Google
Na Web No BLOG AMBIENTE ACREANO

22 março 2006

SEMENTES NATIVAS PARA USO EM ARTESANATOS

É VIÁVEL BENEFICIÁ-LAS DIRETAMENTE NAS COMUNIDADES EXTRATIVISTAS?

Andréa Alechandre da Rocha & Frederico Thé Pontes
Parque Zoobotânico e Departamento de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Acre-UFAC

Parte 7 (Final)

RESULTADOS

Com base nos resultados apresentados nas planilhas de cálculos, apresentam-se as seguintes conclusões:

- Em análise ao Valor Presente Liquido (VPL) - Quantia final que se obtém depois de todos os descontos. Se o VPL é positivo, o projeto é viável. Ele mostra que o retorno no investimento e maior do que se está gastando com custos de capital. Se o VPL for negativo, o projeto se torna inviável. No caso do beneficiamento de sementes para artesanato, foi definida uma taxa de 1% de desconto mensal, com resultado do VPL em R$ 129.633,06, sendo um dos indicativos de viabilidade do projeto. (Planilha 8).

- Apresenta-se também a Taxa Interna de Retorno (TIR), que é caracterizada pela porcentagem do lucro que se obterá ao investir num determinado projeto. No caso das sementes, o lucro estimado, descontando-se as taxas, foi de 41% a.a sobre o investimento inicial. (Planilha 8).

- O modelo Play Back mostra o período de tempo onde se recuperará os recursos investidos na implantação do projeto. Quanto menor o tempo de retorno do capital investido, mais viável se torna o projeto. Obteve-se como resultado, o tempo de equilíbrio de 6 a 8,5 meses, para que o beneficiamento das sementes começasse a dar lucro, se comparando que a análise foi feita para 1ano, seria necessário 6 meses para pagar o que foi investido.

- Pelo método Relação Custo/Benefício, os quocientes atualizados obtidos apresentaram-se maiores que 1 (2,19), reafirmando a positivação do projeto analisado. (Planilha 9).

CONCLUSÃO

Em conclusão, a proposta de beneficiamento de sementes para artesanato, apresentada para os dois pólos requerentes é economicamente viável, com expectativa de um lucro médio de 41% no 1º ano de implantação, com possibilidade de crescimento nos demais anos, influenciando no aumento da renda mensal e melhoria de vida das famílias envolvidas.

Os cálculos da estimativa de produção foram baseados em fontes bibliográficas sobre as espécies analisadas, necessitando de avaliação e estudo quantitativo, realizado no local a ser explorado para definição de um diagnóstico mais preciso sobre cada espécie a ser trabalhada.

Os impactos ambientais são considerados insignificantes com a retirada das sementes para produção de artesanato, uma vez que os produtores não precisarão derrubar nenhum indivíduo, e os equipamentos necessários para o beneficiamento não causam nenhum tipo de poluição ambiental, fora o uso de óleo diesel para o moto-gerador.

Recomenda-se que seja elaborado um plano de manejo das espécies a serem exploradas, o que permitira uma maior precisão da produção por safra de sementes, época ideal de exploração, definidas de forma que o abastecimento da fauna e a regeneração natural, dependente dessas sementes sejam mantidos; identificação do local a ser explorado, quantidade e distribuição dos indivíduos, o que auxiliara nos cálculos e estudos futuros, e conseqüentemente a introdução de outras espécies nativas, uma vez que a diversificação de sementes nativas é grande, contribuindo para a geração de novas fontes de renda para os moradores da reserva.

A metodologia do manejo deve atender as exigências de todas as normas exigidas pelos órgãos competentes, adaptadas à realidade local e práticas de extrativismo de Produtos Florestais não Madeireiros (PFNMs), facilitando assim, a sua aprovação pelas instituições competentes, e ainda, servindo de modelo para outras espécies e comunidades.

BIBLIOGRAFIA

AMOPREX- Plano de manejo sustentável comunitário para a produção de óleo de copaíba (Copaifera spp.) da Associação de Moradores e Produtores da Reserva Extrativista Chico Mendes, Brasiléia e Xapuri-Acre. Rio Branco-Ac, 2004. 49p. il.

CLAY. J. W., SAMPAIO, P. DE T. B. E CLEMENT, C. R. Biodiversidade amazônica: exemplos e estratégias de utilização 1ed. Manaus: Programa de desenvolvimento empresarial e tecnológico 2000. 409p.

CETAF-Centro Tecnológico e Ambiental da FUCAPI. JARINA (MARFIM VEGETAL). Manaus, 2002.

Estudo Etnobotânicos e ecológicos de plantas úteis na Reserva Extrativista Chico Mendes. Junho 1998-Dezembro 1999. Herbário/Parque Zoobotânico- Universidade Federal do Acre.

FERREIRA, E. L. Manual das Palmeiras do Acre, BrasilInstituto Nacional de Pesquisas/Universidade Federal do Acre. Rio Branco-AC, 2003.

GOMES-SILVA, D. A. G.; WADT, L. H. O. Considerações ecológicas para Manejo de patauá (Oneocarpus bataua Mart.) na Amazônia Sul-Ocidental, Acre, Brasil. Dissertação de Mestrado. UFAC, 2003.

MIRANDA. I. P. DE A. Frutos de palmeiras da Amazônia. Manaus: MCT INPA, 2001.

KIKUCHI, T. Y. P; MACEDO, E. G; ÁLVARES, A. DA S. Anatomia das pinas de Socratea exorrhiza mart. Manaus, 2003.

http://www.amazonlink.com.br/apurinãs. Jóias apurinãs. Acesso em 05/06/2004.

http://www.fieam-jarina.com.br/. Federação das indústrias do estado do Amazonas. Jarina- Marfim Vegetal. Acesso em 05/06/2004.

www. iapa.ufscar.br. Reserva Extrativista Chico Mendes (Acre). Acesso em 12/05/2004.

http://www.inpa.gov.br/. Instituto Nacional de Pesquisas Amazônica. Açaí: Euterpe precatoria Mart. Acesso em 20/06/2004.

http://www.inpi.gov.br/. Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Euterpe precatória Mart. Acesso em 15/06/2004

http://www.ac.sebrae.com.br/s_62.html. Artesanato com Sementes. Acesso em 20/06/2004.

www.virtual2000.com.br/jarina. Jarina-Marfim vegetal. Acesso em 15/06/2004.

Clique aqui para ler a Parte 1 deste artigo
Clique aqui para ler a Parte 2 deste artigo
Clique aqui para ler a Parte 3 deste artigo
Clique aqui para ler a Parte 4 deste artigo
Clique aqui para ler a Parte 5 deste artigo
Clique aqui para ler a Parte 6 deste artigo