SEMENTES NATIVAS PARA USO EM ARTESANATOS
É VIÁVEL BENEFICIÁ-LAS DIRETAMENTE NAS COMUNIDADES EXTRATIVISTAS?
Andréa Alechandre da Rocha & Frederico Thé Pontes
Parque Zoobotânico e Departamento de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Acre-UFAC
Parte 4
COMERCIALIZAÇÃO
As sementes comercializadas nos mercados de Rio Branco chegam de diversos pontos do Estado, sem controle, fiscalização ou qualquer tipo de manejo. A maior parte é vendida na “porta”, do artesão, por preços que variam muito, de R$ 0,50 o kg de qualquer semente a R$ 3,00 o kg de jarina. Alguns artesãos coletam eles mesmos as sementes em áreas rurais.
Sementes como a paxiubinha, paxiubão, açaí, patauá, tucumã, inajá, entre outras, com texturas, tamanhos e cores variadas são recolhidas em colônias, seringais, chácaras, fazendas, e vendidas aos artesãos de Rio Branco, que após serem trabalhadas ganham forma de anéis, pulseiras, colares, brincos, chaveiros, etc; gerando renda e capacitando crianças, adolescentes, mulheres, e homens, que aprendem com o artesanato a limpar, cortar, polir, criar e montar as peças e objetos com sementes (SEBRAE - Núcleo de Artesanato).
Em Rio Branco hoje, existem cerca de 80 artesãos cadastrados no Núcleo de Artesanato (FUNBESA e SEBRAE), que retiram do artesanato com sementes seu sustento diário. Além desses existem ainda aqueles informais, que vendem sua produção nas praças e feiras locais. Alguns já trabalham com jóias feitas de sementes há mais de 15 anos, outros estão iniciando a produção, o que torna o mercado cada vez mais concorrido (Pesquisa realizada no comércio local de Rio Branco-AC).
Dentre esses artesãos destacam-se em média de 5 a 10, que conseguem fazer com que sua produção, seja absorvida por outros mercados fora do Estado, além de exportarem suas peças para outros países, destancando-se suas jóias pela qualidade, padrão e design, dentre eles destacam-se César Farias, os índios Apurinãs, Gilma Vasconcelos, e outros.
“O uso das sementes de árvores nativas da região como matéria-prima para as bijuterias, em substituição ao material convencional; dá as peças artesanais o caráter de brasilidade, agregando valor aos produtos da região, destacando e criando um diferencial do produto no mercado Internacional” (César Farias. Artesão e Exportador: Jóias da Amazônia).
Em entrevista realizada com alguns artesãos constataram-se alguns pontos problemáticos para o comércio de jóias feitas com sementes:
-A grande concorrência local;
-Perecidade das sementes;
-Falta de padronização das sementes;
-Má qualidade do beneficiamento;
-Preços variados na aquisição das sementes beneficiadas;
-Falta de informações sobre as espécies trabalhadas;
-Distancia geográfica do Acre aos demais mercados consumidores;
-Falta de pesquisas que ajudem a prolongar a vida útil das sementes e evitem o ataque de insetos e fungos, que não permitem que as mesmas sejam estocadas por muito tempo.
Para que as sementes beneficiadas dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes tenham um diferencial no mercado, e necessário que se realize junto às comunidades envolvidas um trabalho de capacitação de mão de obra, com adequação do produto às exigências do mercado, que atendam à legislação específica, às exigências ambientais, com produtividade garantida, estrutura de marketing que agregue uma posição de valor diferencial no mercado, da qualidade do beneficiamento do produto, visando a exportação e venda não somente do produto acabado, no caso as sementes beneficiadas, como também a idéia de um produto manejado, e ecologicamente correto, colhidas através de normas conservacionistas que possibilitem o abastecimento da fauna, regeneração e perpetuação natural das espécies; que não destrua nem prejudique o meio ambiente, e esteja dando oportunidade as pessoas da Reserva de estarem complementando sua renda familiar.
Uma proposta para o escoamento da produção retirada da Resex Chico Mendes, está concentrada no chamado Núcleo de Artesanato, um programa desenvolvido pelo SEBRAE-AC e FUNBESA-AC, que capacita profissionais, ajudando-os a aperfeiçoar suas técnicas e agregando valor aos seus produtos. O núcleo pretende trabalhar a valorização da identidade acreana, a troca de experiências entre os profissionais, e, sobretudo, elevar a qualidade e competitividade do artesanato local. “O principal objetivo do Núcleo é qualificar o artesanato produzido no Acre, criando um campo para trocas de idéias e conceitos, tanto para o designer como para o artesão (Orlando Sabino, Superintendente do Sebrae no Acre)” (SEBRAE-AC.).
