Google
Na Web No BLOG AMBIENTE ACREANO

05 outubro 2005

PROJETO DE LEI SOBRE GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS FOI APROVADO NO SENADO

O projeto, que causou acirrado debate no Acre nestes últimos dias, foi aprovado na íntegra, conforme enviado pela Câmara Federal. O Senado rejeitou a proposta do Senador do Acre, Geraldinho Mesquita (PSol), que era a favor da rejeição do mesmo.

Ele define normas de uso dos recursos florestais em terras públicas e introduz um sistema de concessão de uso de produtos e serviços florestais pela iniciativa privada ou associações comunitárias. Em teoria, a aprovação e implementação de projetos de gestão de florestas públicas funcionará como um
desestímulo à grilagem e a privatização de terras públicas.

Pelo projeto aprovado, em 10 anos cerca de 3% da Amazônia, ou aproximadamente 13 milhões de hectares de áreas florestais, poderão estar sendo geridas pela iniciativa privadas ou associações de produtores
. Os concessionários não serão donos das áreas.

Existirão três formas definidas de gestão das florestas públicas: (a) a criação de unidades de conservação que permitam a produção florestal sustentável, como as florestas nacionais, (b) as destinadas para uso comunitário, em assentamentos florestais, reservas extrativistas, áreas quilombolas e outros, e (c) as concessões florestais pagas, baseadas em processo de licitação pública.

Somente deverão ser submetidas a aprovação do Congresso áreas com mais de 2.500 hectares e/ou terras localizadas a 150 km da fronteira.

Embora muitos vejam nesse projeto a "oficialização" da exploração (roubo) de madeira em terras públicas, o projeto tem alcance mais amplo. Ele prevê a extração sustentável de produtos florestais (madeira, fibras, óleos, sementes, frutos) e a exploração de serviços, como a gestão de áreas para fins de turismo ecológico.

A concessão não permitirá que os concessionários acessem o patrimônio genético, o uso dos recursos hídricos (construção de hidrelétricas), a exploração de recursos minerais, a pesca industrial ou o uso da área como investimento no mercado de fixação de carbono.

No Acre projetos de gestão poderão ser desenvolvidos em florestas estaduais, reservas extrativistas e terras devolutas. O projeto
Antimary, desenvolvido pelo Governo do Estado, é uma experiência pioneira de gestão de floresta pública.