apenas as árvores.
Não era isso que Chico Mendes tinha em mente quando liderava os seringueiros contra os fazendeiros, que derrubavam a floresta para transforma-la em pasto no sudoeste da amazônia. Ele foi morto por ordem um fazendeiro irritado com suas atitudes 15 anos atrás e por isso se tornou o primeiro "eco martir" mundial. Seus seguidores entenderam que os donos do poder em Brasília queriam o progresso e não a conservação e (continua, clique aqui para a íntegra do artigo em portugues)
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