Andréa Alechandre da Rocha & Frederico Thé Pontes
Parque Zoobotânico e Departamento de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Acre-UFAC
Parte 4
COMERCIALIZAÇÃO
As sementes comercializadas nos mercados de Rio Branco chegam de diversos pontos do Estado, sem controle, fiscalização ou qualquer tipo de manejo. A maior parte é vendida na “porta”, do artesão, por preços que variam muito, de R$ 0,50 o kg de qualquer semente a R$ 3,00 o kg de jarina. Alguns artesãos coletam eles mesmos as sementes em áreas rurais.
Sementes como a paxiubinha, paxiubão, açaí, patauá, tucumã, inajá, entre outras, com texturas, tamanhos e cores variadas são recolhidas em colônias, seringais, chácaras, fazendas, e vendidas aos artesãos de Rio Branco, que após serem trabalhadas ganham forma de anéis, pulseiras, colares, brincos, chaveiros, etc; gerando renda e capacitando crianças, adolescentes, mulheres, e homens, que aprendem com o artesanato a limpar, cortar, polir, criar e montar as peças e objetos com sementes (SEBRAE - Núcleo de Artesanato).
Em Rio Branco hoje, existem cerca de 80 artesãos cadastrados no Núcleo de Artesanato (FUNBESA e SEBRAE), que retiram do artesanato com sementes seu sustento diário. Além desses existem ainda aqueles informais, que vendem sua produção nas praças e feiras locais. Alguns já trabalham com jóias feitas de sementes há mais de 15 anos, outros estão iniciando a produção, o que torna o mercado cada vez mais concorrido (Pesquisa realizada no comércio local de Rio Branco-AC).
Dentre esses artesãos destacam-se em média de 5 a 10, que conseguem fazer com que sua produção, seja absorvida por outros mercados fora do Estado, além de exportarem suas peças para outros países, destancando-se suas jóias pela qualidade, padrão e design, dentre eles destacam-se César Farias, os índios Apurinãs, Gilma Vasconcelos, e outros.
“O uso das sementes de árvores nativas da região como matéria-prima para as bijuterias, em substituição ao material convencional; dá as peças artesanais o caráter de brasilidade, agregando valor aos produtos da região, destacando e criando um diferencial do produto no mercado Internacional” (César Farias. Artesão e Exportador: Jóias da Amazônia).
Em entrevista realizada com alguns artesãos constataram-se alguns pontos problemáticos para o comércio de jóias feitas com sementes:
-A grande concorrência local;
-Perecidade das sementes;
-Falta de padronização das sementes;
-Má qualidade do beneficiamento;
-Preços variados na aquisição das sementes beneficiadas;
-Falta de informações sobre as espécies trabalhadas;
-Distancia geográfica do Acre aos demais mercados consumidores;
-Falta de pesquisas que ajudem a prolongar a vida útil das sementes e evitem o ataque de insetos e fungos, que não permitem que as mesmas sejam estocadas por muito tempo.
Para que as sementes beneficiadas dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes tenham um diferencial no mercado, e necessário que se realize junto às comunidades envolvidas um trabalho de capacitação de mão de obra, com adequação do produto às exigências do mercado, que atendam à legislação específica, às exigências ambientais, com produtividade garantida, estrutura de marketing que agregue uma posição de valor diferencial no mercado, da qualidade do beneficiamento do produto, visando a exportação e venda não somente do produto acabado, no caso as sementes beneficiadas, como também a idéia de um produto manejado, e ecologicamente correto, colhidas através de normas conservacionistas que possibilitem o abastecimento da fauna, regeneração e perpetuação natural das espécies; que não destrua nem prejudique o meio ambiente, e esteja dando oportunidade as pessoas da Reserva de estarem complementando sua renda familiar.
Uma proposta para o escoamento da produção retirada da Resex Chico Mendes, está concentrada no chamado Núcleo de Artesanato, um programa desenvolvido pelo SEBRAE-AC e FUNBESA-AC, que capacita profissionais, ajudando-os a aperfeiçoar suas técnicas e agregando valor aos seus produtos. O núcleo pretende trabalhar a valorização da identidade acreana, a troca de experiências entre os profissionais, e, sobretudo, elevar a qualidade e competitividade do artesanato local. “O principal objetivo do Núcleo é qualificar o artesanato produzido no Acre, criando um campo para trocas de idéias e conceitos, tanto para o designer como para o artesão (Orlando Sabino, Superintendente do Sebrae no Acre)” (SEBRAE-AC.).
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